Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2023

Uma história “criada” por Inteligência Artificial

A curiosidade é algo que impulsiona a humanidade, ou a joga em um buraco. Dito isso confesso que há alguns meses fiquei bem curiosa a respeito do Chat GPT e fui interagir com esta IA. Tenho acompanhado as polêmicas criada em torno do assunto e, com certeza, concordo que é preciso parcimônia e leis severas para proteger os direitos autorais de artistas, escritores e outros profissionais. Mas ela existe, está ai e não podemos negar sua existência. A inteligência artificial – assim mesmo, em minúscula, porque é um programa de computador e não uma pessoa – é algo que irá ajudar a humanidade. Tenho certeza disso. Na medicina ela consegue enxergar coisas que o olho humano não vê, quando faz análise de exames de imagem. Talvez no campo ela consiga prever com alguma exatidão problemas com a safra do próximo ano, ou seja, há uma infinidade de possibilidades. Mas na área criativa não. Assim como uma criança na escola, que aprende sobre Tarsila do Amaral, e é estimulada a criar algo que lem

A visão sistêmica da vida

Há muitos anos, na minha graduação em Publicidade e Propaganda, um professor me apresentou Fritjof Capra quando fui perguntar a respeito do mestrado que eu queria fazer e acabei não fazendo. Lembro-me exatamente das palavras dele naquela época: “Soraya, você pode fazer seu mestrado em semiótica, mas antes de tomar esta decisão você precisa ler O Ponto de Mutação e O Tao da Física. Eles estão muito a frente do assunto que você quer estudar, com certeza é muito mais a sua área.” Sempre fui curiosa e também respeitava demais as indicações e comentários deste professor. Fui atrás dos livros e não me arrependo. Iniciei a jornada pelo Ponto de Mutação, um livro tão “redentor” que me fez repensar minha trajetória no mundo e também me levou a tomar tantas notas nas margens do livro que mal sobrava espaço. Infelizmente emprestei o livro para um ex-chefe e ele nunca me devolveu. Hoje gostaria demais de ler as considerações de uma Soraya de 35 anos atrás sobre este tema. Dito isto, fica c

É Primavera !

A roda do tempo gira sem parar e ano após ano as estações se sucedem, a vida se renova insistentemente, sem repetições, apenas seguindo o mesmo padrão. A primavera chega com sabor de renovação, com ares de esperança, com o amor que se vê em cada árvore que se veste de flores multicoloridas, cada pássaro cantando, e a natureza com suas nuances de verde que nos encantam, como uma obra de arte única e sem imitações. Os povos ancestrais, com suas tradições, determinavam suas vidas pelos ciclos da natureza. Plantavam, colhiam, se retiravam de acordo com o que o tempo lhes oferecia. A primavera era um símbolo de renascimento, que acabou sendo associado à Páscoa, que no hemisfério norte ocorre durante a esta estação do ano. Você sabia que os ovos são símbolos de renascimento e da Primavera? Nesta época do ano a natureza desperta, como se estivesse adormecida e o sol, com seu beijo caloroso, a tira do longo e frio sono do inverno. Em 2014 estive em Londres exatamente neste período. A

Homens Imprudentemente Poéticos

De repente eu me vi em meio às cerejeiras em flor, na tranquilidade de um bosque japonês, com seus pequenos riachos murmurando ao correr por entre as pedras. Os Sakuras flutuavam nos galhos das árvores como se tivessem caídos de uma chuva mágica de flores. Ler Walter Hugo Mãe me proporcionou esta sensação.   Neste livro ele promove um encontro entre a cultura milenar do Japão e a  habilidade em transformar prosa em poesia. A história se passa em uma aldeia pobre no Japão as margens da floresta dos suicidas. O artesão de leques Itaro é um interprete da natureza, cujas pinturas de seus leques encantam a todos. No entanto, o artesão também vive a pobreza ao lado de sua irmã cega Matsu, e a Sra. Kame, uma espécie de empregada que foi ficando na casa deles e tornou-se um membro da família. Itaro é um ser humano desprovido de ternura, muitas vezes imcapaz de um gesto de amor ou carinho por alguém. Muito cedo descobriu sua capacidade de ver o futuro no momento da morte de um animal. Foi

Chá com Tâmaras

Ontem eu li o seguinte texto: “O amor é uma linguagem de construção, evolução, dignificação da pessoa, de renovação. Portanto, é exatamente o fermento da evolução.” 1 Então eu me lembrei de uma reportagem no telejornal, logo no inicio da semana. Quem não se lembra da grande tragédia ocorrida no Marrocos!   Cidades inteiras vindas abaixo em pouquíssimos segundos, deixando pessoas sem nada, milhares de mortos, sem comida, água e o necessário para a subsistência. Aqui em nosso país também houve uma tragédia muito grande no Sul do Brasil. Voltando ao Marrocos, mesmo diante de tanta dor, pareceu me que o povo é extremamente resiliente. Não vi pessoas gritando, se acabando em chorar. Vi pessoas fortes, que mesmo diante de uma tragédia deste tamanho vai reconstruir suas vidas e sem reclamar. Isso me chamou a atenção, porque é cultural, está contido dentro do conjunto cultural que esse povo construiu ao longo de toda a sua existência na face do planeta. No entanto, o que me chamou mais a

Sonho e Realidade

Eu não queria que o livro acabasse, porque terminar seria ficar órfã daqueles personagens, então li como se estivesse no século XIX, sem a pressa do nosso, degustando cada palavra, cada cena, cada momento daqueles personagens, que são tão reais que fica impossível não acreditar na existência deles. Confesso que ler Sonho e Realidade foi uma viagem no tempo, um passeio pela minha tão querida Inglaterra, mas também pela misteriosa Índia e pela charmosa Paris. Tudo isso sentada confortavelmente em minha poltrona de leitura. Vamos começar do principio. A autora Clície Maria Covizzi Alvares apareceu meio que por acaso na minha vida. O blog Prosa Mágica tem um e-mail próprio e um dia abri meu e-mail e lá estava a belíssima capa de Sonho e Realidade e um pequeno resumo do livro. Foi paixão a primeira vista. Antes mesmo de ter o livro para leitura fiz uma pesquisa e descobri que a autora iniciou sua jornada na escrita após os 80 anos e não me surpreendi, por que literatura não tem ida

Beren e Lúthien

Não vou me repetir dizendo aqui que Tolkien é sensacional, e que sua criatividade extrapola a de qualquer escritor que tenha vivido, não porque os outros não fossem gênios, mas porque Tolkien extrapola o que chamamos de criatividade literária. Escrevo esta resenha em uma tarde fria e nublada. Uma caneca de café quente, necessária e bem vinda repousa ao lado do   laptop. Olho para a capa do livro, brinco com as páginas das belíssimas ilustrações tentado encontrar uma forma de explicar esta edição. As palavras me fogem. Chego à conclusão de que é melhor começar dizendo que este livro não é para qualquer leitor, mas para leitores de Tolkien, aqueles que já leram e releram as outras obras ( O Silmarillion , A Quedade Gondolin , A Queda de Númenor , Os Filhos de Hurin , Contos Inacabados). Não quero dizer que qualquer um não possa ler, me refiro ao fato de que, por ser uma reunião de boa parte do que o autor escreveu sobre este casal, o livro é mais didático que um romance propriament

O encontro que não aconteceu

Minha formatura da ESPM aconteceu em 31 de agosto de 1987. Uma noite feliz por muitos motivos. Era o final de um ciclo, estava cercada de amigos, que tenho até hoje. E, para completar a alegria nossa formatura aconteceria no MASP com a presença de Pietro Maria Bardi, Ricardo Ramos, Paulo De Laurentis e outros grandes nomes que na época eram professores da faculdade. Quanta honra! A ESPM sempre foi uma faculdade diferenciada, que surgiu de grandes cabeças pensantes, mudou de lugar algumas vezes até chegar a grandeza de hoje. Eu estudei na sede que eles tinham no   Bexiga, ao lado do antigo teatro Záccaro. Lá, entre aulas e fugas para o teatro, assistíamos de vez em quando ao programa apresentado pelo Fausto Silva, que se não me engano chamava-se Perdidos na Noite. Foram momentos felizes, produtivos de aprendizado gigante, e também tínhamos tempo para os amigos, para “curtir” nosso período de jovens estudantes. Não tinha celular, não tinha whatsApp para o espanto das turmas de hoje,

Seguidores