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Mostrando postagens de janeiro, 2023

A Biblioteca da Meia Noite

Você já pensou em como seria sua vida se tivesse tomado alguma atitude diferente no passado? Escolhido outro curso, viajado, aceitado aquele pedido para ir tomar um café, dentre inúmeros outros pequenos fatos? A personagem principal, Nora, não é diferente de praticamente nenhum de nós. Ela tem seus arrependimentos, suas dúvidas, suas idiossincrasias. Mas, Nora também é depressiva, e não acredita em mais nada e não vê sentido em sua vida. Na trama, ela está entre a vida e a morte, em um momento paralisado no tempo, na biblioteca da meia noite, cujos livros são vidas que ela poderia ter tido se tivesse tomado outros rumos em sua existência. São infinitos livros porque são infinitas possibilidades. Nora é convidada pela bibliotecária a experimentar outras vidas até que se decida por uma delas. Mas primeiro terá que enfrentar o terrível livro dos arrependimentos. Um livro pesado, sufocante, paralisante, não muito diferente do sentimento que abrigamos em nossos corações quando nos arr

O Sapo, a árvore e a boca do povo

          Nesta semana encontrei uma postagem no Facebook muito interessante com o seguinte texto: “Um sapo decidiu chegar ao topo de uma árvore. Ao saberem da decisão, os outros sapos ficaram lá embaixo gritando - é impossível, é impossível! Sapos não sobem em árvores. Mesmo assim, o sapo continuou subindo até chegar ao topo. Mas como? Simples: o sapo era surdo. Ele pensava: - todos lá embaixo estão me encorajando, eu preciso chegar ao topo da árvore. Se você quer alcançar seus sonhos, você precisa ser surdo para pensamentos negativos”.” (1)   Fiquei pensando no pobre sapinho surdo que queria subir na árvore, e cumpriu seu objetivo e em quantas vezes deveríamos ter sido surdos aos pensamentos negativos vindos da boca do povo ou da “boca” de nosso cérebro. - Sapinho esperto esse! Não pretendo me aprofundar no tema pelo lado da autoajuda, mas reforçar um pouco sobre visão de mundo, segundo olhar etc. Agora cabe contar também, que eu tinha acabado de assistir uma au

Herdeiras do Mar

        Que nós mulheres somos corajosas eu já sabia, sempre soube, mas a história contada por Mary Lynn Bracht, escritora norte americana de ascendência coreana,   extrapola os limites da coragem. As irmãs Hana e Emiko vivem em uma Coreia dominada por um Japão cruel e imperialista. Já nasceram neste ambiente. Filhas de uma linhagem de   hanenyeo – mulheres mergulhadoras, independentes, que são donas de sua subsistência sem a dependência de seus maridos – tinham um futuro traçado. No entanto,   elas não tinham ideia de que em meio a 2º Guerra Mundial e a guerra das Coreias, cada uma delas teria um destino não esperado e cruel. Mary Lynn foca a trama de Herdeiras do Mar nas “mulheres de consolo”. Mais de 200 mil coreanas foram sequestradas ou enganadas e se tornaram escravas sexuais, barbarizadas pelos soldados japoneses. Segundo a autora, apenas 44 delas estavam vivas quando o livro foi escrito. É terrível ler a brutalidade impetrada a elas pelos japoneses, e o pior, as que sob

O Privilégio de viver no século XXI

          Esta semana foi um período bem especial e tudo isso apenas pelo fato de viver no século XXI. Calma que eu explico. Desde a semana passada estou fazendo cursos incríveis pela internet, conhecendo pessoas que não teria oportunidade de conhecer de outra forma, ouvindo sobre assuntos que, mesmo conhecendo e pesquisando, não teria a oportunidade de falar sobre eles no meu cotidiano. Não precisa voltar muitos anos no passado para ver que tudo isso não seria possível. Que se você quisesse fazer um curso (ou uma degustação de curso) teria que pagar, se deslocar da sua casa e do seu trabalho. Quem mora em São Paulo sabe que deslocamento é sinônimo de tortura. Hoje, mesmo de posse de um celular básico, você consegue navegar na internet e acessar todo este conhecimento sem sair do lugar e muitas vezes, sem gastar um centavo. (Para quem não pode ter pacote de internet existem lugares que oferecem wi-fi grátis). Estou começando o Sexta de Prosa com este assunto, porque é tão obvio

A Casa Holandesa

     Confesso que nunca tinha ouvido falar deste livro e nem da autora até abrir um pacote lindo que recebi de amigo secreto no final do ano. Primeira impressão : - Nossa! Que capa linda! Segunda impressão : (Ao abrir o livro) Que diagramação! Uau!! Terceira Impressão : - Como assim? A Casa Holandesa é uma história de uma casa? A Casa Holandesa, de Ann Patchett,   é um livro incrível que fala sobre relações pessoais, sobre mágoas, pertencimento, expectativas e relacionamento entre irmãos. O foco inicial parece ser na vida de Maeve e Danny , irmãos unidos pelo amor fraterno e por uma série de tragédias pessoais. Na sinopse da história é falado o quanto a união dos dois pode prejudicar a vida de ambos,   mas na verdade o que eu senti em toda a trama vai além deste básico, a história nos mostra como a ausência modifica suas vidas, a falta da mãe, da casa, do pai, e todos os efeitos que as mágoas e a raiva reprimida pode provocar no ser humano. A história é narrada por Danny,

Good Vibes

         Querido leitor(a) ,   Que o seu ano de 2023 seja maravilhoso! Eu tinha escrito um texto completamente diferente para abrir as postagens deste ano aqui no Prosa Mágica, mas não posso me furtar ao fato de que coisas horríveis aconteceram aqui no Brasil, fatos nunca imaginados, nem por quem nasceu e viveu a infância e a adolescência durante o período da ditadura. Seria muito Poliana em postar o texto originalmente escrito. No entanto, mantenho o cerne do texto original inspirado em um vídeo que meu amigo Fernando enviou em uma sexta-feira gostosa e repleta de alegrias. No vídeo ele cantava a música do Jorge Ben Jor chamada “Que Maravilha” e finalizava com uma mensagem que nos leva a pensar a respeito do nosso olhar sobre a realidade. Para quem gosta de física quântica, sabe que no mundo do muito pequeno a forma como o pesquisador observa, muda o resultado da pesquisa. No mundo do muito grande também é assim, só que um pouco menos científico. A forma como você olha para as coisas,
 

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