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O Despertar do Universo Consciente

Este livro do Marcelo Gleiser estava na fila para ser lido, aguardando   o momento ideal já que alguns livros necessitam de uma atenção redobrada, de uma carinho extra, do momento em que podemos dedicar muito mais de nós mesmos para a leitura. A leitura não me decepcionou, muito pelo contrário, foi como fazer uma viagem através de reflexões e observações do cotidiano, que já havia realizado, mas que o livro coloca sobre outra perspectiva. O conteúdo de “O Despertar do Universo Consciente” pode se representar claramente quando ele nos afirma que: “A história da vida na Terra é a história da Terra com vida.”(...)”A Terra e a vida são como a serpente Ouroboro, que morde a própria cauda formando um círculo fechado: quando a vida se fixa num planeta, os dois formam um todo inseparável.” Pág. 191 Marcelo Gleiser, ao longo das duzentas e cinquenta e duas páginas, nos leva a uma jornada de Criação, de interação, do retorno à importância que a Terra havia perdido com o advento da de...
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As mãos e o cérebro

Outro dia vi um vídeo do Drauzio Varela falando da importância dos trabalhos manuais, das pessoas terem hobbies. Que usar as mãos para fazer algo como bordar, pintar, desenhar, construir peças de madeira, costurar etc., liberam neurotransmissores no nosso cérebro que nos dão prazer e também nos previnem de doenças. Na minha família sempre tivemos esse hábito. Minha mãe costurava, muito bem por sinal. Com os anos ela fez curso de pintura em tecido, bordava ponto cruz, fazia patchwork, ou seja, dentro do número limitado de horas que ela tinha sobrando sempre arranjava um tempinho para fazer algo diferente. Ela tinha uma cabeça muito boa e uma memória incrível. Acho que herdei dela essa vontade de usar as mãos para fazer algo. Já pintei telas, tecidos, painéis, bordei ponto cruz, fiz tricô e crochê, mas confesso que minha grande paixão sempre foi o desenho e o colorir (Além da escrita, claro). A escrita a mão também é uma atividade manual. Quando você escreve um diário, uma carta ou...

O velho, o novo e as pilhas

Enquanto a gripe não passa, sigo escrevendo no projeto caminhada, já que ele é mais um projeto de escrita que uma maratona física. Não vejo a hora de voltar a caminhar, muitos lugares para visitar e muitas ideias na cabeça para escrever. Mas, por enquanto a ordem é repouso, líquidos e leitura. Ontem parte da Europa sofreu um apagão. Fico imaginando o quanto uma situação dessa alçada é terrível. Aqui no bairro quando falta energia elétrica já é um caos, a internet fica bagunçada, a geladeira oscila e quase queima, a falta de comunicação com o mundo exterior é terrível. Então, vejo Portugal e Espanha ficaram sem nada, sem luz, sem internet, sem uma forma de se comunicar entre eles e com o mundo. Estão isolados, reféns de uma tecnologia grandiosa e ao mesmo tempo frágil. Já havia pensado nisso antes, mas percebo a importância crucial de se prevenir, como se esperássemos de repente uma guerra, um terremoto, um apagão de proporções inimagináveis. O que deveríamos ter em casa, por exem...

O ruído e o silêncio

Quarto dia de caminhada e um imprevisto me impede de seguir o cronograma. O que fazer agora? Falhar com os leitores e comigo mesma? Transferir para outra data com um pedido de desculpas? A dúvida não me corroeu por muito tempo, sigo para o shopping em frente de casa e realizo parte da caminhada por lá. Não é o ideal, mas a tarefa será cumprida. Caminhar em um shopping é como mergulhar em um planeta de ruídos, de luzes, de interferências que não nos deixa pensar. Quando uma ideia começa a surgir, uma vitrine, um som, uma luz mais vibrante nos tira do fluxo de pensamento e nos coloca em outra realidade. Será que os shoppings foram construídos exatamente com essa intenção? Será que o objetivo de não nos fazer pensar, de nos conduzir a compra sem reflexão é algo planejado por eles? Ou a ideia de um lugar para compras é uma recriação das festas dionisíacas que buscam mais o prazer que a razão? Não sei, mas sigo a caminhada sem parar em algum lugar específico, apenas ando por lá e te...

Árvores em movimento

Sigo para o 3º dia de caminhada e por sorte ele está bonito. O céu azul repleto de nuvens claras apresenta-se como uma luz. Escolhi a Vila Leopoldina porque o bairro sempre me chamou a atenção. Ruas recheadas de verde, um povo educado que passa pelas calçadas e te dá bom dia com um sorriso no rosto. É agradável caminhar por lá. Paro o carro na mesma praça, cuja banca de jornal resiste ao tempo e a falta de leitores. Sempre considerei as bancas de jornal um pequeno paraíso. É um lugar de deleite, no qual eu parava por muitos minutos e olhava as revistas, as manchetes dos jornais. Sempre saia de lá com pelo menos dois exemplares. Hoje em dia banca de jornal vende de doces até brinquedos. Para a tristeza de quem valoriza a cultura, os calhamaços de jornal parecem servir unicamente para suprir as necessidades dos Pets. Será que ninguém lê mais? Acerto o meu aplicativo de caminhada e começo a jornada que será leve por conta das incontáveis árvores que permeiam o bairro. Se tem algo que ...

A pequena loja de venenos

Este livro foi um presente de uma grande amiga. Li em pouco mais de dois dias. Na trama, que corre em dois tempos diferentes, no presente e no século XVIII, uma mulher do passado Nella se conecta com outra do presente Caroline, e apesar da distância que as separa ambas parecem viver os mesmos dilemas. Nella, a mulher do passado, manipula venenos e os vende apenas para as mulheres. A Caroline do presente é uma mulher com um relacionamento fracassado que perdeu sua identidade por conta de um amor. A principio você tem a sensação de ler um livro banal, cuja estória se conecta com outras muito juvenis. No entanto, com o passar das páginas é possível se conectar com um universo que pertence única e exclusivamente à nós, mulheres. (Não estou dizendo que este livro é um livro para mulheres, longe disso). Quando a autora coloca Nella vendendo venenos para que as mulheres possam se livrar de seus maridos, algozes terríveis que as maltratam, que as   têm como objetos de uso e descart...

O caminho se faz ao caminhar

Em meio ao caos e ao burburinho uma rua se abre para o sossego. Pode parecer impossível, mas um córrego de águas limpas corre por entre um fundo ferruginoso. É São Paulo? Sim, uma São Paulo que se busca e se esquece, uma cidade que brinca de esconde-esconde, um lugar que se desvenda para quem ama boas surpresas. Como as árvores revolucionárias, que resistem ao ar, ao vento, a construção de uma rodovia que, com certeza derrubou muitas delas. Elas parecem nos dizer: “juntas somos mais fortes”. E você acredita no que elas dizem. Mais a frente, já adentrando ao concreto, uma linha de Kalanchoes multicoloridos se enfileiram por uma calçada estreita para o pedestre, mas farta de natureza e de beleza. A cada olhar parece pulular algo que chama atenção. Uma árvore que  foi esquecida pelas podas assassinas surge imponente, forte, contrariando a ideia de que árvores velhas caem. Ela abre seu leque de folhas em um aconchego fresco da sombra. Sussurra convidativa enquanto nos oferece um ...

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