Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura, estreia na ficção com O Olho Mais Azul (1970), um romance que desmonta os alicerces da beleza, da identidade e do pertencimento dentro de uma sociedade racista e patriarcal. Ao narrar a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que deseja obsessivamente ter olhos azuis, Morrison não apenas denuncia as violências visíveis e invisíveis sofridas por pessoas negras, mas também revela as marcas profundas deixadas pelo preconceito internalizado. Uma infância esvaziada Pecola não é apenas uma vítima da pobreza material — ela sofre com a pobreza afetiva e simbólica que permeia sua família e comunidade. Sua busca por olhos azuis é, na verdade, uma súplica por amor, aceitação e dignidade. Morrison expõe o impacto psicológico do racismo ao mostrar que Pecola acredita que a feiura — e, portanto, sua desvalorização — está em sua aparência. O que ela deseja não são olhos azuis por vaidade, mas porque os olhos azuis, para ela, simbolizam ser...
Li uma postagem nas redes sociais que falava: “Comece dando uma volta; Comece lendo uma página; Comece gravando um vídeo; Comece gerando uma renda; Comece ajudando uma pessoa; Comece fazendo um exercício; Comece escrevendo um parágrafo etc.” Ela me fez refletir sobre a importância de começar algo, de não deixar para depois, de não encontrar desculpas para adiar o que deveria ter começado naquele exato instante. Seres humanos têm medo, por isso muitas vezes não começam. Em seu intimo acreditam que não são capazes de fazer aquilo, e com medo da decepção não fazem. Isso se reflete no cotidiano, no olhar para o mundo e para as coisas. Quando, erroneamente, você olha para o outro e vê que ele realiza e você não, percebe que seu lugar de ação talvez não esteja correto — e isso causa sofrimento. Provavelmente essa seja uma das maiores dores secretas de uma pessoa. Quando o autor da postagem instiga a começar dando uma única volta, ele es...