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Mostrando postagens de outubro, 2022

Círculos de Leitura e o Prazer em Ler

O prazer da leitura é algo inenarrável, como o bom leitor deve saber. É viagem sem sair do lugar, sem filas no aeroporto, além da vantagem de conhecer lugares que nenhum outro meio de transporte poderia nos levar. Ler é treinar empatia, pois um bom personagem sempre nos leva a identificação a viver temporariamente a vida dele, e com isso, compreendemos sentimentos e outras emoções pelas quais não passamos em nossa vida “real”. Quem lê sabe destes sentimentos, e também conhece o prazer despertado por assuntos novos, por lugares diferentes, por saberes que nunca nos chegariam se não fossem os livros de ficção. Então, ler é aprender, e esse aprender passa pelos quatro pilares da educação, pois aprendemos a aprender, aprendemos a fazer, aprendemos a conviver e principalmente, aprendemos a ser. Tudo isso compactado em páginas de um livro, que hoje pode ser de papel, digital ou audiobook. Porque digo isso? Pelo fato de existir outra vantagem na leitura, o compartilhamento. Os Clubes de

A Promessa da Rosa

Ler este livro foi uma experiência bem diferente. Em primeiro lugar, ele foi o primeiro livro que li no Kindle. Eu tinha certa resistência em ler neste dispositivo, mas confesso que gostei. A Promessa da Rosa, de Babi A. Sette me proporcionou uma gama de sentimentos tão diversos, que se não fosse a escrita talentosa da autora, eu nunca teria terminado a leitura. O inicio do livro me divertiu. Era como se Jane Austen estivesse viva e escrevesse sobre os costumes da sociedade de séculos passados, com a cabeça da mulher do século XX. Kathelyn Stanwell, a protagonista, é alguém voluntariosa, ousada, a frente do seu tempo, exatamente como nós, mulheres de 2022 nos imaginamos em uma história de época. A personagem é inteligente, sabe grego, conhece antiguidades e tudo isso conseguido à custa de seu próprio esforço. Kathelyn Stanwell é filha de um conde, está na época de debutar e ser apresentada a sociedade para conseguir um casamento, mas a personagem está disposta a tudo para não se

A Velhice é questão de opção

Às vezes eu passo a semana pensando no que vou escrever na Sexta de Prosa. Muitas vezes as ideias secam, e a culpa recai sempre nas agitações, na falta de criatividade e uma série de reclamações, que o leitor do meu blog bem conhece em sua vida cotidiana. Todo mundo tem um dia em que reclama de tudo. Esta semana, testando uma caixa de som que presenteei meu marido, encontrei um vídeo arquivado. Sabe aqueles vídeos matadores que você vê e imediatamente sente uma facada no estômago, simplesmente pela profundidade da verdade contida nele? Pois bem, de alguma forma o vídeo que vou compartilhar aqui nesta postagem foi parar dentro do meu computador. Provavelmente alguém que compartilhou no WhatsApp e guardei a mensagem. Para quem nunca ouviu falar, Wang Deshun é um senhor chinês, ator, modelo dentre outras coisas. Na época do vídeo ele estava com 80 anos (Não consegui descobrir a data da publicação). Nela, um senhor “sarado”, repleto de vitalidade, nos instiga a buscar nossos sonhos i

Mulherzinhas

Mulherzinhas é um clássico da literatura norte americana, escrito em 1968, por Louise May Alcott. O livro retrata quatro anos da família March através das histórias das irmãs Meg, Jo, Beth e Amy. Neste período o pai está lutando na guerra Civil Americana, e a mãe trabalha fora para sustentar as filhas. As irmãs são criativas e inquietas por natureza. A cada capítulo da trama conhecemos um pouco mais suas qualidades e seus piores defeitos. Cada uma delas parece retratar o anseio da mulher na época. Jo, nos remete a liberdade, a transgressão, ao novo mundo que ainda não existia. Meg é a mescla da visão tradicional feminina que une beleza e os anseios da “princesa”. Beth é a figura da caridade, do amor ao próximo, dos dotes do “lar”. A caçula Amy é a figura do criativo, da mulher como protagonista da arte. É muito interessante como elas se complementam, como elas parecem montar um mosaico que retrata a sociedade da época. O livro é divertido, intrigante, sem arroubos literário

A Humildade na Ciência

Abro um caderno de anotações de dois anos atrás e me deparo com a seguinte frase escrita por mim: “Fico aqui pensando em como essa humildade que a física quântica proporcionou aos cientistas pode nos ensinar em relação à vida.” Na época eu lia o livro A Ilha do Conhecimento, do Marcelo Gleiser , e me recordo da profunda impressão que esta informação me proporcionou. Ontem, ouvindo a gravação da última live do Marcelo Gleiser me lembrei fortemente disso tudo, e o quanto o mundo seria bem melhor se as pessoas tivessem esta consciência no cotidiano, porque afinal de contas, não é somente a ciência que nos ensina humildade, mas a vida também é uma boa professora. Não temos resposta para tudo, e diante disso, não podemos nos dar ao luxo de inventar respostas. Invenções devem ficar por conta da ficção, das diversas formas de arte. A vida pede pensamento analítico. Os maiores e melhores cientistas do mundo sabiam de suas limitações. Tem fatos que não poderemos ter respostas. - Exi

VII Festa Literária de Maricá – FLIM

A novidade do Prosa Mágica que a partir de agora irá publicar sobre eventos literários, não poderia iniciar de maneira mais honrosa. A FLIM não só é uma festa literária de relevância no cenário cultural brasileiro como está sediada em um lugar paradisíaco. Entre os dias 14 e 26 de outubro, na belíssima Maricá, município do Rio de Janeiro, acontece a VII FLIM com uma programação incrível. Nesta edição de 2022, Darcy Ribeiro será o patrono   e a escritora Conceição Evaristo a homenageada.     A escolha de Conceição Evaristo se dá pela ligação da autora com a cidade, mas não somente por isso. A escritora é um ícone da literatura contemporânea, com reflexões que nos permitem avaliar o presente e pensar o futuro. Não preciso nem falar da importância de eventos como este. Leitura sempre será a melhor forma de mudar o mundo e melhorar as pessoas. Neste ano mais de 80 editoras participarão da festa e entre os nomes confirmados na programação estarão Conceição Evaristo, José Pachedo, An

Enciclopédia Disney

Minha infância não foi recheada apenas de histórias de fantasia. Lembro-me bastante desta coleção de livros A Enciclopédia Disney, que foi lançada em fascículos  na década de 70 e que meu pai, pacientemente comprava nas bancas de jornal. No inicio, me lembro de olhar as figuras com atenção e carinho. Não só os desenhos da Disney, mas as incontáveis imagens que recheavam a coleção. A cada fascículo um novo tema, e brincando iamos aprendendo. Montar uma enciclopédia comprando os fasciculos semanalmente é mais ou menos como esperar ardentemente por um novo capítulo de uma série que está passando na TV. Era uma brincadeira aguardar a próxima revista. Cada volume continha uma quantidade de fasciculos e constituiam uma linha temática.   Arte, ciência, biologia, geografia etc. As crianças que já conseguiam ler na época do lançamento, puderam ir acompanhando semanalmente. Eu ainda era muito pequena para ler assim, então seguia olhando as imagens e quando completei 8 anos comecei a leit

O Sitio do Pica Pau Amarelo

Nesta Semana da criança eu vou falar de livros infantis, afinal de contas, o bom leitor inicia sua paixão na infância. Foi desta forma que eu me tornei uma leitora voraz. Dentre tantos livros que povoaram minha infância, um dos que me marcaram mais foi toda a série de 23 títulos da coleção de histórias de Monteiro Lobato, O Sitio do Pica Pau Amarelo. Não posso dizer que cresci cercada pelos personagens de Narizinho, Pedrinho, Emília, Dona Benta, Tina Nastácia, Visconde, porque era leitora de outras histórias, mas confesso que ler a coleção de histórias criadas por Monteiro Lobato aguçaram minha imaginação e me deixaram mais apaixonada por livros. Em Sitio do Pica Pau Amarelo você encontra muito mais que inocência e diversão, nas histórias tão bem escritas, aprendemos sobre ciência,   astronomia, mitologia, história, geografia, teatro e muito mais. Meu pai mediava algumas histórias, me perguntando o que eu tinha achado do que tinha lido. Não só me mostrava às estrelas para compl

Conto de Fadas

Como sempre, o mestre do terror e do suspense nos supreende com mais um livro de arrepiar. Desta vez ele busca a inspiração nos contos dos irmãos Grimm e apresenta uma história para testar nossos corações. Stephen King entrou em minha vida através de dois livros “Christine” e “A coisa”. Ambos foram devorados. O autor consegue apresentar um gênero, no qual não sou muito fã, que é o Terror de forma inteligente, pensada, e tão elaborada que sucumbi a sua forma de escrita. Desta vez Stephen King sofisticou mais sua obra, seu terror e suspense vem de arquétipos que povoam nosso inconsciente coletivo e nosso subconsciente. É para ler com a luz do dia. Não faça isso antes de dormir. A sinopse de divulgação do livro está tão boa que vou reproduzi-la aqui. “Aos dezessete anos de idade, Charlie Reade parece ser um garoto comum: pratica esportes, é um filho atencioso e aluno de desempenho razoável. Suas lembranças, entretanto, não são feitas apenas de momentos felizes. Após perder a mãe

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