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O papel e a letra

Quem já não se sentiu no inferno ao sentar-se diante de uma folha em branco e não conseguir escrever o que precisa? Conheço pessoas que não conseguem sequer escrever um recado. Isso é triste, mas é tão comum que ouso dizer, mesmo sem uma pesquisa estruturada, que a cada 10 pessoas, 9 se sentem travadas na escrita. Quando eu era mais nova não tinha problema para escrever. Pegava um caderno e escrevia onde estivesse, criava estórias sem medo, sem censura, sem me preocupar com nada. Era bom, era criativo. Quando comecei a trabalhar com a escrita, já exercendo minha profissão de publicitária,   descobri que aquele escrever sem medo era algo do passado. Você passa a ter medo de ser criativo, tem medo do julgamento dos colegas de trabalho, tem medo da avaliação do chefe, enfim, descobre que o medo é natural. Com o passar dos anos e a experiência descobri que escrever é um ato de coragem, que precisa e deve ser exercido cotidianamente, porque não haverá “musa” ou ferramenta de trabalho
Postagens recentes

Relevância

A última postagem do Sexta de Prosa foi inspirada em um e-mail hater que tinha recebido naquela semana. Sempre agradeço as oportunidades que me surgem na vida, mesmo nas piores coisas mora algo maior, que nos inspira e nos move para frente. Hoje ao sentar-me diante da folha virtual de meu Word lembrei-me dos comentários que um grande amigo faz sobre meus textos. Sempre comentários pontuais e reflexivos que me movem na busca pelo melhor. Lembrei-me da relevância. - O que escrevo tem relevância para alguém? É um texto muito pessoal sem a preocupação com a relevância? Confesso que fiquei intrigada com isso e fiz a leitura de algumas postagens e não cheguei à conclusão nenhuma. Venho de uma trajetória de trabalho que usava meu texto como ferramenta de propaganda. Trabalhei por anos em agência de publicidade e veículos de comunicação. Nestes lugares meu texto era focado na divulgação de um produto, serviço, pessoa e a relevância dele estava em servir aos propósitos de empresas e pes

Críticas? Não se deixe levar por elas.

Recebi um e-mail esta semana que me estimulou a voltar à escrita. Era um texto de caráter “super pessoal” no qual o autor (um grande escritor) conta um pouco de suas experiências, reminiscências de família, partindo das lembranças que um livro provocou nele. Tinha desanimado da escrita, verdade seja dita. Mesmo sendo escritora e professora de escrita criativa estou sujeita aos altos e baixos que todo ser humano passa em sua vida. O e-mail  com aquele texto incrível mudou o rumo. Fiquei refletindo sobre o caráter da escrita. Não a comercial, a escrita publicitária cujo texto sempre tem um objetivo de concretizar a venda de algo, seja um produto ou uma ideia. Penso na Escrita Criativa, aquela que constrói romances, contos, poesia, diários, cartas, artigos e crônicas de jornais e blogs. Não sou ingênua a ponto de pensar que nós escritores escrevemos ao léu, longe disso. Queremos ser lidos, gostamos da interação do leitor, de comentários, mas daí a pensar que o escritor, para ser lid

Como você está colorindo sua vida?

Queridos leitores e leitoras, convido você a fazer uma viagem comigo, uma viagem pelo mundo incrível das cores. Apertem o cinto e vamos lá: Na vastidão branca e inexorável de uma folha de papel, o lápis de cor se torna um pincel mágico, pronto para dar vida aos sentimentos que habitam nosso coração e nos levar aos lugares mais incríveis e inusitados que podemos imaginar. Cada cor, como uma poesia silenciosa, nos contará uma história única. A caixa de abre e de dentro um vermelho nos chama a atenção. É a cor da paixão que incendeia nossas emoções. Um traço intenso, como um batimento cardíaco acelerado, que nos leva a amar com fervor. É o calor que se espalha quando nos perdemos nos olhos de alguém especial. Você risca no papel e a cor pulsa “Tum-tum, Tum-tum” como um coração ritmado e feliz. Outra cor nos acena, nos convidando a uma viagem mais serena, é o azul do céu no dia mais claro e intenso, que acalma nossos pensamentos, que tranquiliza nosso olhar. E de um risco no papel se

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

Sempre quis reler este livro, mas não pude até hoje. Li pela primeira vez em 2015, com um exemplar emprestado por uma leitora devoradora de livros. Os anos passaram e apenas hoje adquiri um exemplar. Olho para ele acomodado sobre o cobertor ametista. Não me canso de olhar sua capa tão significativa, sentir o aroma do papel ainda novo misturado com a tinta de impressão que faz a magia do texto acontecer. Nenhum meio eletrônico supera essa emoção. - Difícil se despedir dele? - Sem dúvidas, por que Juliet, Dawsey, Isola, Amelia, Kit, Eben, Elizabeth e o incrível Sidney se tornaram meus amigos. E quando a última página se foi, é como se eles fossem embora para outra dimensão, um lugar que só posso imaginar, mas não acessar. “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” é a verdadeira literatura que te abraça, que te acolhe, não com recursos baratos e frase feitas, mas com gente de verdade, com sofrimentos reais, com alegrias verdadeiras, tão concretas que você consegue enxer

A Casa que anda e a vida secreta de Clarice Lispector

Em uma semana olímpica talvez ninguém, ou quase ninguém, se lembre que dia 25 de julho é o dia do escritor nacional. Acho estranho nos dividir em nacionais e internacionais, já que acredito que nós escritores somos uma nação a parte. Formamos um grupo acima das fronteiras não só físicas, mas as temporais. Se houvessem fronteiras temporais hoje não teríamos Shakespeare, Machado de Assis, Ovídio, Victor Hugo, Graciliano Ramos e muitos outros que já se perderam pelo passar dos anos e dos séculos. Porque Clarice no título? Não é por acaso. Clarice é o sinônimo desta mistura além das fronteiras. Uma Ucraniana que escreveu em português, que quebrou regras da escrita e que somente virou assunto novamente porque um pesquisador americano desenvolveu um trabalho sobre ela e publicou um livro biográfico incrível. Quer mais “alem da fronteira” que ela? Ontem mesmo, em um bate papo literário no qual Clarice estava incluída, falávamos sobre grandes escritores e sobre o papel deles, caso escr

E o troféu vai para a superação

Dois para lá, dois para cá. Cambré, panquecas, sapateados, picadinhos... e lá se foi o último dia do “dança dos famosos”. Chovia lá fora e na TV os ritmos ardiam em um show de talentos e de superação. Foram alguns meses acompanhando programação de alta qualidade que envolvia muita aula de ritmo, história da dança e jurados atentos ao mínimo deslize dos participantes. A final trouxe exatamente os melhores participantes, os que mais se esforçaram, os que transformaram pedra em flor. Foi a melhor final de todas até hoje. O troféu cairia bem nas mãos de qualquer um deles. Ganhou Tati Machado (Confesso minha torcida). Ganhou a razão, ganhou o publico que recebeu uma lição muito importante: - Nada é impossível quando nos dedicamos aos nossos objetivos. Digo isso porque Tati Machado não tem o perfil de uma dançarina, pelo menos não o clichê que se costuma construir de forma física. A apresentadora e influencer mostrou a todo mundo que a dedicação pode fazer transformações, que qualqu

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