Eu era muito pequena quando meu pai me mostrou as estrelas. Quantos anos eu tinha? Quatro, cinco anos, sei lá, mas lembro-me como se fosse hoje. Nós dois sentados em uma mureta, em frente a uma fábrica na rua onde morávamos no bairro do Limão. Foi um instante mágico ver todas aquelas luzinhas brilhantes, há uma distância tão grande que minhas mãozinhas não poderiam tocar que apenas meus olhos podiam alcançar de leve. A menina que olhava aquele bordado noturno não via as fadas, as bruxas, os deuses que a embalavam nas histórias de ninar, era uma garotinha que estava vendo pela primeira vez a ciência. Na força daquele momento a criança que existia em mim não compreendia a grandeza de tudo, pois como criança meu mundo era os pais , o irmão bebe e ela mesma. Aquele pequeno piscar de estrelas, pontuado pelo meu pai, trouxe mais que a pura poesia, a vida da garota que eu era seria para sempre marcada pela ciência. Papai, afeito a ciência, alguns anos depois em uma cozinha tod
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