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Mostrando postagens de março, 2023

Plaisanteries ou April Fools' Day, o importante é se divertir no 1º de abril

          Imagem Freepik           William Blake dizia que “Uma verdade que é dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar” . Sim, com certeza ele tem muita razão ao afirmar isso, mas nada justifica uma mentira. Será? Já Machado de Assis afirmava em sua obra Dom Casmurro que “a mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração”. Seja Picasso, Anais Nin e outras grande celebridades da história, todos falaram sobre a mentira, e a conceituação variou de execrável até a grandes louvores. No entanto, convenhamos, uma mentirinha de brincadeira que é descoberta, pode ser motivo de diversão, de alegria. Não falo do cotidiano, pois seria terrível viver de mentiras, mas de 1º abril, o dia consagrado a ela. Pensei em começar o nosso Sexta de Prosa com uma mentirinha, mas desisti. Tinha muita coisa para contar sobre a data que ocorre amanhã. Começo pelo tempo em que estudei na Inglaterra. Tive a sorte de vivenciar o dia da mentira ( April Fools' Day)

Desonra

     “Escrito com fluidez exemplar, o romance enfrenta problemas intratáveis da atualidade de um país subdesenvolvido.” O texto de Mário Sérgio Conto resume um sentimento que me perpassou durante toda a leitura. Desonra, do Premio Nobel de Literatura J.M.Coetzee, escritor sul-africano que escreve em inglês, é um livro estranho, perplexo, violento e lírico. É tão paradoxal que ao final você fica com a sensação de que a história não acabou. A trama se inicia com o professor e acadêmico David Lurie, cuja vida é extremamente racionalizada e burocrática, tendo um caso com uma aluna jovem. De repente, ele se vê em meio a acusações de abuso e quebra dos códigos acadêmicos. Julgado e convicto de que o que ele fez não é errado, David é expulso e vai viver com sua filha em um local miserável que ainda sofre os efeitos do pós-apartheid e da colonização branca. É um ambiente de ódio, ora velado, ora exposto nas mais cruéis atitudes. Lá, ele passa a compreender, de forma brutal, os efeitos d

Extraordinário

     Você pode estar pensando que o assunto deste livro já se esgotou, mas não. Nunca foi tão atual pensar e refletir sobre a trama do livro Extraordinário, da autora J.R.Palacio.   E digo com ênfase, o livro, porque é infinitamente superior ao filme. No filme, August aparece como uma inclusão, como alguém desprovido de capacidade, o que não é verdade. Quando você lê a trama percebe que a autora apresenta August como um garoto esperto, inteligente que nasceu com uma rara deformidade física que o prejudica na vida, mas não define quem ele é. No livro fica claro que August foi aceito pela escola por sua capacidade intelectual, não pela deformidade que possui, não por uma política qualquer de inclusão, mas porque ele é um menino inteligente com total vontade de aprender, pleno de sua capacidade física e mental. Beleza, neste caso, não faz nenhuma diferença. O que ficou bem interessante no livro (O filme não conseguiu mostrar isso com a força que deveria) é o ponto de vista de parte

É proibido morrer antes dos 80

          Não deveria ser permitido morrer antes dos 80 e mesmo depois, deveria ser necessária uma permissão especial, com assinatura e firma reconhecida. Também deveria ter três testemunhas e uma período de experiência mínimo de pelo menos seis meses. Passado este período uma licença seria expedida com prazo indeterminado. Se a pessoa quisesse usar só depois dos 100 anos, não haveria nenhum problema. A morte é algo natural, não tenho dúvidas disso, principalmente quando se pensa em alguém que viveu plenamente sua vida durante muitas décadas. Não deveria ser permitido morrer no meio do caminho, com o trabalho pela metade. Tenho pensado cada dia mais nisso, especialmente esta semana. O mundo está precisando de pessoas boas, de seres humanos ativos, alegres, bom astral. Por que tirar o que está fazendo falta? Deixa fazer hora extra. E, em pleno século XXI não deveria ter esta história de doença fatal? Não deveria existir isso.   Quando penso que o ser humano inventou as bombas e

Silêncio

Esta trama de Richelle Mead se passa em uma vila montanhosa da China Antiga. Os habitantes estão completamente isolados do restante do mundo. Como o platô onde vivem não é fértil, eles recebem sua comida por meio de uma tirolesa, em troca dos valiosos metais extraídos de sua montanha. No entanto, a comida é escassa, o povo que já é surdo começa a ficar cego também, e com isso a produção de metal vai caindo e os alimentos que eles recebem vão diminuindo na mesma proporção. Nesta aldeia, a sociedade é formada por castas: os artistas, os mineiros e os pedintes. A protagonista Fei é uma talentosa artista, que retrata diariamente a vida e os acontecimentos da comunidade – única forma da população ficar informada sobre sua aldeia. Nos últimos tempos Fei precisa retratar a miséria, a fome, a cegueira que abate-se sobre o povoado. Sua irmã, Zhang Jing, artista como ela, começa a ficar cega e corre o risco de se transformar em uma pedinte. No entanto, Fei, após um sonho estranho, começa a

Ser Mulher

       Ninguém nasce mulher, porque ser mulher é muito mais que possuir os atributos físicos característicos do gênero. Ser mulher não é ter filhos, ou seios fartos, tão pouco é ser curvilínea e menstruar mês a mês. Não, definitivamente não.   Isso é apenas o envoltório de um Ser muito mais complexo, criativo e abençoado que o Universo trouxe a existência. Ser mulher é se compreender como alguém que faz parte deste Universo, e como tal é responsável por tudo o que acontece de bom ou de ruim, no planeta. É ter o direito de chorar, de rir, de amar, de escolher o que fazer com sua vida, com seu corpo, com sua existência. Ser mulher é colocar o salto alto, se você gostar, ou o tênis, se for a sua escolha. É saber que a saia curta e o vestido justo não dão direito a ninguém de te abordar, de te julgar, por que é seu direito ser quem você deseja. Ser mulher é poder escolher ficar em casa cuidando dos filhos, se você quiser; ou então não tê-los. É poder exercer plenamente o livre-arbí

Qual é a importância da leitura em sua vida?- Parte 2

Na segunda-feira publiquei uma parte dos depoimentos que recebi sobre a importância da leitura na vida destas mulheres incríveis. Hoje apresento para vocês mais alguns depoimentos. São mulheres que constroem os espaços e os povoam com seus talentos e objetivos. Cada uma com sua profissão, suas características e também, com seus ideais de um mundo melhor.   Roberta Sztanderski Jornalista, Aromoterapeuta e Sommelier de Perfumes “Desde a infância, os livros estão   presentes na minha vida. Mas, foi no ensino   médio com muitas perguntas na cabeça, ávida   por conhecimento e vontade de explorar o mundo que a leitura   passou a fazer parte do meu dia a dia. Ela abriu portas para novas culturas,   mundos reais e imaginários, percepções   da vida cotidiana e para o aprimoramento   profissional. Por todo os momentos   felizes e conhecimentos que a leitura   me proporciona, posso dizer que   para mim, é uma das coisas mais prazerosas da vida.”   Tereza Cristina Buonacorso Public

O Dia Internacional da Mulher

          Hoje é o Dia Internacional da Mulher, data histórica que reverencia a luta pela igualdade de direitos e a liberdade de ser, “quem quiser, usar o que quiser e pensar o que desejar”, ou seja, uma luta pelo que é básico para o ser humano mas foi negado as mulheres durante séculos. A ONU oficializou esta data em 1975, tendo como base uma tragédia ocorrida com trabalhadoras de uma fábrica nos Estados Unidos que pediam melhores condições de trabalho e foram queimadas vivas. O assunto sobre a luta pelos direitos é intenso e extenso, mas não darei tanta ênfase a isso nesta postagem. Aqui, a inspiração será o título de uma reportagem da Folha de S. Paulo “ Lugar de mulher é na livraria” . O objetivo desta postagem é falar sobre a representatividade da mulher no espaço literário. Como seres humanos, dotadas de livre arbítrio somos autoras, atrizes e portadoras da cultura, e com ela exercemos não só diversos papéis, mas influências de todas as dimensões nos diferentes espaços do s

Qual é a importância da leitura na minha vida?

Chega a ser engraçado. Perguntei para muitas pessoas sobre a importância da leitura, e eu mesma não falei nada sobre o tema. Hoje, após escrever o “Sexta de Prosa”, senti uma vontade imensa de compartilhar.   A leitura faz parte da minha vida desde os tempos em que eu não sabia ler. Eu brincava de ler. Meu pai inventava histórias e nos entretinha com elas. Eu cresci cercada de livros. Através deles eu puder vivenciar uma diversidade imensa de vidas, de profissões, conhecer o mundo todo, de forma confortável e segura dentro da minha casa. As histórias e estórias têm esse pode enorme de nos preparar para o mundo, de se antecipar. Os livros, através de uma ampla gama de personagens e suas complexidades, ampliaram meu olhar e me tornaram mais empática, mais preparada para compreender e aceitar as diferenças e o   diferente. Então, em um momento que não sei dizer qual é, a leitura me fez extrapolar e neste instante surgiu a escritora, a vontade de compartilhar, de poder fazer pelo

A Última Livraria de Londres

Estamos em Agosto de 1939. Londres, assim como o resto do mundo  se prepara para a guerra enquanto Hitler varre a Europa com sua fúria. Grace Bennett, uma jovem do interior, sempre sonhou em se mudar para a cidade, mas nunca imaginou que faria isso no pior momento da história, quando a cidade estava transformada com sacos de areia, cortinas pretas nas janelas e onde antes havia belas flores agora existia um buraco para os moradores se protegerem dos ataques do inimigo. Grace nunca imaginou, que o trabalho glamouroso que esperava ter em Londres se transformaria em um emprego na Primrose Hill , uma velha livraria empoeirada dirigida por um senhor aparentemente rabugento. Em meio aos apagões, as fugas para os abrigos durante os ataques aéreos, Grace, que não era uma leitora até trabalhar na livraria, descobre o poder da narrativa para unir a comunidade de forma que ela nunca imaginou. Grace transforma a dor, momentos sombrios, em instantes de fuga através das histórias que lê a medida

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