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William Blake dizia que “Uma verdade que é dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar”. Sim, com certeza ele tem muita razão ao afirmar isso, mas nada justifica uma mentira. Será?
Já Machado de Assis afirmava em sua obra
Dom Casmurro que “a mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração”.
Seja Picasso, Anais Nin e outras grande
celebridades da história, todos falaram sobre a mentira, e a conceituação
variou de execrável até a grandes louvores.
No entanto, convenhamos, uma mentirinha de
brincadeira que é descoberta, pode ser motivo de diversão, de alegria. Não falo
do cotidiano, pois seria terrível viver de mentiras, mas de 1º abril, o dia
consagrado a ela.
Pensei em começar o nosso Sexta de Prosa
com uma mentirinha, mas desisti. Tinha muita coisa para contar sobre a data que
ocorre amanhã.
Começo pelo tempo em que estudei na
Inglaterra. Tive a sorte de vivenciar o dia da mentira (April Fools' Day) ou dia dos tolos. Lá é levado super a sério a
data. Amigos, chefes e os jornais praticam pequenas peças que tornam o dia muito
mais alegre e leve.
Como eu disse, nos jornais ingleses é comum
sair uma notícia falsa, algo muito bem disfarçado, que os leitores brigam para
ver quem consegue descobrir primeiro. Pode ser em uma nota, ou no meio de uma
notícia. Na época, depois de ler o The Guardiam inteiro, decidi que a notícia
falsa eram ratos do tamanho de gatos no Centro da Cidade. Achei aquilo um
absurdo, mas ao final do dia, fui informada que a notícia era verdadeira, para
meu desespero, porque tenho horror a ratos.
Aqui no Brasil a brincadeira parece ter
perdido força. Tem muitos anos que não ouço alguém pregar uma peça. Não consigo
imaginar uma Folha de S.Paulo, por exemplo, pregando uma peça em nós leitores.
(Em tempos de Fake News, aqui neste país isso seria muito perigoso)
Em terras brasileiras, a data foi
introduzida em 1828. Na época, um pequeno periódico mineiro noticiou a morte de
Dom Pedro. A partir de então, a brincadeira se incorporou as memórias do país.
Você já se perguntou qual seria a origem
desta data tão peculiar?
Dizem que foi na França, no inicio do
século XVI que as brincadeiras começaram.
Se você lembra bem das aulas de história,
até determinado período o calendário usado era o Juliano, e assim, o ano novo
acontecia no final de março. Os franceses comemoravam a data entre os dias 25
de março e o 1º de abril. Mas, veio o papa Gregório e mudou tudo, instituindo o
calendário Gregoriano. Nele, o primeiro dia do ano caia em 1º de janeiro.
Claro que os franceses se revoltaram, e se recusaram a comemorar a data dentro do novo calendário. Como sempre tem alguém que gosta de fazer bagunça e no intuito de ridicularizar a atitude dos franceses, algumas pessoas, no final de março, começaram a enviar presentes esquisitos, convites de festas que não existiam, e toda a sorte de gozações. Estas brincadeiras eram conhecidas como plaisanteries e deram origem a data que conhecemos hoje.
Seja com o nome de plaisanteries (França),
April Fools' Day(países de língua inglesa), Aprilscherz (Alemanha) a data serve como um momento de distração, de
conexões e fortalecimento das amizades.
E
você, já decidiu qual será a peça que irá pregar amanhã?
Eu
já decidi a minha.
Um
lindo final de semana! Divirta-se no primeiro de Abril.
Vejano site da History outras histórias sobre o dia da mentira.
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