Da multidão fez-se o silêncio, tão profundo, tão comovente, como eu nunca tinha visto em minha vida. Aquelas centenas de pessoas, do outro lado do mundo abaixaram suas cabeças e congelaram o tempo naquele momento. Nada se movia, ninguém ousava dizer uma palavra. Naquele instante eu ouvi o silêncio. Foi este silêncio que se abateu sobre mundo com a profunda dor de perder tantas vidas em um acidente estúpido. Foi o silêncio que dizia que algo mudaria dali em diante. E, como em um passe de mágica tudo parecia transformado. O mundo se tingia de verde, um verde de esperança; as pessoas, os times, os dirigentes de clubes foram tomados por uma vontade de amar e ajudar o outro, o Chapecoense, que perdeu não só vidas, mas todo o seu time e o seu futuro. Por um instante, ao ler sobre tanta boa vontade, tanto carinho, voltei a acreditar que o mundo poderia mudar, e que talvez, metaforicamente falando, jogadores e jornalistas desencarnados sobrevoaram a Terra, uma última vez, para espalhar