Pular para o conteúdo principal

É proibido morrer antes dos 80


        Não deveria ser permitido morrer antes dos 80 e mesmo depois, deveria ser necessária uma permissão especial, com assinatura e firma reconhecida.

Também deveria ter três testemunhas e uma período de experiência mínimo de pelo menos seis meses. Passado este período uma licença seria expedida com prazo indeterminado. Se a pessoa quisesse usar só depois dos 100 anos, não haveria nenhum problema.

A morte é algo natural, não tenho dúvidas disso, principalmente quando se pensa em alguém que viveu plenamente sua vida durante muitas décadas. Não deveria ser permitido morrer no meio do caminho, com o trabalho pela metade.

Tenho pensado cada dia mais nisso, especialmente esta semana. O mundo está precisando de pessoas boas, de seres humanos ativos, alegres, bom astral. Por que tirar o que está fazendo falta? Deixa fazer hora extra.

E, em pleno século XXI não deveria ter esta história de doença fatal? Não deveria existir isso.  Quando penso que o ser humano inventou as bombas e mísseis super modernos e que estão matando tanta gente nas guerras, onde estão as boas cabeças para finalmente encontrar a cura para doenças terríveis, como o câncer?

Fica decretado que é proibido morrer antes dos 80. Não existem leis para tudo? Impostos? Obrigações? Onde estão os políticos que ainda não se reuniram para criar mais esta legislação?

A morte é natural, eu sei, também tenho consciência que não é o fim, mas a transformação, a mudança. No entanto, todo este saber cai por terra quando uma amiga vai embora, levada antes da hora por uma doença vil, sorrateira e obscura.

Você ouve aqueles chavões horrorosos:

“A vida é fugaz”.

“Nada é permanente.”

“Deus chamou.” (Esse é o pior de todos)

E, depois de ouvir tudo isso, você olha para as fotos da pessoa sorrindo, da confraternização, da alegria envolta e se lembra de momentos, de palavras e conversas trocadas. Tudo isso me faz crer, cada vez mais, que não deveria se morrer antes dos 80.

A existência de cada ser neste planeta é um presente para toda a humanidade, que deve ser respeitado, venerado e compartilhado. Não deve ser deixado de lado nunca, porque infelizmente ainda não criaram uma lei proibindo as pessoas de morrerem cedo.

Então, já que isso não é possível, vamos aproveitar cada instante e nunca deixar para amanhã. Pegue o celular agora, ligue para alguém querido, vá tomar um café com esta pessoa, vá ao museu, diga que a ama. Porque a vida é como a água que tentamos segurar com as mãos, por mais esforço que façamos nunca conseguiremos contê-la por muito tempo.

E já que hoje é sexta feira, com toda a prosa do mundo, aproveite para desfrutar de todos os seus momentos, com alegria e gratidão.

Um lindo final de semana!


IMPORTANTE: A idade de 80 anos é apenas uma referência. O texto se refere a mortes estupidas que ocorrem antes da hora.


Comentários

Postar um comentário

Obrigada, seu comentário é muito importante.
Caso vá comentar no modo anonimo, por favor assine seu comentário.

Obrigada pela participação.

As mais vistas

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, assim como o brilhante Robert Langdon, a sua opinião vai se transformando lentamente, e passa de pura revolta a admiração. É genial a manipulação que Dan Brown consegue fazer c

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza que são apresentadas. É um livro em camadas, que pode ser avaliado sobre vários aspectos que se complementam. Pandora, por exemplo, é o

O Símbolo Perdido

Autor: Dan Brown Tradutor:   Fernanda Abreu Editora: Sextante Ano de Lançamento:  2009 Número de páginas:  490 Avaliação do Prosa Mágica: 10 Uau!! Cheguei ao fim com a impressão de ter ficado sem respirar por todas as páginas. O ano mal começou e já tenho um livro para a lista dos mais queridos de 2014. Não é possível que ele seja superado por outro. Você não precisa ser exatamente um amante de simbologia antiga, ou maçom para gostar da história, mas se for com certeza a trama terá mais sabor. Dan Brown desfila através das palavras todo seu talento em “fazer textos” que envolvem, prendem  e deixam marcas. Alias, a palavra é a tônica da trama. Mais uma vez Robert Langdom se mete em uma enrascada. Quando é supostamente chamado por um amigo para dar uma palestra em Washington, acaba descobrindo que foi usado para decodificar um antigo segredo ligado a maçonaria. A Pirâmide Maçônica, material de incontáveis sites e blogs na internet toma vida e as peças que pare

Seguidores