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Mostrando postagens de novembro, 2023

Uma escritora que nos surpreende

Clície Maria Covizze Alvarez nos surpreende sempre. Os atributos desta escritora são incontáveis. Pedagoga, professora de história, matemática, filosofia, psicologia geral e educacional no ensino fundamental e médio. Poetisa e amante da música, ela é   formada em piano e criadora de um método educacional com livros próprios, que utilizava o computador, para o ensino das diferentes matérias dos cursos da pré-escola ao fundamental. (3 aos 14 anos). Claro que Clície também é mulher, mãe e avó e com um talento nato para a escrita. Seu livro de estreia Sonho e Realidade foi um sucesso ( veja a resenha aqui ) e encantou a todos com a criatividade e os personagens fortes e reais criados por ela. Em breve ela lançará Desejo e Magia , o segundo livro da trilogia “ A vida continua ”. O livro já está na gráfica e em breve estará à disposição do leitor. Confesso que não vejo a hora de ler. Ela deu uma entrevista deliciosa para o Prosa Mágica que reproduzo na integra abaixo e também me revel

Na varanda do apartamento

Quarta-feira, semana que passou, cinco amigos de longa data se encontram do alto do 16º andar de um prédio no Tatuapé. Olharam-se, sorriram, abraçaram-se como se não houvesse tantos anos passados. Os olhos estavam recheados de emoções, de amor, saudades e um sentimento de pertencimento tão forte que era possível sentir os nós que os atavam. O coração, esse sim batia forte, antes, durante e depois, dividido entre a expectativa, o encontro e a despedida. O adeus foi dito com o gosto de “te vejo amanhã”. Sabíamos que não era verdade, cada um tem uma vida a ser vivida, já não estávamos mais na faculdade. Amigos, desses que nos dizem o que precisamos ouvir, na hora certa, na dose certa, da forma correta.   Seres que fazem parte do que somos hoje. Quem eu seria sem eles? Muito menos do que sou hoje. Menos sábia, menos alegre, menos ativa, menos eu mesma, porque sou eu mesma na medida em que cada um deles é. O encontro foi breve, breve para o tamanho da amizade que não tem medidas

Uma Questão de Química

Talvez nós, mulheres que nascemos nas décadas de 70, 80 e 90 não valorizamos muito todo o legado de uma geração anterior que lutou, batalhou por um mundo melhor. Como alunas das escolas, nos irritávamos com nossos professores de química ou outras disciplinas, sem saber que era um “presente” que nos foi legado por gerações anteriores. Que aquele conhecimento poderia ser libertador, que aquele conhecimento havia sido negado às mulheres durante séculos. Uma Questão de Química, livro de estreia da autora Bonnie Garmus, que debuta aos 65 anos no mercado editorial, nos traz exatamente isso: a luta das mulheres para serem respeitadas na ciência e em outras áreas da sociedade. É um livro que contém uma premissa muito diferente do que se tem lido por aí em aspectos abordados pelo feminismo. A autora foi criativa e inovadora rompendo uma bolha de textos áridos sobre o tema. No centro do romance está Elizabeth Zott, uma talentosa química, autoconfiante e imune às convenções sociais, “uma mu

Cenas do Cotidiano

Às vezes, você só precisa estar atento aos detalhes do cotidiano, aos pequenos gestos que dizem muito mais que este amontoado de palavras. São gestos que emocionam, que iluminam nosso dia, que nos trazem uma esperança neste mundo tão tumultuado por guerras e ódios. Nos meus cursos de Redação Criativa sempre digo para os alunos prestarem atenção ao cotidiano, aos pequenos gestos que dizem muito. Eles são fontes de inspiração para escrever. Sábado que passou estive em uma festa, destas de família que você se senta e conversa muito. A televisão quase sempre está ligada, a cozinha nunca fica vazia e o cachorro circula por alguns convidados em busca de carinho. Uma boa festa de família é sempre assim, com uma ou duas variações, mas o que une é sempre o reencontro, o bate papo e o clima de alegria. Não posso negar que desta vez a comemoração estava para lá de cor de rosa. Eu observo muito nessas ocasiões, já criei muitas cenas perfeitas para minhas histórias apenas abrindo meu olhar

Lavoura Arcaica

Começo esta resenha dizendo que não é fácil ler este livro, que seus parágrafos homéricos, sua pontuação estranha nos impedem de mergulhar em uma leitura prazerosa. Lavoura Arcaica não foi escrita para o prazer, definitivamente. Raduan Nassar construiu sua narrativa de forma que ela se complemente com a trama densa, excessivamente bíblica, e ao mesmo tempo com toques de tragédia grega. Este livro é de 1975 e nele você se depara com a história do personagem André, o filho de uma família rural que vive sob o comando de um pai excessivamente tirano cuja vida se pauta por uma moralidade dogmática e sem limites. André sai de casa em busca de seu próprio eu e se joga em uma pensão imunda. O irmão mais velho, Pedro, vai atrás dele em uma tentativa de levá-lo de volta ao lar. Neste estágio da trama André transita em um looping temporal no qual você se depara com os problemas, as dúvidas e as culpas deste personagem, que parece ter se afastado da família por algo que nem mesmo ele sabe.

Eta Cafezinho Bom!

São 7 horas da manhã e já estou escrevendo. Daqui da sala posso ouvir o café passando na cafeteira elétrica. Ouço barulho que a água faz ao sair da cafeteira e o gotejar lento do café na jarra. Não posso sentir o aroma, aquele cheirinho bom que nos traz um turbilhão de memórias. Das manhãs da adolescência em que acordava e não precisa me preocupar em fazer meu próprio café. Do líquido negro preparado pela minha mãe com muito amor e a dose certa de açúcar. Dos finais de semana em família que sentávamos a mesa e o aroma do café impregnava a cozinha enquanto meu pai, meu irmão, eu e minha mãe conversávamos à mesa em uma refeição agradável. Café também tem um toque de amor, quando o marido aguarda pacientemente que eu me levante da cama e passa um café fresquinho para uma refeição alegre, que na maioria dos finais de semana dura uma hora de bons bate papos. É bom sentir o aroma do amor mesclado ao do café. Antigamente você ia à casa de alguém, fazer uma visita, e logo recebia uma del

O Milagre da Manhã

Como todos sabem Autoajuda não dá para analisar como literatura, pelo menos 99,9% do que escrevem não chegam nem perto disso, mas vendem horrores. O Milagre da Manhã foi citado em um curso que estou fazendo e decidi ler, como boa curiosa que sou. Em primeiro lugar eu gostaria muito de compreender o mecanismo que leva milhões de pessoas a comprar estes livros, como se eles trouxessem a descoberta da América. Fico imaginando se cada pessoa que comprou, leu e se envolveu com livros como O Segredo , Como ficar milionário etc., se eles realmente se tornaram as pessoas plenas, ricas e totalmente bem colocadas na vida. O mundo estaria maravilhoso hoje se isso tivesse acontecido. Dito isso para que fique bem claro minha posição sobre o assunto, falarei sobre O Milagre da Manhã , um livro que arrastou milhões de pessoas em todo o Planeta a aderir às técnicas de Hal Elrod. No livro ele nos leva a crer que acordar antes das 8 horas da manhã fará milagres em nossa vida, e que não importa qu

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