Uma espiadela nas redes sociais, e entre tantas bobagens, fake news assisto um vídeo italiano de senhorinhas em uma mesa de almoço, amigas com certeza, felizes. Bebem seu vinho, comem seus pratos apetitosos e trocam maquiagens. Uma cena alegre e que, sem dúvida, quebra preconceitos.
A empresa que ousou fazer isso foi a Kiko
Milano, uma marca italiana pontuada pela qualidade e bons preços na Europa.
A quebra de tabus é nítida. Mulheres acima
dos 50 anos são tidas como velhas. Não devem possuir uma vida social muito
intensa, ter amigas e a maquiagem deve se restringir aos incômodos bastões que
servem para tudo, batom, base, blush, sombra.
A Kiko vai na contramão de tudo isso. As
senhoras da propaganda, que devem ter bem mais de 70 anos, usam suas finíssimas
sombras em pó, seus desejados gloss e
cremosos batons, que são o sonho secreto de todas as idades que curtem uma boa
maquiagem.
A imagem me remeteu a adolescência, quando
nos reuníamos com as amigas para trocar os batons, esmaltes, sorrir e falar dos
assuntos que pertenciam ao nosso tempo. Sentíamos-nos lindas, poderosas e com a
vida toda pela frente.
As mulheres da Kiko Milano reproduzem este
cenário, um lugar de alegria, de compartilhamento, de se sentir bem com a idade
que possuem. Afinal, não sei quem disse isso, mas é verdade “cada idade tem a sua beleza e seu encanto”.
Eu não tenho dúvidas que essas mulheres
olham-se no espelho e reafirmam sua autoestima. São belas, humanas na essência e
compreendem, fruto da experiência, que o mais importante desta vida é
compartilhar momentos.
Outra campanha que me chamou a atenção pela sua relevância em um momento em que o mundo grudou os olhos nas telas e
parou de olhar para si mesmo e para os outros foi a da Vivo. Nela, a atriz
Denise Fraga sai pela rua convidando as pessoas a deixarem as telas de lado e
parar, respirar, olhar o mundo a sua volta, olhar nos olhos. Compartilhar abraços.
É interessante a contradição da mensagem
com o produto. Uma empresa de telefonia, cujo interesse é vender pacotes de
internet, nos convida a desconexão deste mundo virtual e a conexão com o real.
Pensando bem, nada melhor que parar, ouvir
o som do silêncio, observar a folha da árvore que cai lentamente em uma dança
que nos lembra de que a leveza e lentidão não são sinais de preguiça ou de
procrastinação, mas sinônimos de encontro, de nos conectar conosco e com as
pessoas de forma direta.
A campanha vai incomodar, com certeza,
porque ela se utiliza exatamente do artifício da lentidão em suas cenas, da
forma como falamos com as pessoas a nossa volta sem os artifícios do ritmo
alucinante que as telas e a modernidade possuem.
Ambas as campanhas me chamaram a atenção pela sua relevância nos dias de hoje, na necessidade urgente que temos de parar, respirar, olhar para o mundo sem os filtros de uma tela, arrumar tempo para os amigos, para compartilhar momentos alegres, que podem até ser “bobos” a primeira vista, mas que preencherão nosso ser com o que realmente nos interessa nesta existência: Ser.
E, nesta energia de perceber (o mundo, as
coisas) e conceber novos momentos que nos conscientizamos de nosso papel na
construção da humanidade.
Então, que tal neste final de semana marcar
um encontro com as amigas? Comprar aquele gloss
que você tanto sonha e não tem coragem? Sentar em um banco de jardim ou
parque e olhar ao redor?
Meu convite hoje é para que você pare, olhe
e compartilhe sua alegria de viver.
Um lindo e maravilhoso final de semana.
FOTOS: Print de tela do
comercial italiano.
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