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Chegamos ao apocalipse?


É só disso que se fala. Você abre o jornal, liga a TV, ouve o rádio e o assunto é conflito no mundo. É pais que invade o outro e depois quer impor suas regras. É presidente que se acha dono do mundo e coloca seu próprio país contra ele mesmo. É o primeiro ministro que tem ações desumanas se pautando em uma causa justa, com atos injustificáveis. É homem que mata mulher como se estivéssemos na idade da pedra; são pessoas que pegam o carro e saem que nem loucas matando os pedestres ou outros motoristas, é uma insatisfação total que se pauta pela intolerância, pelo preconceito e pela falta de olhar o outro como a si mesmo.

Teremos guerra? Chegaremos ao fim deste século vivos? E caso cheguemos, haverá planeta intacto para os vivos? Posso confiar na pessoa que está ao meu lado? Se eu sair de casa será que voltarei?

A sensação é de viver uma era de incertezas, de estar andando em um túnel escuro cujo final não temos ideia de onde vai dar.

A Europa tem alertado seus cidadãos para ficarem preparados para uma eventual guerra. Mochilas com provisões para alguns dias, lanternas, radinhos de pilha, remédios etc. Um kit de sobrevivência. E faz sentido, porque o conflito está localizado a porta deles.

Já no Brasil estamos longe, e muitas das orientações não fazem sentido para nós. No entanto, precisamos nos preparar psicologicamente. Precisamos reavaliar nosso olhar para as notícias, nos preocupar com o que publicamos nas redes sociais, com o que falamos em nossos grupos de mensagens. É necessário pensar que a minha opinião sobre determinado tema pode fazer muito mal quando divulgada pela internet. A exemplo disso temos as pessoas que indevidamente falam mal das vacinas. Fico imaginando a responsabilidade que elas estão trazendo para si mesmas, pelas mortes e doenças de outras pessoas que acreditaram nelas e deixaram de vacinar os filhos.

 É preciso lembrar-se sempre,  o que afeta o outro do outro lado do mundo também nos afetará. É a visão sistêmica, que o físico Fritjof Capra brilhantemente nos explicou em seu livro “A Visão Sistêmica da Vida”. Quer um exemplo, acorde irritado e perceba que todos as sua volta estarão meio irritados, e tudo parecerá mais difícil ao longo do dia. É sistêmico.

Esta postagem não é algo negativista que vem trazer o apocalipse, apenas uma constatação que estamos vivendo momentos complexos, que poderão ser extremamente ricos para nosso crescimento se soubermos lidar bem com eles.

Todo crescimento passa pelo autoconhecimento, pela forma como a pessoa se vê. Quando olhamos para nós mesmos livres de qualquer amarra, podemos enxergar nossas virtudes e principalmente nossos defeitos. Para crescer é necessário reavaliar nossos defeitos, buscar a mudança que nos trará com certeza, uma versão melhorada de nós mesmos. Nossa versão 2.0.

Esta nova versão, com certeza, não tentará fazer as pessoas engolirem nossas ideias, nossos preconceitos, mas nos fará mais ouvintes e conscientes de que precisamos respeitar a individualidade do outro.

Como eu disse anteriormente a ideia não é fazer uma postagem depressiva, mas reflexiva, em uma profundidade que um blog literário permite.

O que você está fazendo de sua vida? Como pode melhorar? Como as redes sociais estão afetando e destruindo o seu dia?

Pense nisso, e aproveite o final de semana ao lado de pessoas reais. Saia, sorria, olhe as árvores, os pássaros, a vida, tome uma taça de vinho ou não, leia um bom livro, ligue para alguém, sorria para o balconista da padaria. Tenha o olhar de uma criança e o pensamento de alguém que já viveu muitos anos.

Um lindo final de semana. E, se for a Feira do livro no Pacaembu, me conta como foi.

 

Foto: Quadro surrealista de Salvador Dali. “A persistência da Memória”

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