Pular para o conteúdo principal

A idade média não acabou

Houve um período em que a igreja católica queimava supostos bruxos e bruxas. Houve outro em que eles queimavam livros, como foi o caso da obra de Alan Kardec. Como se não bastasse, hoje algumas religiões proíbem os livros nas escolas. É o retrocesso.


O Brasil apoiou um candidato que acha normal queimar livros (ainda bem que ele não ganhou). O ex-presidente George W. Bush não deu uma medalha a J.K.Rowling acusando-a de incentivar a bruxaria. Escolas americanas retiraram, a pedido dos pais, os livros de Philip Pullman de suas bibliotecas.
O que nos parece é que há uma campanha pelo retrocesso do conhecimento e da liberdade de escolha, justamente quando o mundo começa a democratizar a globalização.
Os Estados Unidos, travestido de país livre, possui um nível muito alto de atitudes contrárias a liberdade patrocinada pelas religiões que derivam do protestantismo. Há pouco tempo atrás, alguns estados americanos queriam trocar o ensino do evolucionismo pelo criacionismo, em uma tentativa clara de subjugar a ciência em detrimento da religião.
Em um mundo cada vez mais globalizado, onde o ser humano aprende que precisa da ciência, que o conhecimento é importante, até para que ele se torne uma pessoa melhor, não é possível que se pense em queimar e proibir livros.
Concordo que existe idade para tudo. É claro que ninguém irá dar um livro adulto para uma criança ler. Mas, como já disse ontem, a criança precisa aumentar sua criatividade através do mundo misterioso e mágico que histórias infantis proporcionam. O mesmo vale para os adolescentes.
É absurda esta tentativa de tirarem livros das escolas para que as crianças não leiam. É um contra-senso. Alias, só para conhecimento do leitor, o mesmo já aconteceu com os livros de Harry Potter e outras inocentes histórias.
Por que falar tanto de nosso vizinho norte americano? É importante alertar, por que se as coisas estão neste estado lá, fatalmente chegarão aqui no Brasil. Precisamos nos preparar para que a nossa liberdade de ler, escrever, pensar e falar não seja coibida. Nós já temos um caso – o jornal O Estado de S.Paulo, e não gostaria de ver facções religiosas pressionando o governo para proibir Monteiro Lobato nas escolas porque fala de Sacis, Mula sem Cabeça e a Emilia, que faz mágica; nem Maria Clara Machado por falar, claramente de um mundo mágico.
É preciso estar alerta.

Comentários

As mais vistas

A princesa dos olhos tristes

Se vocês me permitem um pequeno comentário intimo, há uma “mania” na família de minha mãe de colocar nome de princesas nas filhas. Naturalmente começou com a minha, que me batizou de Soraya (em homenagem a princesa da Pérsia, Soraya Esfandiary Bakhtiari), depois minha prima batizou sua filha de Caroline (Homenagem a filha da belíssima Grace Kelly, rainha de Mônaco) e alguns anos depois, meus tios colocaram o nome de Anne (princesa da Grã Bretanha), em minha prima. Então é fácil imaginar que vivemos em clima de “família real” boa parte de nossa infância e adolescência. Mas, de todas as histórias reais, a que mais me intriga e fascina é a da princesa da Pérsia, por ter sido uma história de amor com final infeliz, mas não trágico. Soraya foi a esposa e rainha consorte de Mohammad Reza Pahlavi, Xá da Pérsia. Conheceram-se na França, na época em que Soraya fazia um curso de boas maneiras em uma escola Suíça. Logo ela recebeu um anel de noivado com um diamante de 22,37 quilates. O casamento ...

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, as...

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza...

Seguidores