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Cinderelas, Belas Adormecidas e outras Bellas

Eu fico pensando nessas mulheres das histórias de ficção tão criticadas, tão injustiçadas pela comunidade de psicólogos e psicanalistas de plantão.
Imagine-se na idade média... já faz algum tempo! Muito tempo, mesmo que algumas pessoas hoje insistam em ter atitudes daquela era. Conseguiu imaginar.
Se você conhece um pouco de história sabe que naquela época o feudalismo era forte e que existiam única e exclusivamente duas classes: Os senhores feudais, ricos, e os camponeses (vamos chamá-los assim para ficar mais fácil.
Agora, tirando Hollywood da história, onde todos parecem ser muito lindos e adoráveis, você descobre que tudo era muito sujo, grosseiro, pobre. Havia inclusive uma lei muito absurda, de dava ao senhor feudal o direito de desfrutar da primeira noite de casado de cada uma das camponesas virgens. Imagina o que era isso!!! Estupro legalizado.
Pois bem, naquela época, quem parecia um pouco melhor, algo como o paraíso? É óbvio que são os reis e príncipes. Então, por que será que estas histórias de meninas pobres que se apaixonam por príncipes existem? Não será que esta era a única alternativa que elas tinham para sair daquela vida medíocre e horrorosa?
Então, para que sacrificar as coitadas das histórias, que tiveram sua força em uma época onde a mulher não tinha direito nenhum e sonhar com um príncipe era a melhor coisa que podia fazer. Chamá-las de “idiotas” é a coisa mais absurda que já vi.
Escrevo isso hoje por que andei lendo um monte de bobagens. As pessoas confundem o direito da mulher com um feminismo barato. Na maioria das vezes quem faz isso não são as mulheres, mas homens mal informados.
Hoje sentimentos como amor, amizade, renúncia voluntária tornaram-se sinônimo de dominação. Outro dia eu vi uma crítica absurda sobre um famoso filme que está em cartaz. O autor da crítica chamou a personagem de algo parecido como misógino e sua entrega ao namorado de doentia. Então, eu fico pensando... amar saiu de moda?
A mulher livre e independente ama, se entrega, sofre, trabalha fora, escreve blogs, twitters, livros, cuida da casa, dos filhos, passa esmalte nas unhas, batom, sombra, rímel.... chora por que a unha quebrou exatamente na hora que estava saindo para a festa. A mulher livre vota, escolhe seu candidato, crítica o governo, escolhe um partido. Lê o caderno de Economia no jornal e depois segue para o horóscopo para tentar adivinhar o futuro.
Essa mulher absolutamente livre escolhe o que quer da vida, com liberdade e consciência, mesmo que seja viver eternamente ao lado de seu “príncipe encantado”.

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