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Não atribua a si mesmo os fracassos que não lhe pertecem

Fico pensando sobre a essencialidade de uma nova vida, de novos tempos e nesse vagar não consigo encontrar nem rastros de consumismo, de “ter”, de parecer. Um novo tempo pede sempre o Ser, o fazer, o transformar interior.
Então marcos, datas e tudo mais passam a não ter muito sentido apesar de ainda precisarmos destas marcas, destes pontos de partida. Além disso, as listas de promessas e desejos são infindáveis, os pedidos múltiplos, mas a verdadeira força de realização é o único elemento necessário para este novo ciclo.
O que você pediu para o ano novo? O que você prometeu para o ano novo? Quem é o ano novo?
Esta entidade sem rosto, sem personalidade, sem vida própria será única e exclusivamente a “alma” que colocarmos nela, o que fizermos e o que pretendemos.
Nem sempre o que queremos é o melhor para nós, nem sempre depende única e exclusivamente de nós. Há alguns meses ouvi um amigo dizer em público, que “só não consegue emprego quem não quer, quem é vagabundo”. Essa frase me levou a uma longa meditação.
Em primeiro lugar pela falta de essencialidade, por ser absolutamente datada e sem nenhuma profundidade de pensamento. Vamos avaliar da seguinte forma comparativa:
Quando uma pessoa promete que irá perder 10 quilos ao longo de um ano, em boa parte dos casos a única força de ação que irá mover a roda para o sucesso ou fracasso será a própria pessoa. Exceto nos casos de problemas graves de saúde, quando o médico é fundamental no processo, a perda de peso depende única e exclusivamente da pessoa que possui o desejo. Concluo que o fracasso é conseqüência da falta de ação.
Então partimos para outro desejo de começo de ano “mudar de emprego ou arranjar um”. Exceto em casos muito especiais, conseguir um trabalho depende 50% da pessoa que busca e 50% da que oferece a vaga. Se você faz os seus 50% com empenho e o outro “não vai com a sua cara, você passou da idade, tem experiência demais para o cargo ou total falta dela” e o contrato não é efetuado, de quem é a culpa?
Quando avaliamos as situações neste nível de detalhe, percebemos que muitas vezes atribuímos nossos fracassos a situações que não dependem só de nós, que precisam da participação intensiva do outro. Casamentos são assim, contratos de trabalho são assim, trabalho voluntário é assim, amizades... etc.
Então, qual é a verdadeira promessa de ano novo para 2011?
Em primeiro lugar não julgar o outro e depois, não prometer o que você não pode cumprir sozinho.
Quando pensamos assim avaliamos com mais verdade nossos sucessos e apagamos de nossas listas uma infinidade de fracassos que não somos diretamente responsáveis. Vivemos mais leves, alegres e consequentemente atraímos melhores energias para nós.
Então, se eu pudesse resumir em uma única frase o que pretendo para este ano seria:
- Fazer sempre o meu melhor!

Espero que você, amigo leitor, faça o seu melhor e tenha um magnífico 2011.

Comentários

  1. Parabéns! Voltou com a corda toda. Lindo seu texto. Infelizmente esta é a verdade que enfrentamos no dia a dia. Prometer até que é fácil, mas fazer valer o que foi prometido, é que são ela.
    Prometi que tenho que emagrecer muito mais que 10 quilos em 2011, por questão de saude. Espero que não me falte motivação.
    Luis

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  2. Obrigada. Pretendo escrever com mais frequência este ano.
    Abs

    ResponderExcluir

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