Que me perdoem meus leitores homens, mas o assunto de hoje é com as mulheres. Sob o clima do casamento do príncipe Willians com a plebéia Kate Middleton no próximo dia 29 de abril, quem nunca se imaginou casando com um príncipe?
Quem nunca foi adolescente que atire a primeira pedra, ou o primeiro punhado de arroz. É preciso lembrar que um pouco de fantasia nunca fez mal a ninguém. O que seria dos livros se ninguém gostasse de fantasia? O que seria dos antigos navegantes se eles não se guiassem pelas estrelas?
O fato é que esta semana é histórica e única. É o primeiro casamento real da era da internet. Os protagonistas são jovens, vivem como qualquer pessoa de sua idade, estudam, vão a baladas e apesar de serem normais cumprem com as obrigações que suas posições sociais exigem.
Na próxima sexta-feira milhões de pessoas estarão diante da TV assistindo ao casamento como se estivessem na festa de sua melhor amiga ou amigo. Todo mundo quer ver o vestido da noiva – que espero não siga a tradição “bolo confeitado” da falecida princesa Diana – a roupa dos convidados, as músicas. É quase uma catarse planetária.
Mil anos de história de uma monarquia encantada, que sobreviveu a revoluções, guilhotinas, golpes, e que resistiu até os dias de hoje, respeitando o direito a liberdade – é a única no mundo nesta proporção – estará presente no subconsciente dos terráqueos.
Então, diante deste tema tão “avassalador” – eu adoro esta palavra – decidi que a semana do blog será dedicada às princesas que a vida real e a imaginária nos proporcionaram: Cinderela, Mia Thermopolis, Soraya Esfandiary Bakhtiari, Grace Kely dentre outras.
Nada melhor que começar as homenagens com a maravilhosa poesia Eros e Psique, de Fernando Pessoa:
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
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