Pular para o conteúdo principal

The Map of Time

Não tenho o hábito de escrever sobre livros que não li, simplesmente por que não posso emitir um juízo de valor de algo que desconheço. Mas, a cada dia mais recebo informativos internacionais sobre livros recém-lançados, ou que estão atingindo um determinado sucesso por sua temática. Então, de posse deste material tomei a decisão de compartilhar as informações com meus leitores e inaugurar uma nova seção: Leituras internacionais.
Muitos dos livros não foram, e não sei se serão traduzidos para o português, mas quase sempre há uma versão em espanhol, uma língua bem próxima é muito fácil de ser lida. Todos eles podem ser pedidos na Livraria Cultura, por exemplo, mas o leitor terá que ter a paciência de aguardar seis longas semanas de espera por ele.
Recebi no “The Goodreaders” deste mês uma lista muito boa de livros, mas sem dúvida The Map of Time (O mapa do tempo), do autor espanhol Félix J. Palma é o mais interessante para a abertura deste espaço.
Trata-se de ficção científica, cujo cenário é Londres de 1896, na qual uma empresa de viagens no tempo é criada. A máquina no tempo é o ponto primordial de toda intrincada trama que consegue interagir personagens do século XIX com outros do séc. XXI.
Do passado a jovem Claire Haggerty vem ao presente em busca do verdadeiro amor, e começa um romance com um homem futuro – de seu ponto de vista - mas que ela nunca conheceria devido ao enorme espaço de tempo que os separam na história da humanidade. É preciso ter sempre em mente, quando se le este tipo de trama, que o tempo é subjetivo e depende sempre do ponto de referência usado.
Por outro lado, Andrew Harrington, um homem inconformado com a perda da mulher amada, que foi assassinada por Jack o Estripador, está prestes a cometer suicidio. É neste instante que Félix introduz H.G.Wells na trama, que convence Andrew que ele poderá recuperar sua amada viajando no passado e matando Jack antes que ele cometa o crime que destruiu sua vida.
O autor não poupou nem o grande escritor H.G.Wells que se vê perseguido por viajantes do futuro que querem roubar seus romances.
O que chamou a minha atenção neste livro é o retorno da velha temática sobre viagens no tempo. Comentei recentemente um livro que aborda viagem no tempo – A Descoberta das Bruxas – mas neste primeiro volume a autora Deborah Harkness apenas tangencia o tema, e não usa uma máquina como veículo de transporte para o passado.
Já Félix J. Palma mergulha em uma trama cuja linha condutora é o tempo, talvez o próprio protagonista da história.
Li alguns bons livros sobre o tema, os mais marcantes talvez sejam a “Maquina do Tempo, de H.G.Wells” e “O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov”. O que fica quase sempre da leitura deste tipo de trama é: - Será possível o homem viajar através do tempo? Poderemos interagir e modificar o que já passou? A ciência já tem algumas respostas.
Viagens no tempo são possíveis, pelo menos para partículas subatômicas. Então, nada nos impede de imaginar que em 50 anos talvez possamos mandar um camundongo ou um pequeno robô para o passado. A meu ver, seremos meros espectadores do passado. Não poderemos interagir com o que aconteceu, isso iria contra qualquer teoria da evolução da humanidade e do planeta. Seria o caos.
Confesso que gostaria de estar errada sobre esta opinião. Seria muito bom interagir com o passado. (Para entender um pouco sobre o tempo vale a pena ler O Universo Elegante, de Brian Greene. Um tratado sobre a teoria das cordas, para leigos)
“The Map of Time” é um livro que já está na lista de futuras leituras, e quando isso acontecer ai sim postarei uma resenha mais aprofundada.
Por hora coloquei alguns links de matérias internacionais sobre o livro, o site do autor, as duas versões da capa – em espanhol e inglês – e a informação que o livro em espanhol pode ser encontrado na Livraria Cultura por R$31,32, para pronta entrega.

Comentários

  1. Soraya, já pensou se pudessemos retornar ao passado? Retornar somente não, interagir? O mundo seria o que é hoje? Seriamos um mundo de Bill Gates ou uns esfarrapados? A vezes me pego pensando neste tema. O que poderia ser consertado? Será que eu faria as mesmas escolhas? Denzel
    Washington no filme Dejavu, consegue voltar no tempo e salvar uma tragédia.Voltar ao passado é um tema muito legal, uma fonte inesgostavel de imaginação para centenas e centenas de historias. Oxalá, eu tivesse talento para escrever uma.
    Parabéns pelo blog
    Luis

    ResponderExcluir
  2. É muito louco imaginar as infinitas possibilidades. A cobiça do ser humano levaria a algumas atrocidades. Imagina alguém que voltasse ao passado, nos tempos em que Bill Gates era um mero desconhecido e tirar dele a oportunidade de construir o que construiu? Imagine voltar ao passado para publicar livros que não são seus? Seria um crime. No entanto, quantas tragédias evitaríamos.
    bjs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigada, seu comentário é muito importante.
Caso vá comentar no modo anonimo, por favor assine seu comentário.

Obrigada pela participação.

As mais vistas

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, assim como o brilhante Robert Langdon, a sua opinião vai se transformando lentamente, e passa de pura revolta a admiração. É genial a manipulação que Dan Brown consegue fazer c

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza que são apresentadas. É um livro em camadas, que pode ser avaliado sobre vários aspectos que se complementam. Pandora, por exemplo, é o

O Símbolo Perdido

Autor: Dan Brown Tradutor:   Fernanda Abreu Editora: Sextante Ano de Lançamento:  2009 Número de páginas:  490 Avaliação do Prosa Mágica: 10 Uau!! Cheguei ao fim com a impressão de ter ficado sem respirar por todas as páginas. O ano mal começou e já tenho um livro para a lista dos mais queridos de 2014. Não é possível que ele seja superado por outro. Você não precisa ser exatamente um amante de simbologia antiga, ou maçom para gostar da história, mas se for com certeza a trama terá mais sabor. Dan Brown desfila através das palavras todo seu talento em “fazer textos” que envolvem, prendem  e deixam marcas. Alias, a palavra é a tônica da trama. Mais uma vez Robert Langdom se mete em uma enrascada. Quando é supostamente chamado por um amigo para dar uma palestra em Washington, acaba descobrindo que foi usado para decodificar um antigo segredo ligado a maçonaria. A Pirâmide Maçônica, material de incontáveis sites e blogs na internet toma vida e as peças que pare

Seguidores