Tradutor: Elaine C.A.
Albino Oliveira
Editora: Novo Conceito
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 624
Nota Prosa Mágica: 10 *
Prepare-se! A Rosa da Meia Noite é um romance assombroso e
assombrado. Mais uma vez fiquei encantada com a maestria desta escritora
Irlandesa, que parece transformar fantasias em realidades tão criveis, que
depois que a última página se vai, a sensação de perda é muito grande. Seus
livros são como amigos que nos abandonam.
Lucinda Riley nos leva por uma viagem mágica de 111 anos,
através do olhar sensível de uma menina/idosa indiana, que viveu o auge e as
grandes mudanças de uma Índia em que cintilou palácios luxuosos e o domínio
Britânico.
Em A Rosa da Meia Noite nada é fácil, nada é gratuito. Cada
frase, cada palavra parece ter sido estuda para nos causar sensações, emoções
que nem desconfiávamos existir. É impossível ler e não chorar, rir e torcer por
Anahita, Ari e Rebecca, que em minha opinião, ao lado dos personagens de A Casa
das Orquídeas, da mesma autora, são suas melhores criações.
Fora do Brasil A Rosa da Meia Noite foi comparada com
Downton Abbey, e não é para menos. Tendo um dos eixos a manutenção do status
quô, a manutenção de heranças e alianças, o livros de Lucinda Riley nos
apresenta até onde o ser humano por ir para preservar seu patrimônio, e a
personagem Maud Atsbury é o melhor simbolismo desta falta de escrúpulo, caráter
e humanidade.
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Dartmoor - Inglaterra. |
Ao lado disso, Lucinda nos mostra Indira, a filha de um
marajá, uma menina cheia de vida e voluntariosa, símbolo dos novos tempos que
viriam para as mulheres de todo o mundo.
Há em Lucinda Riley, em toda a sua obra, um quê de
determinismo, uma aversão a primeiros casamentos. É como se ela pensasse que o
casamento é algo que não funciona, que não dá certo. Mas, a sensação se vai
quando você sabe que a autora é muito bem casada e mãe de 4 filhos.
Confesso que fiquei na dúvida sobre qual personagem gostei
mais. Anahita, a indiana que quebrou todas as regras, agraciada pela bondade de
uma mararani, apaixonada por um lord inglês e corajosa o suficiente, não só
para enfrentar a guerra como enfermeira, mas para assumir um filho sozinha, em
um mundo que resvalava preconceito e discriminação racial.
Ari, o bisneto indiano de Anahita, parece uma versão dela
mesma só que no século XXI. Ele é o elo que existe entre o passado e o
presente, e talvez por isso, no inicio da história ele parece ser tão
desvairado, tão materialista. Por outro lado, a atriz Rebecca, parece ser o
retrato da fragilidade que assola o mundo das superestrelas. Uma mulher que
busca algo mais além de fama e dinheiro.
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Marahani |
O texto de Lucinda não é fluido e nem poderia ser. Ele
parece acompanhar a cadência da trama tomando vida em frases ora alegres, ora
pesadas, ora trágicas, ora românticas.
Fiquei com um gosto de quero mais. O final permitiria a
autora uma continuação. Eu gostaria de saber o que acontecerá ao casal que se
formou na segunda parte do livro. Também gostaria de saber se Rebecca é
realmente uma descendente de alguém ligado a família dos Astbury.
Ah! Eu não preciso dizer que o trabalho de pesquisa dela é
impressionante, e que Heat and Dust, de Ruth Jhanvala, citado generosamente em
sua lista de referências, é um livro sensacional e que trata exatamente da
sociedade indiana, que eu indico a leitura e que irei reler para resenhar aqui
no blog.
Leia sem susto. A Rosa da Meia Noite é um livro de ficção
romântica da melhor qualidade literária e empolgante.
A única observação é para que você ignore os erros absurdos
cometidos na revisão do livro. Eu sinceramente espero que a editora faça uma
nova revisão e nos presenteie com algo melhor acabado.
*A nota se refere
única e exclusivamente a trama.
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Darjeeling |
Links para as resenhas de outros livros da autora:
Comentários
Acredita que ainda não li nenhum livro dessa autora? Agora que terminei minha monografia, quero ver se coloco minhas leituras em dia e dou mais atenção aos livros que estão parados na estante!
beijos
Camis - Leitora Compulsiva
Beijos