Pular para o conteúdo principal

Abril em Paris



Autor: Michael Wallner
Tradutor: Sabine Dorle Krzikalla
Editora: Rocco
Ano de Lançamento: 2006
Número de páginas: 192
Avaliação do Prosa Mágica: 5


Sempre acreditei que algumas tramas valiam a pena pelo seu valor histórico, mesmo que fosse inteiramente ficção, mas a referência, a memória de algo que aconteceu. Há muitos livros que fazem isso magistralmente, que nos mostram principalmente os horrores da Segunda Guerra Mundial e do nazismo através de personagens cuja alma ficcional é verdadeira. São personagens que nos fazem chorar e sofrer, às vezes sorrir e ter esperanças, por que eles poderiam ter existido, são factíveis.
Imbuída neste pensamento comecei a ler Abril em Paris, uma trama que se passa em 1943, na Paris invadida por tropas nazistas.Lá, um jovem cabo alemão, alguém que foi a guerra sem nenhuma convicção, faz traduções e vive os horrores dos porões de tortura. O cabo Roth também é um curioso, e sai pelas ruas de Paris vestido de francês e nessas andanças conhece Chantal, a bela filha de um livreiro que ganha a vida dançando nu para os soldados alemães. Roth descobre tarde demais que Chantal é uma militante da Resistência, tarde demais para ele que se apaixona perdidamente.
A trama em si é muito interessante, de certa forma simples e novesleca: - soldado alemão se apaixona por mulher inimiga. – mas, deixa tanto a desejar em termos de qualidade de desenvolvimento, que você chega a torcer para que os personagens morram logo, para que você possa terminar a leitura.
Não dá para acreditar no Roth e na Chantal descritos pelo autor. Eles são inverossímeis, inconsistentes, chegam a não possuir uma “alma”. Roth não é um soldado alemão em conflito, suas dúvidas não chegam a convencer. Por outro lado, a Chantal mais parece uma garota que não saber exatamente quem é, e cuja força não serviria nem para abrir uma janela.
O livro é ruim, falta poesia, falta verdade, falta emoção. Os Autores de novela brasileira escrevem muito melhor este tipo de trama.
Muito me espantou o fato do autor ser alemão. Falta a profundidade e o peso que estes autores tão bem empregam em sua escrita. Falta o que eu chamo de beleza crua da literatura alemã.
Enfim, Abril em Paris deixa a desejar.


Comentários

As mais vistas

A princesa dos olhos tristes

Se vocês me permitem um pequeno comentário intimo, há uma “mania” na família de minha mãe de colocar nome de princesas nas filhas. Naturalmente começou com a minha, que me batizou de Soraya (em homenagem a princesa da Pérsia, Soraya Esfandiary Bakhtiari), depois minha prima batizou sua filha de Caroline (Homenagem a filha da belíssima Grace Kelly, rainha de Mônaco) e alguns anos depois, meus tios colocaram o nome de Anne (princesa da Grã Bretanha), em minha prima. Então é fácil imaginar que vivemos em clima de “família real” boa parte de nossa infância e adolescência. Mas, de todas as histórias reais, a que mais me intriga e fascina é a da princesa da Pérsia, por ter sido uma história de amor com final infeliz, mas não trágico. Soraya foi a esposa e rainha consorte de Mohammad Reza Pahlavi, Xá da Pérsia. Conheceram-se na França, na época em que Soraya fazia um curso de boas maneiras em uma escola Suíça. Logo ela recebeu um anel de noivado com um diamante de 22,37 quilates. O casamento ...

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, as...

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza...

Seguidores