Pular para o conteúdo principal

Quando o silêncio parou o tempo


Da multidão fez-se o silêncio, tão profundo, tão comovente, como eu nunca tinha visto em minha vida. Aquelas centenas de pessoas, do outro lado do mundo abaixaram suas cabeças e congelaram o tempo naquele momento. Nada se movia, ninguém ousava dizer uma palavra. Naquele instante eu ouvi o silêncio.
Foi este silêncio que se abateu sobre mundo com a profunda dor de perder tantas vidas em um acidente estúpido. Foi o silêncio que dizia que algo mudaria dali em diante. E, como em um passe de mágica tudo parecia transformado. O mundo se tingia de verde, um verde de esperança; as pessoas, os times, os dirigentes de clubes foram tomados por uma vontade de amar e ajudar o outro, o Chapecoense, que perdeu não só vidas, mas todo o seu time e o seu futuro.
Por um instante, ao ler sobre tanta boa vontade, tanto carinho, voltei a acreditar que o mundo poderia mudar, e que talvez, metaforicamente falando, jogadores e jornalistas desencarnados sobrevoaram a Terra, uma última vez, para espalhar a paz e a harmonia, como os anjos e fadas dos contos infantis.
Tenho consciência de que este blog é literário, mas nem no livro mais fascinante encontrei tamanha força de uma trama que deixa muita tristeza, mas um mundo modificado.
Pode ser que daqui um mês as pessoas parem de falar no assunto, os jornais internacionais não publiquem mais nada, mas este time que agora joga no plano espiritual, deixou como herança uma mudança de comportamento, que se perpetuará.
Que seus familiares e amigos possam ter a força que precisam para superar a dor e a saudades.

#ForçaChape.




Comentários

  1. Oi, Soraya.
    Já faz tempo que não estou devendo comentários por aqui, mas hoje consegui um tempo para vir dizer que adorei essa homenagem.
    Esse trágico acidente, que poderia ter sido evitado, atingiu a todos profundamente!
    Amei o texto!
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Camila. Não consigo deixar de me emocionar com esta tragédia sem tamanho. Eu precisava escrever algo.
      Bjs

      Excluir
    2. Obrigada Camila. Não consigo deixar de me emocionar com esta tragédia sem tamanho. Eu precisava escrever algo.
      Bjs

      Excluir

Postar um comentário

Obrigada, seu comentário é muito importante.
Caso vá comentar no modo anonimo, por favor assine seu comentário.

Obrigada pela participação.

As mais vistas

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, assim como o brilhante Robert Langdon, a sua opinião vai se transformando lentamente, e passa de pura revolta a admiração. É genial a manipulação que Dan Brown consegue fazer c

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza que são apresentadas. É um livro em camadas, que pode ser avaliado sobre vários aspectos que se complementam. Pandora, por exemplo, é o

O Símbolo Perdido

Autor: Dan Brown Tradutor:   Fernanda Abreu Editora: Sextante Ano de Lançamento:  2009 Número de páginas:  490 Avaliação do Prosa Mágica: 10 Uau!! Cheguei ao fim com a impressão de ter ficado sem respirar por todas as páginas. O ano mal começou e já tenho um livro para a lista dos mais queridos de 2014. Não é possível que ele seja superado por outro. Você não precisa ser exatamente um amante de simbologia antiga, ou maçom para gostar da história, mas se for com certeza a trama terá mais sabor. Dan Brown desfila através das palavras todo seu talento em “fazer textos” que envolvem, prendem  e deixam marcas. Alias, a palavra é a tônica da trama. Mais uma vez Robert Langdom se mete em uma enrascada. Quando é supostamente chamado por um amigo para dar uma palestra em Washington, acaba descobrindo que foi usado para decodificar um antigo segredo ligado a maçonaria. A Pirâmide Maçônica, material de incontáveis sites e blogs na internet toma vida e as peças que pare

Seguidores