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Rosa Candida

Sabe uma história comum, com pessoas comuns, com fatos que poderiam ser do cotidiano de qualquer um de nós? Pois é, Rosa Candida é assim, mas que por magia, a autora conseguiu transformar o comum em algo valioso, que prende a atenção, que nos envolve e nos faz querer ver cada vez mais dos personagens. Isso nos provoca  uma sensação de perda  ao terminar a leitura, nos provoca saudades, como se cada personagem fosse parte de nossas vidas.

O jovem Lobbi, após perder sua mãe em um trágico acidente, parece não conseguir se recuperar desta tragédia. E, para completar, algumas horas de sexo sem compromisso com uma mulher resulta em uma filha de nome Flóra Sól, que Lobbi parece não ter nenhuma familiaridade.

Após juntar dinheiro o suficiente para uma longa jornada planejada há tempos, ele parte para um país cujo nome não é citado pela autora, com a finalidade de cuidar de um jardim de rosas em um monastério. Um jardim que, assim como Lobbi, está completamente devastado.

No entanto, as mãos hábeis da autora lentamente vão introduzindo as mudanças. A mãe de Flóra, Anna, vai atrás de Lobbi para deixar a filha com ele, pois ela precisa concluir um trabalho.

Lobbi mais uma vez se vê diante de um novo desafio, que assim como suas rosas mal tratadas, vai auxiliando o personagem a se reinventar, se redescobrir. Afinal, quem de nós nunca esteve em uma situação parecida?

Só que a autora vai mais fundo, e transforma a indiferença, o distanciamento de Lobbi por Anna em amor, e isso também começa a mudar o mundo dele.

Lobbi, o grande jardineiro, que no inicio apenas via roseiras sem flores, velhas, estragadas e sem vida, vai aos poucos devolvendo a vida a cada uma, e o resultado deste amadurecimento é o amor simbolizado na trama como uma rosa.

Por mais que eu escreva sobre a trama, ainda faltará algo a ser dito, porque ela é introspectiva, delicada, focada muito mais na reflexão que no prazer.

Convido você leitor, a ler este livro e depois comentar comigo. Leia com o coração, com a alma voltada para o que é simples, mas profundo em nossas vidas.

 

AUDUR AVA ÓLAFSDÓTTIR

 

Nasceu em 1958 em Reykjavík, Islândia. Estudou arte em Paris e é professora na Universidade da Islândia. Estreou na literatura em 1998, e com Rosa candida conquistou aclamação unânime de público e crítica. (Informações tiradas do site da Companhia das Letras)

 


Autor: Audur Ava Ólafsdóttir

Tradução: André Telles

Ano: 2007/ Brasil 2015

Editora: Alfaguara

Gênero: Ficção Islandesa

Páginas: 299

Avaliação Prosa Mágica: ★★★★★


NOTA: Esta resenha faz parte de um grupo de textos que produzi ao longo destes dois anos de pandemia, mas que não publiquei aqui no blog, restringindo-se apenas a meu caderno de anotações. Agora, ao longo deste ano irei publicá-los, e ao ler alguns deles senti a necessidade de reler o livro sobre a qual estava me referindo.  Vou usar como marcador o Prosa da Pandemia.

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