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“O Brasil tem mais escritores que leitores”

Com esta frase bombástica, dita meio que ao acaso no meio a outro assunto, Liliam Cardoso, especialista em marketing literário, professora de cursos para escritores e diretora da LC (Agência de divulgação de escritores) nos leva a um questionamento necessário: 

- Escrevo porque realmente amo escrever ou porque estou indo na modinha?

Digo isso porque depois da publicação de Crepúsculo parece que começou a chover pessoas querendo escrever livros. Eram vampiros de tudo quanto é gênero e tipo. O assunto se esgotou, mas a quantidade de escritores continuou a crescer. Se isso é bom ou ruim, não saberia responder.

Repito o questionamento, porque já fiz este tipo de pergunta muitas vezes a mim mesma. Quem já me conhece sabe que escrevo ficção, tenho quatro livros publicados pelo Clube de Autores, três deles são uma trilogia que ousei colocar no mercado como escritora iniciante.

No meu caso a resposta é SIM, escrevo porque amo fazer isso. Foi uma escolha profissional, pois antes do primeiro livro escrevia textos publicitários, jornalístico e poesia.

É claro que como escritora minha primeira escolha foi uma Editora Tradicional. E é lógico, pelo menos para mim, que os envios de originais foram para as Editoras que eu amava, que publicavam livros que viraram meus “bestsellers” de cabeceira.

Como publicitária de formação eu sabia que deveria enviar os livros utilizando as técnicas de marketing; o texto impecável; e a história com um quê de “quero mais”. Só não sabia o tempo que deveria aguardar por uma resposta.

E elas vieram. Negativas, mas com cartinhas simpáticas, e-mails super legais que me incentivaram a não desistir. Então, a primeira lição que aprendi foi: - Faça o seu melhor e você terá respostas.

A segunda lição que aprendi foi que é preciso que você acredite no seu trabalho, que você tenha fé no seu talento, mas que tenha discernimento necessário para localizar os erros e imperfeições e corrigi-los, na medida em que evolui como escritor.

A terceira lição é que você precisa ser seu leitor mais constante, fã mesmo. Você precisa ler o seu livro como um leitor comum, olhar para a trama e perceber se há ou não envolvimento. Não é fácil fazer isso, não mesmo. As vezes é necessário tempo, e a ansiedade de ver o livro impresso não vai te ajudar. Alias, só após este distanciamento necessário da obra é que você estará pronto para críticas.

A quarta lição é que você precisa aceitar críticas e conviver com elas. Sabe aquele leitor chato que ao invés de ler a trama fica olhando se as vírgulas estão no seu lugar. Você vai encontrar aos montes. Isso vai servir, de certa forma, que você revise novamente seu texto.

A quinta lição trata da sua escrita, na verdade, faça um cronograma, uma linha do tempo, uma descrição dos personagens. Não precisa fazer isso antes de começar a escrita (Eu mesma não consigo fazer isso), mas faça isso antes de escrever o quarto capítulo. Você se perde, com certeza. E se não tiver um guia para olhar, no final sua trama terá um monte de buracos.

Eu sei o que você está pensando, Soraya, você saiu do tema da resenha!!! Sim, eu saí um pouco, mas foi para dizer que você precisa fazer um trabalho excelente antes de entrar em contato com uma editora tradicional, e que mesmo assim não terá a garantia de ter seu livro publicado por eles. É como disse a Liliam Cardoso “há mais escritores que leitores no Brasil”.

E, assim como vocês, este assunto me intriga muito, compartilho o vídeo da Maratona do Escritor sobre o tema: - Como ter a sua obra publicada por uma editora tradicional? Nele você irá ouvir profissionais da área falando sobre o tema.

E como, este será um assunto recorrente do blog vou parar por aqui, porque o este vídeo diz tudo, ou quase tudo.




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