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Um hotel na esquina do tempo

Autor: Jamie Ford

Tradução: Regyna Lyra

Ano: 2012

Editora: Agir

Gênero: Romance americano

Páginas: 368

Avaliação Prosa Mágica: 5 estrelas

 

Um dos melhores livros que li em toda a minha vida de leitora. Sensível, humano, avassalador. Henry e Keyko me acompanharão pelo resto de minha existência.

O livro fala sobre o amor, sobre a amizade e acima de tudo sobre a lealdade.

Durante a 2º Guerra, os cidadãos de origem japonesa eram tidos como inimigos e tratados com desdém. Nos Estados Unidos não foi diferente.

O livro conta a vida do descendente de chinês – Harry, que após ser enviado para uma escola de brancos encontra Keyko, uma doce descendente de japoneses.

Entre eles surge uma amizade inusitada, que o tempo transformará em amor.

Mas eram tempos de guerra, Keyko e sua família são obrigados a largar a casa deles e se mudar para “campos prisões” de japoneses. Henry se desespera, e faz de tudo para visitá-la. Eles se correspondem por muito tempo, apesar do ódio gigante que o pai de Henry sente pelos japoneses.

Quando Henry retorna de um campo distante para o qual Keyko foi enviada, ele já sabe que a ama e que um dia se casará com ela. No entanto, o pai de Henry usa sua influência para afastá-los e o garoto só fica sabendo do fato quando já havia desistido de Keyko e pedido Ethel em casamento.

Na atualidade Henry está viúvo, e o filho Marty e a namorada dele Samantha ajudam Henry a encontrar Keyko. O livro, infelizmente, termina quando os dois acabam de se encontrar.

Chorei com o desespero de Henry ao ver Keyko partir. É tocante, profundo. Uma lição de vida acima de tudo.

A aceitação da família Okada, o sentido de dever em Henry e a abnegação dos japoneses diante do absurdo confinamento a que foram submetidos é não só um lembrete sobre os perigos das guerras, mas também uma lição profunda de coragem diante das adversidades da vida.

Jamie Ford é um artista das palavras e das emoções. Estou encantada com o livro.

 

Nota de esclarecimento:

Escrevi esta resenha em 2020 e nunca publiquei. Ela não poderia ser mais atual diante dos horrores da guerra na Ucrânia. Diante dos milhões de pessoas que foram obrigadas a deixarem seu país confinadas em trens apertados, sem a certeza que o adversário não enviaria um míssil para matá-las.  Quantas histórias de amor foram perdidas para sempre? Quantos maridos, filhos, pais, avós estão na linha de frente, lutando pelo seu país contra seres humanos de outro país, que são obrigados a estar lá por um líder descompensado cuja sede de poder é maior que sua humanidade?

Não poderia deixar de falar um pouco deste assunto diante do avanço do preconceito e do fanatismo na humanidade, especialmente no Brasil.

É preciso refletir.

Imagem na Nota da esclarecimento foi tirada da internet. Não consegui descobrir a fonte. Caso você conheça a fonte peço que me informe para colocar os devidos créditos.

Comentários

  1. Que texto bonito! Muito profundo e nos levar a pensar. Tem um filme que gosto muito e já vi diversas vezes o Dr.Jivago, que mostra o terror imposto à população, quando um regime totalitário toma o poder. Oxalá que o mesmo não aconteça com a gente.

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    Respostas
    1. Luis, obrigada por comentar. Infelizmente caminhamos para um fechamento. Muito triste.

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