Autor: Nina George
Tradução: Pete Rissati
Ano: 2013
Editora: Record
Gênero: Romance Alemão
Páginas: 308
Avaliação Prosa Mágica: 5 estrelas
Alguns
livros demoram muito tempo em nossas estantes para serem lidos, e hoje, mais do
que nunca, acredito que são como os bons vinhos, que precisam ser amadurecidos
antes de degustarmos. No caso dos livros, nos é que precisamos estar preparados
para eles.
A
Livraria Mágica de Paris é um desses casos. Não sei quantos anos estava lá,
quieto, aguardando pacientemente que eu o escolhesse. Fico feliz de ter feito
isso agora, porque ele requer paciência
do leitor, exige que a leitura seja feita em doses milimetricamente medidas,
uma página a mais pode significar enfado, uma a menos poderá ser um grande
perigo para a trama.
O
livro de Nina George, talentosamente traduzido do alemão por Pete Rissati, é
uma viagem, um convite a busca do autoconhecimento. Enquanto o livreiro Jean Perdu
parte para esquecer, ele começa a se encontrar, começa a se curar.
Acostumado
a receitar livros para seus clientes “Perdu é dono de um barco-livraria intitulado
Farmácia Literária – e os livros são tratados por ele como se fossem remédios.”
De uma forma misteriosa ele sempre sabe o que a pessoa precisa, e “receita” o
livro certo para o momento que ela vive. Mas para ele, apenas um único livro
parece captar sua alma, o “Luzes do Sul”, de um autor desconhecido chamado
Sanary.
Perdu,
depois de 20 anos remoendo o fim de um relacionamento, retira as amarras de seu
barco-livraria e parte em busca da “mulher amada”. Nesta busca, ele tenta se
entender, e isso fica muito claro quando Perdu busca Sanary, o autor que
ninguém sabe quem é. E, ao encontrar Sanary, Perdu parece encontrar pedaços
perdidos dele mesmo.
Daria para escrever um livro falando de “A Livraria Mágica de Paris”. É um livro psicológico, com personagens profundos. É uma trama que exige do leitor um segundo e terceiro olhar, um sair da superfície. Não fazer isso incorre no risco de achar os personagens vazios, e eles não são.
Não
é só isso, Nina nos leva a uma viagem pela França, pelas paisagens, aromas,
sabores. É uma história que faz com que você deguste a França, o sal das
praias, o vento quente no rosto, o cheiro das lavandas em flor e a incrível
culinária.
Tem
um “plus” no final do livro que são as receitas típicas de uma farmácia
literária de emergência, tipo primeiros socorros, com indicações de livros para
cada emoção sentida.
É
literatura para ler e reler, e talvez na segundo leitura, ter a mão um vinho
rose gelado e um saboroso prato de Bohémiennedes legumes, uma espécie de ratatouille.
Como
este livro faz parte das leituras de pandemia, vou reler com certeza.
Este livro eu não conheço,mas gostei do que vc escreveu sobre ele. Também tenho na biblioteca de casa inúmeros livros esperando para serem lidos e posso encontrar entre eles alguma jóia rara como a Livraria Mágica de Páris. Abraços
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