Pular para o conteúdo principal

Ser Mulher


     Ninguém nasce mulher, porque ser mulher é muito mais que possuir os atributos físicos característicos do gênero.

Ser mulher não é ter filhos, ou seios fartos, tão pouco é ser curvilínea e menstruar mês a mês. Não, definitivamente não.  Isso é apenas o envoltório de um Ser muito mais complexo, criativo e abençoado que o Universo trouxe a existência.

Ser mulher é se compreender como alguém que faz parte deste Universo, e como tal é responsável por tudo o que acontece de bom ou de ruim, no planeta. É ter o direito de chorar, de rir, de amar, de escolher o que fazer com sua vida, com seu corpo, com sua existência.

Ser mulher é colocar o salto alto, se você gostar, ou o tênis, se for a sua escolha. É saber que a saia curta e o vestido justo não dão direito a ninguém de te abordar, de te julgar, por que é seu direito ser quem você deseja.

Ser mulher é poder escolher ficar em casa cuidando dos filhos, se você quiser; ou então não tê-los. É poder exercer plenamente o livre-arbítrio que lhe foi presenteado no inicio de sua existência.

Ser mulher é ser forte e chorar. É ser fraca e carregar por meses a fio um peso na sua barriga, que se transformara em alguém que te fará chorar, sorrir e amar.

Ser mulher é perceber que o mundo não está preparado para você, e o trabalho de prepará-lo é tão grande que você terá o direito de descansar quando quiser e onde quiser, sem que alguém diga que você está fazendo corpo mole.

Ser mulher é compreender que nem todos vão te compreender, e isso é bom, porque vai te ensinar a ser melhor, mais forte e também, mais compreensiva.

Ser mulher não é se comparar a Santas, porque todas elas foram inventadas pelos homens para nos controlar. Ser uma santa mulher é quando seus atos estão coerentes com suas convicções, quando você age de acordo com o que acredita, e esse acreditar tem origem nos seus questionamentos.


Enfim, ser mulher é crer que nenhum trabalho é indigno e impossível. Mulheres vão para o espaço e as profundezas do oceano, cantam, interpretam, criam teorias científicas, escrevem textos emocionantes, governam povos, amam e na maior parte das vezes fazem múltiplas coisas ao mesmo tempo. Tudo isso porque seu universo interior é tão rico que uma mulher nunca se contentará em fazer apenas o Um. Ela sempre será o Todo.

É por essas e outras, minhas queridas amigas e companheiras do Prosa Mágica, que este “Sexta de Prosa” é para vocês.

Grande abraço e um múltiplo final de semana.


As imagens são desenhos da Sarah Kay, do álbum de figurinhas Bem Me Quer.  Quem se lembra deste álbum lindo?

Comentários

As mais vistas

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, assim como o brilhante Robert Langdon, a sua opinião vai se transformando lentamente, e passa de pura revolta a admiração. É genial a manipulação que Dan Brown consegue fazer c

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza que são apresentadas. É um livro em camadas, que pode ser avaliado sobre vários aspectos que se complementam. Pandora, por exemplo, é o

O Símbolo Perdido

Autor: Dan Brown Tradutor:   Fernanda Abreu Editora: Sextante Ano de Lançamento:  2009 Número de páginas:  490 Avaliação do Prosa Mágica: 10 Uau!! Cheguei ao fim com a impressão de ter ficado sem respirar por todas as páginas. O ano mal começou e já tenho um livro para a lista dos mais queridos de 2014. Não é possível que ele seja superado por outro. Você não precisa ser exatamente um amante de simbologia antiga, ou maçom para gostar da história, mas se for com certeza a trama terá mais sabor. Dan Brown desfila através das palavras todo seu talento em “fazer textos” que envolvem, prendem  e deixam marcas. Alias, a palavra é a tônica da trama. Mais uma vez Robert Langdom se mete em uma enrascada. Quando é supostamente chamado por um amigo para dar uma palestra em Washington, acaba descobrindo que foi usado para decodificar um antigo segredo ligado a maçonaria. A Pirâmide Maçônica, material de incontáveis sites e blogs na internet toma vida e as peças que pare

Seguidores