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Uma Conversa entre Páginas e Ramos

Olá, amantes das palavras e admiradores da natureza literária! Que tal viajar comigo no mundo fascinante das árvores na literatura, onde esses seres majestosos desempenham papéis tão variados quanto os ramos que se estendem para o céu azul da imaginação?

Imagine-se caminhando pelas páginas de "O Senhor dos Anéis" de Tolkien, onde as árvores em Lothlórien e a Floresta Fangorn são mais do que simples elementos paisagísticos. Elas respiram vida e simbolizam a resistência da natureza contra as sombras que se estendem sobre a Terra Média. Estas árvores nos sussurram histórias sobre a vitalidade da natureza e sua eterna luta contra as forças do mal.

Em nossa imensa biblioteca vamos pular para outro livro, mergulhemos na "A História Sem Fim" de Michael Ende, vamos nos encontrar com uma árvore que não se contenta em ser apenas um conjunto de raízes e folhas,  A Árvore da Sabedoria é uma metáfora brilhante para a incansável busca pelo conhecimento e pela iluminação. Nela, os galhos são como capítulos de um livro infinito, prontos para serem explorados por mentes curiosas.

Chegamos em "As Crônicas de Nárnia" de C.S. Lewis. Que árvores!  Seres que não são apenas testemunhas, mas participam das aventuras mágicas. A Árvore da Vida em Nárnia é algo fora do comum, que nos faz lembrar que no mundo da fantasia os galhos de uma simples árvore podem tocar as estrelas.

Estamos em “O Homem que Plantava Árvores” de Jean Giono, um livro em que as árvores não falam e não se movem, mas são as protagonistas ativas da vida, seres que resistem a desertificação graças ao amor e a dedicação de um único homem. É uma “fabula” de nossa crise climática atual.

Voltamos ao Brasil, que entre tantas obras,  traz "Grande Sertão: Veredas" de Guimarães Rosa que nos apresenta a natureza como testemunha silenciosa da vida e das transformações que ocorrem no sertão. Os galhos resistem aos ventos do tempo, contando histórias de mudança, de desafios vencidos e de ciclos intermináveis.

Nos contos populares Russos, A Árvore dos Corvos é um ser assustador, que serve como elemento para que eventos misteriosos aconteçam. As pessoas evitam a árvore por medo de espíritos ou criaturas malévolas que podem estar associadas a ela.

Entre folhas de papel e folhas verdes há tanto a se dizer, há muito a se contar. Árvores não são coadjuvantes, na vida real ou na ficção. Árvores são personagens intrépidos com narrativas cativantes. É um convite puro para uma exploração das raízes de nossa imaginação de forma que possamos alçar voos altos. Assim como em todas as histórias, nossa vida floresce todos os dias, por que a cada nascer do sol há a promessa de um novo capítulo. Cabe a nós faze-lo emocionante e repleto de aventuras.

Agora, todas as vezes que você ler um livro sugiro que preste muita atenção as árvores. Elas podem estar sussurrando as mais belas e encantadoras histórias, ou não.

Bom final de semana! Leia um livro! Plante uma árvore.


Imagem: Sem crédito. Encontrada em pesquisa Google.

Comentários

  1. Como sempre suas publicações nos levam a refletir. Realmente as árvores sempre participam dos livros, todos, sem exceção, pois além de inspirarem autores a falar sobre elas ou em torno delas, também são protagonistas em todo projeto, pois através delas e que conseguimos o papel para contar nossas histórias. Parabéns. Gostei muito desta publicação.

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  2. Adorei o passeio pela literatura que você nos deu, sobre as árvores. Criatividade, Conhecimento literário e amor pelo meio ambiente. Você é um presente para a literatura brasileira, ainda pouco conhecido. Parabéns por nos oferecer sua sensibilidade e carisma.

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