Sorvete ou fruta? Redes sociais ou um bom livro? Arroz, feijão e legumes ou aquele ultraprocessado que a gente come sorrindo e depois chora no consultório médico? Azul ou vermelho? Direita ou esquerda?
A vida
parece ter virado um grande cardápio de escolhas obrigatórias. Algumas nos
fazem sentir como chefes da própria existência; outras, nos deixam com gosto
amargo na boca, como quando erramos feio no tempero.
A verdade é
que viver é, antes de tudo, escolher. E nem sempre dá para escolher sem
tropeçar. Às vezes a gente acerta com brilho nos olhos. Noutras, erra com toda
convicção. E aprende, claro. Porque até o desastre ensina.
Ultimamente,
temos sido bombardeados por um novo tipo de escolha: como lidar com a
inteligência artificial. Usamos? Evitamos? Deixamos ela escrever por nós?
Escolhemos um chatbot para conversar ou preferimos o silêncio da nossa própria
reflexão? A imperfeição de nosso próprio texto?
Não é uma
questão só tecnológica — é ética, afetiva, humana. Estamos delegando funções demais?
Estamos pensando menos? Tudo parece tão prático... mas será que estamos mesmo
escolhendo, ou só seguindo a onda?
E no meio
desse turbilhão, ainda tem a saúde. Quantas escolhas a fazer por dia! Comer
direito ou “resolver logo”? Dormir cedo ou maratonar até o olho arder? A conta
chega, não tenha dúvidas meu amigo, e vem com nome e sobrenome: estresse,
ansiedade, exaustão crônica e outras inúmeras doenças físicas.
Escolher, às
vezes, é fácil. Basta pesquisar, ponderar, decidir. Outras vezes, é um dilema
cruel. Como aquela do filma “A escolha de Sofia”, em que tudo parece ter valor,
e nada pode ser deixado para trás.
Mas entre
tantas decisões duras, existe uma que é simples, gratuita e milagrosa: ler. Sim,
levanto a bandeira de escolha a leitura.
Leia todos
os dias. Nem que seja por dez minutos. Pegue um texto difícil, daqueles que
desafiam o cérebro e exigem atenção. Provoque seu intelecto. Não o deixe dormir
no ponto. Exercite seu músculo cerebral.
Porque ler é
a escolha que, diferente de tantas outras, sempre vale a pena. É o exercício
invisível que fortalece a mente, afina a sensibilidade, refina o olhar. A
leitura não resolve todos os dilemas — mas nos ajuda a fazer melhores
perguntas. E isso, às vezes, é tudo.
Então, neste
final de semana, entre tantas opções que o mundo vai te impor, faça pelo menos
uma escolha consciente: um bom livro, uma boa leitura, um tempo só seu.
Talvez seja esse o primeiro passo para todas as outras boas escolhas que você ainda vai fazer.
IMAGEM:
Freepik
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