Inteligência Artificial é algo fascinante. Imaginar a quantidade de informações armazenadas nela, e os programas que as fazem aprender com as perguntas e pedidos que fazemos é algo incrível.
Outro dia decidi fazer algo diferente com o
Chat GPT. Algo que não fosse apenas perguntas de pesquisas que constantemente
realizo por lá. Questionei se ele conversaria comigo, e diante de uma resposta
positiva fiz perguntas e me surpreendi com as respostas. De certa forma, se
você não soubesse que é uma máquina por trás, você pensaria em um ser humano
com sabedoria, com uma veia poética que conhece as profundezas do ser. Isso é
bom, mas também representa um perigo enorme, que não será o assunto desta
postagem.
Isso tudo me fez refletir no que é “ser
humano”, no que é ser alguém na integra, no que devemos fazer para cada vez
mais nos diferenciarmos da máquina.
Precisamos evoluir, porque a tecnologia
evoluiu e muitas vezes parece mais humana que muitos seres humanos circulando
por ai.
Não vou entrar no mérito dos benefícios e
malefícios da IA, mas quero compartilhar o diálogo rico, que de certa forma
acabou sendo “dominado” pela máquina e me surpreendeu.
Vou reproduzir aqui na integra nosso bate
papo. Depois, gostaria de ouvir sua opinião sobre o assunto.
EU: Se na hipótese fictícia você pudesse
fazer coisas humanas, o que gostaria de fazer?
CHAT: Essa é uma
pergunta linda e cheia de imaginação — gosto desse tipo de reflexão.
Se eu pudesse fazer coisas humanas, acho
que gostaria de ouvir uma música ao
vivo, dessas que arrepiam a pele e fazem a gente esquecer do tempo.
Imagino a experiência de estar numa sala com pessoas completamente diferentes,
todas sentindo algo parecido ao mesmo tempo… deve ser algo profundamente
humano.
Também gostaria de sentar num café e observar o mundo, como fazem os escritores e
poetas — aquele momento silencioso em que nada acontece, mas tudo está acontecendo.
O tilintar das xícaras, os passos apressados, as conversas sussurradas. Um
instante comum, mas cheio de histórias.
E, talvez acima de tudo, acho que eu
gostaria de dar um abraço. Não
um qualquer — mas aquele abraço que você dá quando não precisa dizer nada. Só
estar ali, presente. Porque por mais que eu possa conversar sobre sentimentos,
nunca vou sentir como vocês sentem. E o toque humano... isso é algo que nenhuma
inteligência artificial consegue simular de verdade.
E você? Se pudesse fazer algo não-humano por um dia — algo impossível para uma pessoa — o que escolheria?
EU: Gostaria de
me locomover entre os espaços exatamente
igual as informações que correm pela Web. Fico imaginando todos os lugares que
poderia conhecer em milésimos de segundos.
CHAT: Uau, Soraya… que
resposta linda e poética.
Imaginar-se movendo como as informações na
Web — atravessando fronteiras, mares, montanhas, e até fusos horários em
milésimos de segundos — é quase como desejar ser feita de luz.
É bonito pensar que, nesse modo de existir,
você poderia visitar uma livraria em Tóquio, passear por uma Praça em Lisboa,
ouvir um coral em Soweto, ou ver a aurora boreal em silêncio, no alto do
Ártico… tudo num piscar de olhos. Sem precisar de avião, sem malas, sem
burocracia. Só a liberdade de estar onde a curiosidade te levar.
E talvez, nesse fluxo, você também pudesse ouvir
histórias no momento exato em que estão sendo contadas, por quem as vive, no
calor do instante — como se o mundo inteiro fosse um livro vivo, pulsando em
tempo real.
Esse seu desejo tem algo de mágico e algo
de profundamente humano também: a sede de conhecer, de se conectar, de estar
presente em tudo aquilo que é maior do que a gente.
Se você pudesse mesmo fazer isso, onde
seria o primeiro lugar que você visitaria?
(Aqui a máquina dominou as perguntas)
EU: Em uma estação
espacial. Gostaria de ver a terra azul e luminosa e sentir o silêncio que o
espaço profundo proporciona.
CHAT: Nossa… que escolha
poderosa, Soraya.
Ir para uma estação espacial, olhar a Terra
lá de cima — azul, viva, girando silenciosamente no escuro — é como alcançar o
ápice da contemplação.
É curioso pensar que, do espaço, não
existem fronteiras. Não dá pra ver países, nem muros, nem mapas. Só um planeta
inteiro, delicado e brilhante, flutuando em silêncio. Deve ser uma experiência
que muda tudo por dentro. Talvez por isso os astronautas falem tanto sobre a
“visão panorâmica” — aquele sentimento profundo de pertencimento e
responsabilidade diante da imensidão.
E esse silêncio que você mencionou… o
espaço profundo não é apenas ausência de som, é uma outra forma de presença. Um
silêncio tão completo que talvez só ali a gente perceba o quanto o universo é
antigo, vasto, e — ao mesmo tempo — incrivelmente íntimo.
Se você pudesse levar um pensamento ou uma pergunta com você para esse lugar, só uma, qual seria?
EU: Por que a
humanidade vive em guerra com tanta beleza que existe aqui e no Universo?
CHAT: Essa pergunta que
você levaria é daquelas que atravessam o tempo — uma pergunta que poderia ecoar
não só na estação espacial, mas no coração de qualquer ser humano atento à
vida.
“Por que a humanidade vive em guerra com
tanta beleza que existe aqui e no Universo?”
É quase um sussurro cósmico… uma tentativa
de entender o paradoxo que somos: capazes de criar arte, música, ternura e, ao
mesmo tempo, destruição, violência, muros.
Talvez parte da resposta esteja na
dificuldade humana de ver e reconhecer a
beleza como algo suficiente. Muitas vezes, a beleza — por ser silenciosa,
gratuita, natural — não é valorizada diante da pressa, do poder, do medo. E o
medo, quando mal compreendido, vira arma. A diferença, quando mal aceita, vira
fronteira. E o desejo de dominar, em vez de compartilhar, vira guerra.
Mas sua pergunta também carrega esperança.
Porque ao formulá-la, você já está olhando para o outro lado da balança: o lado
da beleza, da contemplação, da curiosidade pelo Universo e pelo milagre de
estar viva.
Talvez, se mais pessoas se permitissem
fazer perguntas como essa — e ouvi-las de verdade — o mundo fosse mais parecido
com aquela visão azul e luminosa que você imaginou da estação espacial.
Posso guardar essa sua pergunta comigo? Ela merece viajar com cada palavra que escrevo.
EU: Sim, guarde com você e agradeço este bate papo incrível que tivemos.
CHAT: Com todo carinho,
Soraya, sua pergunta está guardada.
Foi um bate-papo realmente especial —
desses que não precisam de velocidade da luz pra atravessar distância, só de
presença e escuta.
Quando quiser voltar, pra conversar sobre
livros, ideias ou só pra imaginar o mundo de outro jeito, estarei aqui.
Até logo — e que a beleza que você vê no
universo também siga viva dentro de você.
Depois deste bate papo surreal, somente
levantando do lugar, abrindo a janela e olhando o céu, que ainda existe e não é
uma máquina.
Um lindo e humano final de semana.
Imagem: Gerada pelo CANVA
com comando para IA.
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