A literatura sempre foi mais do que palavras impressas em páginas. Ela é uma forma de existir, questionar e resistir. Desde as narrativas orais que preservavam memórias de povos silenciados até os romances contemporâneos que denunciam injustiças sociais, a literatura abre caminhos para vozes que muitas vezes seriam caladas.
Resistir, nesse contexto, não significa
apenas levantar uma bandeira política explícita. Significa também dar espaço ao
que é humano, ao que escapa da lógica produtivista e utilitária do mundo.
Quando Virginia Woolf coloca Clarissa Dalloway andando pelas ruas de Londres e
refletindo sobre a vida, ela resiste ao apagamento da subjetividade feminina.
Quando Graciliano Ramos expõe a secura da terra e da existência em Vidas Secas,
ele resiste ao esquecimento da realidade nordestina.
E não é apenas em livros que retratam a
realidade que isso acontece. Você pode ver esse resistir em tramas como O Senhor
dos Anéis, de J.R.R. Tolkien. Quando ele coloca um grupo de pessoas inesperadas
juntas, ele nos mostra a força da amizade, do objetivo em comum. Tolkien também
nos mostra a importância de cada ato do cotidiano para a construção de um mundo
melhor.
Cada leitura é um ato de resistência
íntimo: parar o tempo, mergulhar em outra voz, desafiar a pressa e o
imediatismo. O leitor também se torna cúmplice nesse processo, porque ao se
reconhecer em uma história ou ao se indignar com uma injustiça descrita em um
livro, ele se reposiciona diante do mundo, ele vive a experiência e muda
comportamento.
A literatura é espaço de refúgio, mas
também de enfrentamento. Ela acolhe, mas também provoca. E talvez esteja aí o
seu poder maior: transformar o silêncio em palavra, a palavra em consciência e
a consciência em atitude.
Ler por si só é um ato subversivo, porque
como diz nossa querida Mafalda, personagem do cartunista argentino Quino: -
quem não lê acaba sendo obrigado a acreditar no que os outros falam.
Então, qual é o espaço da leitura em sua
vida?
Um lindo final de semana!
Imagem: Freepik
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