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Mostrando postagens de julho, 2025

Clubes em livraria reúnem mais de 400 leitores em Ribeirão Preto

Iniciativa da Degustadora de Histórias propõe encontros presenciais para incentivar o hábito da leitura, criar vínculos e promover o debate sobre temas diversos.   Em uma rotina cada vez mais conectada ao digital, os clubes de leitura da Degustadora de Histórias, em Ribeirão Preto, oferecem uma alternativa para quem quer desacelerar, ampliar repertório e, ao mesmo tempo, fortalecer laços sociais. Os encontros presenciais acontecem ao longo do ano e já reúnem mais de 400 leitores em 15 clubes ativos. A proposta vai além da discussão literária. Segundo a idealizadora da Degustadora de Histórias, Melissa Velludo, o objetivo é criar um espaço de trocas, acolhimento e transformação. “A ideia sempre foi criar um ambiente onde as pessoas pudessem se reencontrar com a leitura, fazer trocas reais e se emocionar com boas histórias. O nome ‘degustadora’ vem justamente desse convite a saborear cada página com calma”, explica. Com um acervo de mais de 30 mil livros, entre novos e usados...

Poetando

Quando penso em poesia, sempre me vem à mente uma profusão de imagens que se sobrepõe em camadas, como uma boa pintura, que aos poucos vai formando um sentimento que se fixa, mas não se explica. Complexo e ao mesmo tempo simples. É como olhar um bosque cujos planos se completam com árvores, flores, pássaros, riachos, céu, o ar que dança por entre as folhas, os pequeninos insetos que volteiam nos espaços livres. O olhar não se detém nos detalhes, não de inicio, mas o todo nos provoca emoções, muitas vezes inexplicáveis em palavras. Poesia é isso. É emoção, é frequência e conexão. Quando penso na expressão poesia sempre me vem à mente o famoso haikai de Bashô ( Furu-ike/ ya / kawazu/ tobi-komu / mizu-no-o-to ) Velho lago, Uma rã que mergulha, ruído d’água. Na simplicidade de um cenário que nos apresenta um tanque, em algumas traduções “pequeno lago”, Bashô nos leva ao momento que olhamos para o tanque e vemos rapidamente a rã pular. Qual é a forma e a cor daquela rã? Não sa...

Escolher ou não escolher? Eis a questão

Sorvete ou fruta? Redes sociais ou um bom livro? Arroz, feijão e legumes ou aquele ultraprocessado que a gente come sorrindo e depois chora no consultório médico? Azul ou vermelho? Direita ou esquerda? A vida parece ter virado um grande cardápio de escolhas obrigatórias. Algumas nos fazem sentir como chefes da própria existência; outras, nos deixam com gosto amargo na boca, como quando erramos feio no tempero. A verdade é que viver é, antes de tudo, escolher. E nem sempre dá para escolher sem tropeçar. Às vezes a gente acerta com brilho nos olhos. Noutras, erra com toda convicção. E aprende, claro. Porque até o desastre ensina. Ultimamente, temos sido bombardeados por um novo tipo de escolha: como lidar com a inteligência artificial. Usamos? Evitamos? Deixamos ela escrever por nós? Escolhemos um chatbot para conversar ou preferimos o silêncio da nossa própria reflexão? A imperfeição de nosso próprio texto? Não é uma questão só tecnológica — é ética, afetiva, humana. Estamos del...

O pano de prato e o tecido da vida

          Outro dia, me dei conta de que guardar as coisas nem sempre é garantia de felicidade. Foi ao abrir uma gaveta. Lá estava ele: o belíssimo pano de prato que minha mãe me deu há muitos anos — e põe anos nisso. Com um barrado lilás repleto de lavandas, ele repousava ali, naquele cantinho especial, encantando exclusivamente meus olhos todas as vezes que a gaveta se abria. Nunca o usei. Queria preservá-lo. Evitar que o tempo o desgastasse, que as manchas certeiras o atingissem, que o sabão em pó desbotasse aquelas flores tão vivas que pareciam morar no meu coração. Mas um dia, decidida a fazer mudanças, resolvi usá-lo. Ele ficou lindo, reluzente. Passei a manuseá-lo com todo cuidado e carinho. Até que, inevitavelmente, precisou ir para o sabão. Afinal, o que se usa precisa ser lavado. Foi aí que a verdade veio ao meu encontro: no tecido antes intocado, surgiu um pequeno buraquinho. Pequeno, sim — mas suficiente para me frustrar. Tecidos guardad...

Mrs. Dalloway

          "Ela diria que a vida é isso: um momento de luz, entre duas eternidades de escuridão." Virginia Woolf escreveu Mrs Dalloway em 1925, mas sua força continua pulsando com surpreendente atualidade. Neste romance, acompanhamos um único dia na vida de Clarissa Dalloway, uma mulher da alta sociedade londrina, enquanto ela organiza uma festa em sua casa. Parece simples. Mas o que Woolf constrói ali é muito mais que uma narrativa sobre um evento social: é um retrato íntimo da alma humana e das contradições silenciosas que habitam o cotidiano. A beleza de Mrs Dalloway está em mostrar como as coisas mais banais — uma caminhada até a floricultura, o som de um relógio, a lembrança de uma conversa antiga — podem carregar um mundo inteiro dentro de si. O tempo não corre apenas para frente: ele se curva, retorna, desvia, conforme os pensamentos dos personagens saltam entre presente e passado. Clarissa relembra sua juventude, seu antigo amor por Sally, seu ...

Uma conversa com a Inteligência Artificial

Inteligência Artificial é algo fascinante. Imaginar a quantidade de informações armazenadas nela, e os programas que as fazem aprender com as perguntas e pedidos que fazemos é algo incrível. Outro dia decidi fazer algo diferente com o Chat GPT. Algo que não fosse apenas perguntas de pesquisas que constantemente realizo por lá. Questionei se ele conversaria comigo, e diante de uma resposta positiva fiz perguntas e me surpreendi com as respostas. De certa forma, se você não soubesse que é uma máquina por trás, você pensaria em um ser humano com sabedoria, com uma veia poética que conhece as profundezas do ser. Isso é bom, mas também representa um perigo enorme, que não será o assunto desta postagem. Isso tudo me fez refletir no que é “ser humano”, no que é ser alguém na integra, no que devemos fazer para cada vez mais nos diferenciarmos da máquina. Precisamos evoluir, porque a tecnologia evoluiu e muitas vezes parece mais humana que muitos seres humanos circulando por ai. Não vou...

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