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Mostrando postagens de outubro, 2025

O verde não conseguiu pular o muro

Quando estava na faculdade de Propaganda saía pelas ruas de São Paulo com minha Nikon FM para retratar curiosidades, uma sombra inusitada, um rabisco no muro, um prédio meio torto (Existiam muitos), tudo era motivo para transformar em arte. Eu fazia o que mais gostava como exercício do olhar, como uma forma de encontrar novas linguagens, novas formas de expressão. Naquele tempo, usava um bom filme em película, sempre preto e branco, e me encantava quando entrava no laboratório e via a imagem aparecer no papel. Era pura magia. Dentre pessoas, prédios, árvores, ruas vazias que fotografei, tem uma foto que marcou, que até agora povoa minha cabeça. Foi na simplicidade que encontrei a maior simbologia do que hoje, faz parte das grandes discussões mundiais. Era um domingo, a Avenida Paulista repleta de pessoas passeando (Ainda não tinham fechado a rua) e lá no alto, presa no concreto duro e robusto do prédio da FIESP pendia uma planta, solitária e resistente. No meio do concreto, q...

Uma nova “arquitetura” universal

Engana-se quem pensa que o universo é feito de tijolos. Somos feitos de energia, e através dela vivemos, vemos, construímos e pertencemos ao Cosmos. Nada se perde nessa energia, nada se ganha, mas há a transformação. Ela se apresenta a nós por via das estações do ano, da borboleta que sai do casulo, da morte, da reciclagem de objetos, da estrela que vira pó, e espalha sua poeira no Universo; do pó das estrelas que compõe cada uma de nossas células. Você percebe que tudo e todos estão interligados? Que o ato de um pode atingir a totalidade? Quanta responsabilidade! Que força! Quanto poder de transformação! Os físicos sabem que tudo o que olhamos é um pedaço de realidade, que nada é sólido. Aquela poltrona linda e confortável, na qual nos sentamos e sentimos segurança, em um mundo subatômico está em movimento. Que a parede de nossa casa está dançando, e só a enxergamos sólida por um mecanismo de nosso cérebro. Que as cores das flores, dos objetos, das roupas, do cabelo não existem,...

A Biblioteca Humana: onde os livros respiram

Em Copenhague, existe uma biblioteca em que as estantes não guardam páginas, mas pessoas. Criada em 2000 por Ronni Abergel e outros colaboradores, a Biblioteca Humana (Human Library) nasceu com um objetivo ousado e simples ao mesmo tempo: transformar o ato de “ler” em um encontro vivo, onde a curiosidade encontra a empatia. Ali, o leitor não pega emprestado um romance ou um ensaio: pega emprestado uma pessoa. Cada livro humano é alguém disposto a contar sua história, partilhar sua experiência de vida, abrir-se como um capítulo vivo diante do ouvinte. Entre esses títulos encontram-se pessoas que já enfrentaram preconceito, exclusão ou julgamentos apressados: um refugiado, uma pessoa em recuperação do vício, um policial, alguém que vive com HIV, uma pessoa trans, um imigrante, alguém em luto. Cada encontro é uma oportunidade de derrubar estereótipos e ampliar horizontes. A metáfora é poderosa: ao abrir um livro humano, não há páginas para virar, mas sim pausas, olhares e palavras que...

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