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Quem tem medo de Concurso Público?

É tudo um ritual, quase religioso. Ao entrar no templo, quer dizer, sala de prova, você é informado que deverá ensacar todos os seus pertences, lembrando é claro que deverá deixar lápis, caneta preta, borracha, e todo o resto vai para o saco de plástico. Ai de você se esquecer o óculos! Não poderá mais retirá-los sob pena de expulsão da sala.
Logo após, os “sacerdotes” que aplicam a prova lêem um longo e “chato” documento explicativo, uma ladainha que todos já conhecem: é proibido usar aparelhos eletrônicos, é proibido o uso de livros e apostilas – grande novidade – é proibido protetor auricular, que absurdo; alguém deveria explicar para essa turma que, já que não podemos usar protetor nos ouvidos, eles (os aplicadores das provas) deveriam ficar em silêncio.
Ai, a sineta, concentração total, pois vão adentrar a sala as provas, envoltas em um saco preto lacrado. Todos veneram, pois lá está a “santa” solução, ou a perdição para vários meses de estudos. É quase como se entrasse um ser iluminado na sala, todos os olhos acompanham aquele pacote preto. Nova ladainha, mais uma longa explicação de como fazer a prova, preencher cartão de resposta. Ela finamente chega a sua carteira. Abre-se, confere se nenhuma questão fugiu da prova e depois, começa a longa jornada através de 80 questões, sobre os mais variados assuntos. Em algumas podemos perceber o prazer quase sádico do examinador em perguntar a exceção da exceção. Na hora exata, eu pude imaginar o sorriso maroto, a risada contida de este ser que contraria as leis do saber com uma pergunta para que você não responda.
É por isso que muitas pessoas têm medo de Concurso Público. É uma religião na qual, ou você aceita os dogmas ou estará para sempre banido.
Mas, por via das dúvidas, que seja feita a vontade de nossos examinadores. Amém!

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