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Se não fosse trágico



Saiu na imprensa internacional ontem uma notícia no mínimo absurda, não pelo seu conteúdo mas pelo fato em si.
A escritora J.K Rowling (Harry Potter) foi recusada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush, para receber a “ Presidential Medal of Freedom”, uma medalha dada pelo governo norte americano a pessoas que se destacam em suas áreas.
A recusa seria aceitável se o motivo não fosse o mais absurdo. Segundo informações divulgadas, o ex-presidente Bush recusou destacar a escritora por que, na cabeça dele, ela encoraja a bruxaria.
Se não fosse triste, seria uma piada, pois a afirmação nos leva a crer que o ex- presidente norte americano acredita em bruxas, magia negra e quem sabe em elfos-domésticos (seria muito bom ter um Dobby em casa), hipogrifos e outros personagens, fruto da imaginação e do inconsciente coletivo do povo da Terra.
O que causa mais espanto é que, na terra (USA) onde se prega a democracia plena, os direitos individuais, religiosos e mais uma série de discursos, há submerso um preconceito sem limites para o que é diferente, desconhecido e neste caso, pior ainda, imaginário.
A criança tem direito a imaginação, a sonhar, a pensar que poderá ser uma bruxa ou bruxo, a desejar que um dia apareça no meio de seu quarto, um duende, um saci. O Governo e os pais têm o dever de incentivar a criança a trabalhar sua idéias, seus sonhos para que aos poucos ela possa distinguir a realidade da imaginação.
Uma criança cuja imaginação foi incentivada e trabalhada será um adulto melhor, mais equilibrado, criativo e pronto para os obstáculos cotidianos.
Desde os mais remotos tempos contam-se estórias sobre o sobrenatural para crianças, é só analisar as fábulas dos Irmãos Grimm; é só avaliar a riqueza das belíssimas aventuras criadas por Monteiro Lobato.
Então, chegamos à conclusão que talvez, o ex-presidente citado, não usufruiu de sua infância como deveria e hoje, trata as pessoas que enriquecem o imaginário infantil como “bichos-papão comedores de crianças”.
- Ridicullus!!!

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