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TV or not TV. That’s the question!


A TV aberta brasileira está cada dia mais caótica. Você muda de canal e o que vê é uma legião de camelôs digitais, que vendem de panelas, roupas de cama, cogumelos, aparelhos para fazer iogurte e outras coisas do gênero.

Como se não bastasse o ataque comercial sofrido pelo telespectador, há horários em que somos obrigados a ver pastores gritando preces como se Deus fosse surdo, ou missas intermináveis.
O pior de tudo isso é que esses horários são comprados na TV, o que significa que nós, telespectadores, estamos expostos a mais de 25% de publicidade diária televisiva (Ver reportagem na Folha de S.Paulo de domingo, 22/11).
Nos tempos em que freqüentei a faculdade de propaganda, a querida ESPM, aprendemos com nossos professores que o telespectador quer se distrair na TV, assim ele precisa ver uma programação diferenciada para que o horário comercial seja bem vindo, mesmo que ele dê uma corridinha para o banheiro.
Hoje não, com exceção de algumas emissoras, e creio que só a Globo e a TV Cultura (Em São Paulo), somos obrigados a lembrar que a vida é feita com dinheiro e não temos nem o prazer de aprender a cozinhar algum prato diferente, por que no meio sempre tem o merchandising, que dura em média 5 minutos. É horrível!
O que a maioria das emissoras não entendeu é que programação de qualidade traz público e o telespectador traz anunciante, assim o preço do intervalo comercial pode aumentar e a Emissora pode viver apenas e exclusivamente disso, sem precisar lançar mão dos malfadados horários de compras ou religiosos.
No caso dos programas religiosos é ainda pior. O Brasil é um estado laico e qualquer tentativa de imposição de uma religião deveria ser considerada criminosa. Então, nestes casos, a mídia televisiva funciona como uma tentativa de imposição de venda da religião em questão, já que o horário é comprado na TV como se compra os 30 segundo para vender cerveja, calcinha e molho de tomate. Chega a ser uma falta de respeito, para não dizer ilógico.
Então é necessário que nós, telespectadores digamos não a este tipo de programação exigindo qualidade e diversificação, seja ela filme, novela, documentário, entrevista, notícias ou programa humorístico. Ligamos nossa TV para isso. Se quisermos comprar vamos ao Shopping, e se quisermos rezar vamos à igreja, ao culto, ao terreiro ou ao Centro Espírita.

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