Era uma vez uma universidade(?) onde uma menina foi assediada coletivamente por uma turba de alunos. O que pretendíamos que tivesse um final exemplar através da punição dos agressores, transformou-se em arauto da injustiça e da impunidade: A vítima virou vilã e foi punida.
Parece historinha de novela mexicana, mas não é. Este final de semana a UNIBAN teve a cara de pau de publicar um anúncio dizendo que constatou que a aluna foi culpada e que será expulsa da pretensa universidade.
A Faculdade alegou que a moça teve uma “postura incompatível com o ambiente da universidade” e que ela provocou os colegas ao fazer “um percurso maior que o habitual”, desfilando todo o seu “desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.
Vamos apelar um pouco para signicados de palavras. Universidade, como o nome já diz, é “universalidade”, que abarca o todo, os diferentes, teoricamente um local onde se pratica a postura democrática e pluralista. É dentro deste local que alunos e professores deveriam aprender a prática da tolerância, do cooperativismo, do valor do conhecimento e exletica, ou seja, a convivência dos diferentes é que levam a construção de um novo amanhã.
Quando vemos práticas como essas dos alunos da referida UNIBAN, igualadas a milicias do Talibã, começamos a temer o amanhã. O que estes alunos estão aprendendo? O que esta universidade pretende ensinar? Que tipo de alunos pretende formar?
É extremamente preocupante privilegiar a violência, como fez a UNIBAN ao expulsar a aluna da faculdade. É precisa lembrar que vivemos em um país livre e laico. Se eu gosto de andar com roupa social, você de jeans e a sua amiga com mini-saia, cada um de nós devemos ser respeitados, não pela roupa que usamos mas pelo ser humano que somos.
É absurdamente injusto o que aconteceu, independentemente se achamos ou não que a roupa era inadequada.O que é inadequado é assediar, agredir verbalmente, desmoralizar. E foi isso que aconteceu quando a Faculdade expulsou a vítima.
Leia o Blog do Marcos Gutterman sobre o assunto.
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