A história de como eu fui "mordida" pela Saga Crepúsculo.
Eu ganhei um presente de Natal incrível, muito mais do que eu mesma poderia supor. Todo mundo que me conhece bem sabe que o melhor presente que eu posso receber é um livro, dos bons, daquele que você não consegue parar de ler, seja ele ficção, poesia, ou sobre literatura, arte e filosofia.
Ganhei os quatro livros da Stephenie Meyer, saga Crepúsculo. A principio, antes de ter os livros, eu me achava na obrigação de ler a série principalmente para entender um pouco o porquê do tamanho sucesso de público e crítica, só isso.
A surpresa veio rápida, pois é quase impossível parar de ler antes do capítulo final. A autora é realmente um vampiro do bem que suga todo nosso ser dentro das páginas memoráveis.
O ritmo da história é eletrizante sem ser “hollywoodiana”, como grande escritora ela manipula a dose de emoção do leitor até levá-lo as raias do estresse. Você para de respirar em muitas cenas, literalmente; você sofre com os personagens, imagina possíveis finais e segura as mãos e os olhos para não pular para o último capítulo e descobrir se a nossa heroína Bell Swan e o príncipe vampiro Edward ficarão juntos e se ela se transformará em vampiro também.
Esse ritmo de história, com esta cadência, com este nível manipulação eu só senti lendo Jane Austin (Orgulho e Preconceito), J.K Rowling (Harry Potter), Rosamunde Pilcher (Catadores de Conchas), J.R.R Tolkien (Senhor dos Anéis) e, é claro, Victor Hugo (Os Miseráveis).
Em Crepúsculo, onde se é apresentado à história, você vê a adolescente Bella tomando a decisão de deixar mãe, para que ela possa viver seu romance com Phil e acompanhá-lo em sua profissão. Já de cara se percebe que a “adolescente” é realmente entre aspas, por que de todos, é a que parece mais adulta, mais coerente.
Ela vai viver com seu pai, Charlie, na pequena e nebulosa Forks. O pai é a própria figura do homem derrotado, sem grandes perspectivas além de ser o policial de uma pequena cidade sem crimes e sem aventuras.
Quando ela chega você percebe que a cidade muda, adquire outro ritmo, até o pai parece sair do torpor que estava. Na escola, separada pelos muros do preconceito, os alunos humanos e os alunos vampiros não se misturavam mal se olhavam até Bella chegar.
Na verdade o que se percebe é que a autora, mais que uma história de amor com a intensidade de Romeu e Julieta, discute preconceitos, regras que separam ao invés de unir, temas que hoje são cotidianos e universais, quando a divisão do mundo em pobres e ricos, cristãos e “mulçumanos” se faz presente e provocam guerras.
É claro que o nível de desprendimento de nossa heroína é quase sobrenatural, fato alias contrastante no livro, por que apesar da humanidade que ela possui que se contrapõe com o mitológico que ela encontra em Forks (vampiros e lobisomens), o personagem mais incomum, fora do padrão, quase mitológico é ela mesma, quando a preocupação com o próximo se torna maior que com ela mesma, quando a ideia de se transformar em vampiro ultrapassa o limite do amor passional por Edward e se transforma em questão de segurança para as pessoas que ela mais ama (o pai, a mãe e Jake).
Esqueça o filme, ele não faz jus ao livro, nem ínfimos 1%. A riqueza psicológica da personagem e o mistério e beleza de Edward não conseguem ser retratados lá, é impossível.
A leitura deste livro deveria ser obrigatória para todos os professores de literatura do ensino médio. Ele mostra aos professores o que os alunos gostam, se identificam e mais, aponta o caminho para o incentivo a leitura. Quer obra melhor para usar como referência indicativa dos grandes clássicos da literatura? A própria autora, dentro da estória, já indicou o caminho quando fala do “Morro dos Ventos Uivantes, de Emile Bronte; da autora Jane Austen e de Macbeth, William Shakespeare.
Agora é só sair do caminho do preconceito e pegar a estrada do incentivo a leitura.
Que boa notícia, Soraya. O filme é uma porcaria e me impediu de conhecer o livro, fiquei com medo de perder tempo. Obrigado e beijos.
ResponderExcluirWilliam