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Bibliotecas em busca de empresários

Por que não entrar para o primeiro mundo pela porta da frente?
A Lei 1.244/2010, sancionada neste mês, determina que toda escola tenha um acervo de livros de pelo menos um título por aluno matriculado (ainda abismada por uma coisa tão óbvia precisar de uma lei). As instituições terão 10 anos para se adaptar, tempo suficiente para sair mais uma leva de alunos das escolas sem ao menos poderem usufruir deste “benefício”.
Na maioria dos países civilizados os acervos das bibliotecas são doadas por mantenedores, empresários, pessoas físicas que sentem prazer em colaborar para a melhoria de seu país. Aqui não. As bibliotecas provavelmente passarão por licitações demoradas e fraudulentas, que ao final de 10 anos ainda não terão suprido a necessidade de nem metade destas escolas.
Então, conforme a pergunta que fiz no início deste post, por que não começamos a entrar para o primeiro mundo pela porta da frente? Por que os empresários, artistas, pessoas físicas não doam acervos para estas escolas? Como uma forma de retribuir tudo o que a sociedade brasileira proporcionou a eles: riquezas, fama, bem estar, conforto, viagens internacionais.
Agora, tenho certeza que há pessoas e empresas suficientes para cumprir este projeto de governo em até dois anos, mas cabe aqui outra pergunta:
- Eles podem fazer isto? Nossa lei aceita estas doações?
Caso isto não aconteça seria de bom tom que Deputados e Senadores votassem uma emenda para que isto fosse possível.
Quando fui aluna da escola pública Ermano Marchetti, em Pirituba, pude contar com um mini acervo, em uma sala minúscula da escola, que possibilitou a muitos alunos, e me incluo entre eles, viajar pelo mundo da literatura e aprender que a leitura é muito mais um prazer que uma obrigação – no meu caso um vício quase incontrolável.
A escola em questão não tinha recursos, nem quadra, era muito feia, mas diretores e professores tiveram o cuidado de incluir uma pequena biblioteca para seus alunos. Com base nesta experiência, foi quase um choque saber que uma parte de nossas escolas não tem bibliotecas e que é necessária uma lei para que isto ocorra.
Está explicado o motivo da precariedade da educação e da alfabetização no país.
Então, que venham os empresários e as boas almas. Doem acervos para nossas escolas. O futuro saberá retribuir em dobro.


Obs: A foto é de uma biblioteca em Paris, um verdadeiro sonho para quem gosta de livros.

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