É de se esperar que os falantes de língua inglesa aumentem no mundo, já que a posição ocupada pelo Francês durante muitos anos foi arrebatada pela língua pátria de Shakespeare. E não é só isso. As grandes universidades, toda a ciência, congressos, tecnologia falam o inglês.
A notícia publicada pelo jornal O Globo (30/05) causou no mínimo espanto. Segundo a matéria, só nas escolas credenciadas pelo Itamaraty no exterior, os alunos matriculados em língua portuguesa pularam de 13 mil (2000) para 27 mil (2009). Foi relatado também um crescimento na procura por provas de proficiência.
Tudo isso graças a projeção que o Brasil vem adquirindo no cenário mundial, tanto pela expansão comercial, relações cordiais, neutralidade, etc, como pelas trapalhadas, a exemplo da tentativa do Brasil de firmar acordos com o Irã, afrontando nitidamente os interesses mundiais.
Deixando a política de lado e aprofundando um pouco mais o assunto, é claro que este aumento não se deu primordialmente em países europeus ou Estados Unidos. O maior crescimento se deu na China e Índia, países que o Brasil mantém forte relações comerciais. Na Argentina, no Uruguai e na Venezuela, foram aprovadas leis que oferecerão o português como segunda opção nas escolas de ensino fundamental. Viva!
Vejo esta constatação como uma grande possibilidade de crescimento do mercado literário. Será que finalmente vamos exportar títulos e autores nacionais com a mesma frequência que recebemos aqueles de língua inglesa? Infelizmente - com exceção de poucos, e Paulo Coelho está no topo desta lista, quase um milagre - nossos autores não são traduzidos com tanta frequência como os internacionais.
A literatura brasileira tem autores contemporâneos excepcionais (não vou citar uma lista, pois não quero esquecer ninguém), mas a maioria, quando traduzidos, reduz-se a um ou dois países, com tiragens tímidas de 2000 exemplares.
Quem sabe, com a expansão da língua e o interesse pela cultura nacional, já que é impossível a fluência em um idioma sem conhecer um pouco de sua cultura, as editoras de países ingleses, principalmente, adquiram mais títulos e os transformem em best-sellers internacionais.
Nossos autores e a literatura agradeceriam muito.
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