De tempos em tempos surgem leis, decretos, pareceres que parecem ser fruto do excesso de tempo de seus propositores ou da falta de conhecimento de seus avaliadores. Não é o que aparente ser o caso do veto a história de Monteiro Lobato, “Caçadas de Pedrinho”.
Em primeiro lugar porque Lobato é unanimidade nacional, e cada um dos membros do Conselho Nacional de Educação fez uso de suas historias quando criança.
Em segundo lugar por que é um disparate considerar a obra de Monteiro Lobato racista.
Não tenho dúvidas de que a nova ordem lingüista em relação a termos antigamente usados, foram extremamente positivos para iniciar uma sociedade politicamente correta.
O CNE erro duas vezes. Na primeira acolheu um parecer preconceituoso, que demonstrou claramente a falta de conhecimento e compreensão da literatura nacional de seu propositor. Na segunda vez, quando falou que a obra só poderia ser usada com profissionais competentes que soubessem fazer a contextualização dos termos.
Em que mundo vivemos? Podemos chamar de professor um profissional que não sabe fazer contextualização? Há professores no Brasil que não possuem esta capacidade? Se existem professores que não contextualizam por que estão dando aulas? Quem os contratou?
Caçadas de Pedrinho está longe de ser racista. Tia Nastácia é um símbolo nacional, implantado inclusive pelas séries que já passaram pela TV. Os personagens de Pedrinho, Narizinho, Emília são adoradores da Tia, que faz quitutes gostosos, e como toda criança fazem suas “malcriações” e suas artes. Agora associar isso a racismo é uma distância muito grande, quase abissal.
O CNE deveria se preocupar muito mais com o nível da Educação no país, a vergonha que tem sido as duas últimas edições do ENEM. Deixe a literatura para os escritores, para a Academia Brasileira de Letras e para professores realmente habilitados em fazer isso.
Monteiro Lobato deve ser lido por toda a criança, não como obra didática e obrigatória, mas como patrimônio artístico e cultural do Brasil.
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