“Jamais tinha considerado a possibilidade de escrever profissionalmente.”
Stephenie Meyer, pág. 25
Imagina se houvesse pensado nisso! O que teria nos proporcionado? Mas, voltando ao "Crepúsculo: Guia Oficial ilustrado da série"(editora Intrínseca), a verdade é que Stephenie Meyer presenteou seus fãs com uma “enciclopédia crepusculiana ou crepuscular” e, talvez sem querer, montou um pequeno roteiro para escritores iniciantes.
Confesso que este livro é diferente de tudo o que eu já li e postei. Ele foi escrito para os fãs da série Crepúsculo, sem dúvida, e conta com uma série de informações, dados sobre os personagens, sobre as cidades onde se passam a história e todo um arsenal bem construído, que dá a cada uma de suas criações uma força de realidade tão grande que fica impossível não se imaginar caminhando em uma rua de Forks e encontrar com um Jacob, uma Angela, Charlie e talvez, com muita sorte Edward e Bella.
Isto é um fato e não vou me alongar muito no assunto, pois dezenas de blogs já teceram todos os elogios possíveis ao Guia.
Prefiro pegar outra vertente, talvez a menos explorada pelas resenhas, no entanto muito rica em conteúdo: a entrevista que a escritora Shannon Hale (Academia de Princesas) fez com Stephenie Meyer, exclusiva para o livro.
Dê um sonho que preenchia um único capítulo, a autora conseguiu publicar um dos maiores sucessos dos últimos anos. - E daí? - Dirão alguns. - É só conteúdo comercial!- Exclamarão outros?
- Quantas pessoas dariam importância suficiente para se dedicar horas a escrever um sonho, que a primeira vista parecia algo fantasioso demais, freudiano demais para ser levado a sério?
- Pouquíssimas.
Gostem ou não, Stephenie Meyer conseguiu um feito com sua obra, algo que não se via há muito tempo: - ser um fenômeno de leitura entre os adolescentes.
O que é mais interessante na entrevista é que a autora conta seu processo de criação para o livro. Ela diz que se sentia compelida a voltar à história para saber o que iria acontecer com os personagens. – Como assim?
A autora escreveu o primeiro livro por que estava curiosa para saber como aquela história terminaria; como o caso de amor entre um vampiro sedento de sangue e uma humana desajeitada poderia dar certo.
Consigo ver duas coisas absolutamente interessantes nesta afirmação da Stephenie:
1. Ela escreveu avidamente por que sentia necessidade de saber o fim da história. Isso se refletiu no ritmo alucinante que faz de nós leitores presas indefesas do livro.
2. O processo de escrever quase sempre é uma incógnita. No principio você tem a nítida impressão que é você quem comanda o seu texto e seus personagens, mas chega a um ponto em que eles tomam vida sozinhos e fazem o que querem. Então, adeus final lindo que você havia planejado, adeus personagem querido que você nunca mataria por livre vontade. Eles seguem o seu rumo e você acaba escrevendo por que deseja saber onde sua história vai parar.
Eu creio que ela resume muito bem este sentimento quando ela afirma:
“Você não pode mudar quem eles são para tornar a história mais fácil. “
É quando você percebe que os personagens fazem coisas que você nunca faria, dizem palavras que não fazem parte de seu repertório tradicional, que eles são uma vida independente do autor.
Na verdade, a entrevista no Guia poderia resultar em laudas de texto, o que não é a função desta resenha.
Então, se alguém me perguntasse para quem indicaria o livro, eu responderia sem nenhuma dúvida:
- Para os fãs da Saga e para os escritores iniciantes e aspirantes. A entrevista vale uma oficina literária.
Imagens:
1. Ilustração do livro capturada na internet
2. Stephenie Meyer
3. Capa do Livro
Olá Soraia, li suas duas ultimas publicações e ambas ficaram ótimas. Você tem muito talento. Um dia irão reconhecer e você terá muito sucesso, com certeza.
ResponderExcluirRealmente ocorre quando escrevo alguma historinha, o personagem criar vida. Acho até engraçado, pois nem sempre o texto segue o que havia se pensado inicialmente.
Um grande abraço e sucesso.
Luis Antonio
Olá Luis, Obrigada!
ResponderExcluirEscrever é como mergulhar em um mundo que está em outra dimensão. É muito engraçado quando me vejo dialogando com meus personagens e ponderando sobre atitudes que eles estão tomando na história. Parece loucura.... mas é criação.
Adoraria ler um texto seu.
Soraya