Escrevo ainda sob a forte emoção que a leitura de A Descoberta das Bruxas, de Deborah Harkness me proporcionou. Um verdadeiro presente capaz de transmutar palavras em emoções, a exemplo dos maiores e melhores alquimistas da humanidade.
É certo que estou abalada, pois o livro não termina. O fim tão esperado terá que ser guardado para uma próxima edição, que espero breve.
Primeiramente gostaria de contar como livro caiu em minhas mãos – pura magia. Antes do lançamento oficial, na livraria que costumo frequentar, creio eu, ele havia acabado de chegar e ainda estava espalhado em pilhas por sobre um balcão ao longo das grandes estantes aguardando para ser organizado. Passei pelos livros e eles me chamaram. Peguei um, sentei-me no café que fica no interior da livraria e precisei me obrigar a parar de ler. A Descoberta das Bruxas tinha um feitiço que nós, humanos e mortais não conseguimos quebrar.
Assim como a fascinante personagem Diana Bishop, devolvi o livro à prateleira deixando para depois o que deveria ter sido feito naquela hora: - comprá-lo. Por sorte ele não era o Ashmole 782 (manuscrito que delineia a trama) e não desapareceu quando foi requisitado novamente. Ufa!!!
Assim, depois de desejar e conseguir um encontro com o livro, não pude deixar de notar o poder avassalador que a autora possui ao manejar as palavras, as frases, a trama, de forma a tecer longos e intrincados fios que nos prendem a história de maneira inconcebível. Exagero? Leia o livro e me diga depois.
Diana Bishop, uma bruxa historiadora, está em Oxford desenvolvendo sua pesquisa sobre textos Alquímicos. Ela é alguém, que como parte de nós, renega e deixa na obscuridade nossos poderes, dons e capacidade, no caso de Diana a magia, para viver uma vida comum, onde o avassalador poder do sobrenatural e da magia são relegados a um plano muito inferior em contrapartida com a monotonia das obrigações cotidianas.
Lá, na magnífica biblioteca Bodleiana da Universidade de Oxford, ela se depara com um manuscrito alquímico estranho cujo conteúdo que havia sido enfeitiçado se abre para a historiadora. É claro que ela se recusa a aceitá-lo e devolve o Ashmole 782 para as esteiras da biblioteca e ele desaparece de sua vida. No entanto, a sua recusa em aceitar o manuscrito não livra Diana da cobiça das criaturas – outras bruxas, vampiros e demônios. O que há no conteúdo deste manuscrito para ser tão cobiçado? Não se espante, mas o livro só nos dá uma vaga ideia do assunto, ele termina na página 638, tão misterioso como começou, tão oculto como o outro personagem fascinante da trama Mathew, um vampiro lindo, cientista, que se aproximará de Diana e ficará totalmente apaixonado por ela.
Então, nós descobrimos um mundo paralelo, comandado por criaturas que possuem leis rígidas, e a mais forte delas é que eles não podem se misturar. Mathew e Diana quebram esta regra sem nenhum receio.
Não quero comentar muito sobre a trama, especificamente, porque desvendá-la antes seria um crime imperdoável, mas posso adiantar que a autora nos leva em um passeio pelo mundo da genética, do DNA, Charles Darwin, viagem no tempo, domínio da natureza, cobiça, segregação e uma história de amor cujo tempo, os obstáculos e as leis não poderão nunca separar.
A autora desta história só pode ser uma bruxa, cujos poderes excedem nossos conhecimentos, mas verdade seja dita, Deborah Harkness é uma escritora (alquimista, já que todos nós que escrevemos temos este poder), mas a sua formação em história da ciência e da medicina foi o ingrediente principal desta poção mágica chamada A Descoberta das Bruxas.
A catalogação do livro o classificou como “ficção norte-americana”. Muito genérica, já que se trata muito mais de um romance científico, a exemplo do excelente “A Volta do Matusalém – um Pentateuco metabiológico, de Bernard Shaw”, recheado de elementos da fantasia e do sobrenatural.
Não acho nem um pouco cedo para afirmar que, dentre os lançamentos de 2011, este é e será, sem dúvida, um dos melhores.
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