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As desventuras de uma fã em busca de um ingresso para estréia do filme

O que leva milhões de pessoas se tornarem fãs de uma obra? O que as transforma em consumidoras ávidas de todos os produtos que são lançados com a marca? Marketing? Qualidade da obra?
As respostas são complexas assim como são os objetos do questionamento. Quando falamos de filmes apenas, como Transformers, posso assegurar que o marketing exerceu papel primordial já que o roteiro não possui nada de artístico a não ser o uso massivo de tecnologia. Mas, quando falamos de Harry Potter, a história é outra. Há todo um aparato por traz que se inicia com a publicação da obra de J.K.Rowling, da qualidade dos textos e da história, do sucesso que o próprio livro proporcionou sem as necessidades das ferramentas de marketing e os bem acabados filmes que arregimentaram uma legião de fãs.
Sendo assim, não é de se estranhar que toda a trajetória fílmica seja o retrato do sucesso, e com certeza não será diferente com o último e derradeiro filme. Quem leu o livro sabe como ele acaba, tem a noção de como as tramas e sub-tramas se desenrolam, mas quando se trata do filme, quem de nós pode dizer o que irá acontecer?
- Ninguém, pois o filme é uma obra a parte, quase um complemento a obra original. E, mesmo com todas as declarações do diretor e roteirista que o “filme foi feito para os fãs e leitores da obra”, ele sempre levará a assinatura do Diretor, que na maioria das vezes acrescenta a sua própria luz à história.
Pois bem, resume-se então que a legião de fãs está muito curiosa para ver o filme que encerra a saga, certo? Sim, é obvio, mas o fato não pareceu óbvio para os distribuidores do filme, que mais uma vez se mostrou inadequada e fora da realidade.
A venda de ingressos antecipadas foi realizada em regime de sociedade secreta, se me permitem uma brincadeira, deve ter sido feita apenas para os iniciados. Há quinze dias da estréia, aproximadamente, não havia informações nos sites das duas maiores redes de São Paulo. Nas bilheterias físicas do cinemas nenhum funcionário sabia dizer se haveria venda antecipada ou não.
De repente, de uma hora para outra – e talvez ai estejam os sortudos que ficaram diuturnamente perguntando pelas entradas, ou aos que pertencem a clubes de fãs e “sociedades secretas” – as sessões de quinta, sexta, sábado e domingo que vem, data da estréia esgotaram-se como se tivessem sido vendidas antes mesmo que os próprios funcionários das bilheterias soubessem que isso seria possível.
Então, esta autora aqui, acostumada a assistir o filme na estréia, principalmente para poder escrever no blog suas impressões ficou sem ingressos. Frustração, irritação e uma avalanche de sentimentos ruins vieram a tona.
Quanto tempo terei que esperar para assistir o último episódio? Para uma blogueira, 5 dias é demais.....
Já não é a primeira vez que tenho dificuldades em assistir um filme na data da estréia. Foi assim com Eclipse, com o Enigma do Príncipe e alguns outros títulos que entraram em cartaz no último ano.
A meu ver, e ai vai um pouco da experiência de minha antiga profissão como publicitária, eventos como este devem ser divulgados amplamente, ainda mais em uma era onde a instantaneidade é imprescindível para a sobrevivência no mercado.
Por que o Brasil está sempre atrás culturalmente em relação aos outros países, muitas vezes até que seus irmãos mais pobres latinos americanos?
Como se não bastasse termos bibliotecas suficientes e bem equipadas, ensino de boa qualidade, livros de bolso a preços acessíveis, somos “pernetas” até para os grandes conglomerados culturais, a que muitos chamam pejorativamente de blockbusters.
É muito desgastante a busca por ingressos. Você entra nos sites que não suportam a estrutura dos acessos e travam com facilidade, sobra a opção vá ao lugar, e começa uma maratona que não tem fim. Ao final de tudo isso você tem que se conformar em ver o filme talvez, quem sabe, sete dias depois que estreou. Para blogueiros esta data é caduca, velha para a publicação de qualquer coisa.
Então, devido a esta desestrutura no lançamento de grandes filmes a blogueira que aqui vos fala não postará no sábado dia 16 um comentário sobre o último episódio da saga Harry Potter. Se eu for alguém com muita sorte, conseguirei assistir o filme na próxima semana. E olha que estou falando apenas da realidade que vivo, ou seja, cidade de São Paulo, a maior e mais bem equipada cidade do Brasil. Imagina só o que acontece no resto do país!
Parodiando um comercial muito chato que está no ar há algum tempo:
- No tiene entrada. Que cosa triste!

Comentários

  1. Muito bom Soraya.
    As pessoas hoje querem ser as primeiras em tudo. Eu vou aguardar o momento em que os cinemas estiverem vazios, para ter o prazer do entretenimento e não um estresse pela entrada perdida.

    Beijos!

    Fabio

    ResponderExcluir
  2. Soraya, se eu tivesse sido um destes primeiros a conseguirem ingressos para a estreia do Henry Potter, eu te cederia com o maior prazer, mas infelizmente não sou. Uma vez resolvi ser um estreante e o filme foi o maior sucesso da epoca "O Exorcista". O cinema lotado, pessoas passando mal, teve gente desmaiada, que a partir dai, prefiro vir os lançamentoes numa sessão da tarde de algum shopping de São Paulo, acompanhado, com sorte, por mais 03 ou 04 expectadores. Mesmo que você não conseguir ser umaa de tantas pessoas que vai assistir a estréia, tenho certeza que você vai publicar uma critica ao filme, que mesmo postada pós estreia, será uma deleite para seus leitores.
    Beijos,

    Luis

    ResponderExcluir

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