Una re, una via, una dispositione.
Uma matéria, um cadinho de terra refratária, um forno.(*)
Não é a primeira vez que eu faço uma associação do texto, da
criação, da literatura com a alquimia e não será a última. Nossa matéria é a
palavra, nosso forno e a nossa mente e o cadinho de terra refratária está
dentro de nós, trata-se de nossas experiências, nossas emoções, decepções e
tudo o que acumulamos ao longo de anos e anos da experiência de viver. É todo
este arsenal que se acumula dentro de nós, com determinadas proporções que as
palavras vão usinando dentro do grande e magnífico forno chamado mente.
A alquimia da palavra não teria sentido se não pudesse ser
dividida com outras pessoas, degustada, dissecada e transformada por um
terceiro, quarto, quinto que consegue fazer mais uma vez a transformação do
individual, do único.
Para que esta troca seja feita usamos plataformas. Começamos
com as paredes das cavernas, passamos para as conchas, pequenas pedras,
papiros, papeis, tecidos, plásticos e agora a plataforma virtual, que por si só
mereceria um post inteiro sobre ela.
A evolução dos meios nos levaram a ter em mãos as palavras,
em qualquer lugar e tempo, desde que tenhamos uma conexão com a internet.
Hoje, mais que os jornais impressos e virtuais, é o blog que representa um papel cada vez
mais importante no cenário das comunicações. De simples diários virtuais até a
fonte de notícias, artigos e reflexões sobre a multiplicidades de assuntos que
envolvem a humanidade. Foi Jorn Barger que em 1997 nomeou a página da web na
qual qualquer pessoa podia colocar uma mensagem sem o auxilio de um programador,
de weblog (diário na web), mais tarde o nome foi redefinido para wee-blog e
finalmente blog.
Os primeiros eram terríveis, dificeis de se usar, sem muitos
recursos. Mas evoluimos e hojem não só podemos escolher entre dezenas de
provedores de blogs, mas ferramentas cada vez mais sofisticadas que aproximam
os blogs dos sites.
Um dia, diante do inevitável, diante da grande perspectiva
que a palavra virtual representava, aceitei o desafio de de criar um blog. Em
2006, as ferramentas não eram tão fáceis como hoje, não eram tão simples e
muitas vezes não funcionavam como queríamos. Mas as páginas estavam lá, prontas
e avidas por receber palavras. Foi assim que surgiu Legi Signo, meu primeiro
blog disposto a falar sobre literatura, arte e comunicação.
O blog era na verdade mais um elemento de comunicação com
meus alunos dentro de um novo projeto que estava desenvolvendo para a
disciplina de Teoria da Comunicação. Não deu tempo de aplicá-lo na prática. Mas
o blog ficou.
Então o legi signo que se hospedava no Brasil Weblog acabou
se transformando em um exercicio de virtualidade; uma tentativa de entrar no
mundo digital que se apresentava. Foi assim por dois anos: textos exporádicos,
pequenas poesias, considerações sobre educação e nada mais.
Em 2008 uma oficina de texto me inspirou a voltar a
trabalhar o blog, a buscar novas linguagens, a escrever cada vez mais. Mudei
para o Zipnet, mas não estava satisfeita. Foi quando o vislumbrei que meu blog
era muito mais que uma plataforma para textos dificeis, teóricos, era uma forma
de contar ao mundo sobre as coisas que faziam meu coração tremer, minha cabeça
viajar, que conseguiam arrancar sorrisos e lágrimas na construção do meu
projeto de ser eu: - Livros.
Foi ai que a necessidade de mudar me levou ao nome de Prosa
Mágica, a prosa que encanta, que traz poesia, que nos coloca em contato com
outras dimensões desta vidinha maluca que levamos nesta planeta terra. Foi ai
que Prosa Mágica surgiu, cor de rosa como a vida deveria ser, com as
ferramentas que poderiam dar a ele mais interatividade.
Prosa Mágica resistiu durante algumas semanas no wordpress.
Há quatro anos atrás bem mais complicado, com ferramenta não tão amigáveis.
Resultado: - Mudamos de casa novamente, e em 18 de maio de 2008, Prosa Mágica
estreiou no Blogspot.
Dai foi só uma questão de acompanhar uma evolução que seria
muito pessoal. O blog foi deixando cada vez mais de falar sobre questões
educacionais para se focar em livros. – O que há de melhor nesta vida senão
livros? – Creio que só o amor...
Nestes quatro anos procurei dividir com você, leitor, cada
emoção, cada crítica, cada palavra que os livros me inspiraram, sempre sem
preconceito, sempre sem levar adiante esta conversar absurda de que existe uma
literatura alta e uma comercial, coisas de quem tem mania de classificar e não
observar.
Literatura é literatura,não tem classificação a não ser a
tradicional ficção, não ficção, juvenil, auto ajuda, etc. Quando a literatura é
dissecada, ela deixa de ser literatura e passa a ser estudo, apenas palavras.
Sinceramente, como escritora, eu não escrevo para que meu livro seja dissecado,
mas sentido...
A proposta do Prosa Mágica foi sempre esta, e parece que a
cada dia surgem mais e mais arautos, companheiros de viagem nesta blogosfera.
É assim que o Prosa Mágica seguirá para o próximo ano,
sempre acompanhando os livros, sem
comprometimento de ler apenas o novo, mas descobrir no velho uma nova razão
para ler e amar.
É por isso que nesta data tão feliz, compartilho com vocês
uma frase que o grande Poeta Pablo Neruda disse em uma entrevista.
“ Se alguien me pregunta lo que es mi poesia contestaré: -
Yo no sé. Es mais facil preguntar a mi poesia quem soy yo.”
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