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Salman Rushidie lança sua biografia

Em 1989 Salman Rushidie, escritor britânico de origem indiana lançou o que seria o seu maior sucesso e a chave para sua “prisão”.O livro Versos Satânicos, um sucesso internacional que levou a morte muitos tradutores e a um Fatwa (declaração de morte) instituída pelo aiatolá Khomeini.
O livro correu o mundo e chegou ao Brasil neste mesmo ano. Muitos curiosos, no qual me incluo, correram para as livrarias assim que ele foi disponibilizado.
O que havia naquele livro para causar tanto rebu? Por que um escritor era jurado de morte? Será que a literatura havia se tornado um grande perigo?
O fato é que, a meu ver, até hoje a história não foi esclarecida. Entrevistas do autor falam de uma citação de passagens referidas a religião mulçumana. Outros falam que Salman condenou o Islã por perseguições a outras religiões, mas a única realidade é que o escritor acabou sendo vitima de sua própria obra e precisou ser protegido pelo governo britânico durante muitos anos.
Salman tem um estilo narrativo no qual mescla mito, fantasia e fatos reais, alias, um estilo que muitos autores contemporâneos estão explorando com avidez nestes últimos anos, mas a escrita de Salman Rushdie é mágica.
Ele acaba de lançar nos Estados Unidos a sua biografia, onde conta com detalhes toda a sua vida no anonimato, protegido pelo governo de seu país, mas sem liberdade para fazer o que bem entendesse.
Durante este período usou o nome de Joseph Anton, uma homenagem a seus autores favoritos Joseph Conrad e Anton Chekhov.
O lançamento da biografia vem exatamente na data em que o mundo explode em lutas, em um mundo no qual o radicalismo religioso ainda prepondera, mesmo que o Planeta Terra já tenha entrado no século XXI.
A grande questão hoje, em um mundo que deveria haver a liberdade de expressão, de religião, de crenças, é por que ainda se mata em nome de uma causa?
Imaginem só se o Papa houvesse decretado a morte do escritor Dan Brawn, apenas por que ele afirmou que Jesus Cristo foi casado com Maria Madalena e teve filhos? Ou se o roteirista do filme “A Ultima tentação de Cristo” tivesse sua cabeça colocada a premio, incitando os católicos do mundo a matá-lo. Seria terrível!
A liberdade de expressão é um bem que não pode ser nunca suprimida da vida do ser humano. Liberdade significa responsabilidade, ou seja, sou responsável pelo que digo, escrevo e respondo de acordo com a lei por este ato.
O mundo já viveu muitos atos de terror implantados por pessoas que se achavam acima de tudo, Hittler foi um deles. Desde o final da segunda guerra mundial foi estabelecido no mundo o que é um julgamento justo, e qualquer coisa que difira disto não é cultural, mas um ato que subverte nossa natureza humana.
Em tempos de radicalismo, é sempre bom ler biografias de pessoas que perderam sua liberdade pela irracionalidade do homem.
Tomara que a biografia de Salmam Rushidie seja lançada em breve em português.

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