Foto: Off Granta |
Polêmicas a parte, foi muito bom ver a tradicional Granta
lançar uma edição brasileira de sua revista, com literatura de território
nacional e melhor ainda ver estes autores sendo traduzidos para o inglês em uma
versão internacional. São pontos para a Literatura no Brasil.
Fiquei curiosíssima para ler os textos e corri a livraria
assim que a revista foi lançada aqui no Brasil, mas após algumas páginas a
decepção causou um desânimo na leitura.
São textos desta natureza que estão sendo considerados bons
Contos? Onde estão o antigo encanto de Hemingway, de Poe em seus contos quase
romances miniaturizados?
Será que o conto no Brasil precisa encontrar novos rumos e
está em fase de procura? Será que a internet acabou com a estrutura antiga
deste gênero literário? – Não tenho resposta para estas questões. Ma confesso
que não gostei do que vi.
Vale a pena ressaltar que o conto Noites de Alface, da
escritora Vanessa Barbara é sem dúvida o melhor da publicação. A narrativa é
comovente, é verdadeira, tem nexo. Ada e Otto são pessoas que podemos encontrar
na padaria, no portão de uma casa na periferia de qualquer cidade e por isso
conseguem dar a Noites de Alface um sentido humano, uma história que merece ser
contada depois de lida. Vanessa Barbara tem este poder, a síntese.
Além dele, pode-se contabilizar “Tólia”, de Ricardo Lísias,
“Waldir Peres, Juanito e Poloskei”, de Antonio Prata e “Apnéia”, de Daniel
Galera. Todos estes autores souberam aplicar o que o conto pode trazer de
melhor: - histórias curtas, com nexo, com começo e fim.
Granta “Os melhores
jovens escritores brasileiros” talvez precise ter uma nova edição com “Os
melhores escritores brasileiros pré-internet”, e não estou falando da
participação de escritores renomados ou “não antenados”, mas pessoas com mais idade que escrevem há
anos e talvez tenham em sua escrita o verdadeiro sentido do conto.
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