Conheci Marcelo Maluf em uma oficina sobre Literatura
Fantástica. Como todo escritor ele chegou de mansinho e foi tomando espaço na
cabeça dos participantes à medida que falava seu discurso apaixonado pela
escrita, pela literatura e pelos autores. É assim, Marcelo Maluf encanta com
sua prosa farta, apaixonada e contemporânea.
Autor de livros infantis, dentre eles “Meu pai sabe voar” em
parceria com Daniela Pinotti, livro que foi selecionado pela FNLIJ para o
catálogo da Feira de Bolonha em 2010.
Em 2012, publicou “Esquece Tudo Agora”, seu primeiro livro
de contos para o publico adulto, comentado no Prosa Mágica.
Ele também divide suas experiências com aspirantes e
escritores iniciantes nas diversas oficinas que ministra; além de manter um
Blog recheado de bons textos.
Nesta entrevista, Marcelo Maluf fala um pouco de sua
trajetória como escritor, suas influências e experiencias na literatura.
SF. Você é formado em artes pela UNESP, de onde vem o ato de
escrever? Como começou sua carreira de escritor?
MM. Antes de ingressar na faculdade de artes eu tinha como
paixão a leitura e a escrita. Aliás, foi por meio da literatura que cheguei às
artes visuais.
SF. Por que literatura infantil?
MM. Não foi uma opção. Percebi um caminho em alguns dos meus
textos que me levaram também a escrever histórias que podiam ser lidas por
crianças, e daí me fascinei.
SF. Quais são os escritores que tiveram maior influência na
sua carreira?
MM. Vou citar apenas os principais: Fernando Sabino, Machado
de Assis e Hermann Hesse.
SF. Em 2012 você deu uma Oficina sobre Literatura
Fantástica. Você pode falar sobre a importância deste genero literário e qual
é, na sua opinião, o nome de destaque neste gênero?
MM. Creio que a importância da literatura fantástica é igual
à importância de toda literatura. No fim, a busca é sempre interior, o caminho
é sempre o conhecimento de si mesmo. O que acontece no universo fantástico é
que o simbólico, talvez, esteja mais explícito. O fantástico tem muitos
caminhos, mas vou citar dois autores que gosto muito: Murilo Rubião e Ítalo
Calvino.
SF. Esquece Tudo agora é seu primeiro livro para adultos.
Conte-nos um pouco como surgiu a vontade de migrar do infantil para o adulto.
MM. Sempre escrevi para adultos, quer dizer, sempre escrevi.
Desconfio cada vez mais das destinações dos livros. É preciso deixar que o
texto se diga. É que publiquei antes os livros infantis. Mas com certeza são
caminhos que se encontram.
SF. Quais são as dicas que você daria a alguém que ainda não
tem o hábito da leitura e gostaria de mergulhar neste mundo?
MM. Pegue um livro, cheire, apalpe, leia a sinopse, a
primeira frase. Se te pegar: MERGULHE. Se não te pegar, deixe-o, e siga atrás
de outro livro, até encontrar um que te encante.
SF. Qual é a sua visão sobre literatura no Brasil?
MM. Creio que apenas seja possível falar de uma literatura
no Brasil se antes conseguirmos ser um país de leitores. Ainda não somos. Lemos
muito pouco. Só assim poderemos vislumbrar que a nossa literatura exista para
muitos e seja, realmente, lida. Não apenas nos pequenos círculos como acontece
hoje. Precisamos de uma educação viva que estimule à leitura como prazer e
encontro.
SF. Cite 6 livros de cabeceira.
MM. - Sidarta (Hermann Hesse); Encontro Marcado (Fernando Sabino); Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis); A vida está em outro lugar (Milan Kundera); Folhas de Relva (Walt Whitman); Viagens de Gulliver (Jonhathan Swift); Entre muitos outros...
SF. Uma citação que resumiria sua paixão pela escrita.
MM. Essa é do Fernando Sabino, e diz tudo o que eu acredito
com o ato de escrever: “O que eu busco escrevendo é saber quem eu sou. Para que
eu seja do meu tamanho, como todo mundo deve ser do seu: nem maior, nem menor.
Quero dar o melhor de mim, ir ao extremo de mim mesmo. Não pretendo me exceder,
mas também não quero ficar devendo. Esse é o meu objetivo na literatura e na
vida.” É isso!
Muito bom, adorei conhecê-lo *-*
ResponderExcluirMarcelo é uma pessoa e tanto! Tive o prazer de poder fazer dois cursos com ele e fazer surgir daí uma relação bem legal, como amigos e como profissionais da escrita.
ResponderExcluirPara aqueles que não o conhecem, posso dizer: ele vai muito além.
Marcelo é uma pessoa querida, generosa em tudo que faz, consciente da sua literatura. E que literatura! É um prazer tê-lo como comparsa literário.
ResponderExcluirMarcelo, como mestre, é generoso e inspirador. E como escritor, envolvente. Bela entrevista!
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