Autor: Karen Essex
Tradutor: Márcia Alves
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2010
Número de páginas: 390
Avaliação do Prosa Mágica: 8
- Quantos livros sobre vampiro você já leu desde que
Stephanie Meyer lançou a saga Crepúsculo? De todos os livros que sucederam esta
saga quais deles conseguiram ser realmente diferentes? – Eu só li dois, e um
deles é Drácula Apaixonado da autora norte americana Karen Essex.
Talvez dizer que este livro é sobre um vampiro seja absoluto
exagero, assim como esperar muito romance. É por isso que Karen surpreende.
Drácula Apaixonado é antes de tudo, uma sutil discussão sobre o papel da mulher
na sociedade inglesa nos anos de 1890. É isso que ela nos traz de interessante,
nos inserindo em um contexto em que as mulheres eram quase mercadorias e
sofriam duras penas quando se rebelavam.
Então, dentro deste contexto, Karen nos traz Mina Murray,
uma bela jovem que contem em sua essência todos os atributos desejáveis a uma
mulher submissa daquela época, e por isso talvez ela nos pareça excessivamente
fraca, frágil e irritante. Uma perfeita antítese do que nos mulheres queremos
ver retratado em um livro. No entanto, ela encanta por isso, por que é
verdadeira, real, uma heroína que pode ser encontrada nos dias de hoje.
Outro fator inusitado é que o livro demora para acontecer,
mas isso não é um ponto negativo. Se Karen nos apresentasse o misterioso Conde
de corpo e alma logo no inicio, o livro perderia a graça. Ela vai nos dando
doses homeopáticas dele, em cenas realmente marcantes até que Mina e o Conde
dominam uma parte emocionante do livro.
Então, Karen nos surpreende mais uma vez. Você não espera o
final que ela apresenta, por que ele não é comum, por que ele incomoda; e
incomoda por que talvez nenhuma de nós mulheres tivéssemos a capacidade de
perdoar alguém que nos permitiu uma agressão sem tamanho. Mas, outra vez chamo
atenção para a história. Ela se passa em 1890 e não em 2014.
Há erotismo no livro, mas não o erótico barato de Cinquenta
Tons. Em Drácula Apaixonado o erótico é visto como libertador, como uma
alavanca de mudança da mulher na sociedade. Não há sexo por sexo e sim relações
íntimas que completam o amor.
Também há muita mitologia, muitas referências culturais a
lendas antigas que povoam o imaginário europeu, e isso dá um toque todo
especial a trama.
Então você acaba o livro se perguntado:
- O Conde é realmente o Drácula?
- Será esta a real história dos vampiros?
Não tenho a resposta, apenas a recomendação: - Leia, se
delicie e depois volte aqui e me conte o que sentiu.
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