Autor:
Dan Brown
Tradutor: Fernanda
Abreu
Editora:
Sextante
Ano
de Lançamento: 2009
Número
de páginas: 490
Avaliação do Prosa Mágica: 10
Uau!!
Cheguei ao fim com a impressão de ter ficado sem respirar por todas as páginas.
O ano mal começou e já tenho um livro para a lista dos mais queridos de 2014.
Não é possível que ele seja superado por outro.
Você
não precisa ser exatamente um amante de simbologia antiga, ou maçom para gostar
da história, mas se for com certeza a trama terá mais sabor.
Dan
Brown desfila através das palavras todo seu talento em “fazer textos” que
envolvem, prendem e deixam marcas.
Alias, a palavra é a tônica da trama.
Mais
uma vez Robert Langdom se mete em uma enrascada. Quando é supostamente chamado
por um amigo para dar uma palestra em Washington, acaba descobrindo que foi
usado para decodificar um antigo segredo ligado a maçonaria. A Pirâmide Maçônica,
material de incontáveis sites e blogs na internet toma vida e as peças que
parecem não se encaixar na mente exata de nosso personagem começam a virar
Langdom de cabeça para baixo.
Nosso
herói se vê as voltas com um dilema de honrar uma promessa feita ao amigo, ou
quebrá-la na tentativa de salvá-lo. Em meio a esta dúvida, uma agente da CIA
parece perturbá-lo e confundi-lo.
Junto
a tudo isso tem a irmã do amigo, Katherine, uma cientista e pesquisadora da
noética, uma estranha, atual e por que não dizer, antiga ciência para
compreender o pensamento.
Como
se não bastasse todos estes elementos para criar uma trama deliciosa, Dan Brown
nos presenteia com muita história de religiões antigas, textos sagrados e
simbologias que vemos no dia a dia e não compreendemos. É esse elemento a mais
que torna a trama mais saborosa.
É
claro que não se pode esperar cem por cento de verdade. Esqueça, se você é
daquelas pessoas que confundem ficção com realidade, é melhor não ler O Símbolo
Perdido, mesmo com toda a base de pesquisa que o autor se vale, deixa pontos
que podem criar controvérsias, principalmente por que ele trata de uma
Sociedade Secreta, que não é tão secreta assim, mas que mantêm suas tradições
muito bem guardadas e acessíveis apenas aos iniciados, e infelizmente apenas
aos homens... mas não pretendo comentar sobre isso aqui.
Fato
é que Dan Brown cria uma vontade, um desejo de conhecer a maçonaria a fundo, e
junto disso ele consegue retirar muitos dos preconceitos que correm mundo a
fora sobre seus integrantes.
Uma
característica do autor é escrever muitos capítulos e quase todos eles curtos,
muitos chegando a ter apenas uma página. Não sou fã deste tipo de construção,
mas o tipo de romance que Brown escreve necessidade desta estrutura. Cada
capítulo cria um suspense, um mistério, que em algum momento será revelado, ou
então se entrelaçará com muitos deles que se desenvolverão ao longo do caminho.
Isso cria uma dinâmica quase fílmica no enredo.
Obra Aphoteosis citada no livro. |
Há
tanto para se falar de O símbolo Perdido que seriam necessários vários posts.
Vale contar que o livro é revelador. Há discussões filosófico-religiosas de um
ponto de vista tão instigante, que uma análise mais apurada pelo leitor faria
com que uma série de opiniões e pontos de vistas mudassem radicalmente sua
vida. – Você está disposto a mudar?
Dan
Brown explica o que o autor do bestseller O Segredo não conseguiu fazer. Em O
Símbolo Perdido você começa a compreender como a mente trabalha para que fatos
e coisas possam acontecer em sua vida. Uma indicação de leitura para Coachers,
estudiosos de PNL e estudiosos da mente.
Há
discussões inteiras sobre o que existe de moderno na ciência atual e
correlações com textos antigos em parágrafos absolutamente transdisciplinares.
Isso me chamou a atenção.
Templo Maçom citado. |
Ah!
Não posso me esquecer de citar os quadrados mágicos. “Entidades” adoradas por
matemáticos e veneradas por místicos. Conjuntos de números dispostos em um
quadrado, cujas colunas, linhas e diagonais se somadas darão sempre o mesmo
resultado. Na trama, Dan Brown cita o quadrado do pintor Duher e do cientista
Benjamim Franklin.
Se
não era fã de Dan Brown agora definitivamente fiquei. Recomendo a leitura e
depois uma pequena viajada pela internet para pesquisar um pouco os temas
citados. Além disso, a trama é uma viagem por Washington. Para quem não conhece
é uma introdução, mas para quem já foi para lá e uma pós-graduação e um convite
a um novo olhar.
É
como dizia nosso querido Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a Terra do
que sonha nossa filosofia.”
Eu
quero muito mais de Brown.
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