Autor: Carolina
Munhoz
Editora:
Casa da Palavra- Fantasy
Ano
de Lançamento: 2012
Número
de páginas: 304
Literatura Brasileira
Sempre
que escrevo sobre literatura brasileira atual eu me surpreendo. Os quase
desconhecidos autores são um prenúncio de uma literatura borbulhante, de uma
trajetória em construção, de criatividade em ebulição como Wandria Coelho
(Ritual do Espírito Maligno), Mari Scotti (Hibrida) e Petê Rissatti (Réquiem:
Sonhos Proibidos). Tem os que já conseguem um lugar na mídia como Talita Rebouças
(Fala Sério), André Vianco (A Noite Maldita, dentre outros), LeticiaWierzchowski (Sal, A Casa das Sete Mulheres), Eduardo Spohr (Apocalipse) dentre
outros autores.
Todas
as vezes que me deparo com um livro como O Inverno das Fadas, de Carolina
Munhóz, eu me questiono o porquê desses autores serem tão geniais e ao mesmo
tempo “desprezados” pelo leitor e pela crítica no Brasil. É uma questão quase
sem resposta.
Carolina
Munhoz me surpreendeu, principalmente depois que soube que havia uma crítica
muito negativa a respeito da autora. Posso dizer que não concordo e acrescento
que a autora é um talento em construção que em breve será descoberto pelos
agentes literários internacionais (Se isso já não aconteceu e não estou sabendo
no momento em que escrevo este post).
Montanhas da Cumbria-UK |
O
Inverno das Fadas é um livro repleto de magia, fruto de um trabalho de pesquisa
apurado sobre as lendas da região da Cumbria, na Grã Bretanha, e sobre o povo Sídhes
e sua ligação com os humanos. A trajetória da Leanan Sídhe Sophia, uma fada
amante, que inspira artistas enquanto suga suas energias e acaba levando-os a
loucura a morte é instigante, emocionante e cheia de surpresas.
No
entanto, não podemos esperar que Sophia fosse uma Leanan Sídhe normal. Ela
transgride a ordem de tudo. Suas diferenças começam com seu nascimento. Ela é
fruto da desobediência da mãe uma Leanan Sidhe que se apaixonou por um Elfo. E,
como a mãe, Sophia conhece o jovem e talentoso escritor William e acaba se
apaixonando por ele. Ambos, a partir de então, passam a lutar contra suas
naturezas, contra a morte Banshee e contra o que chamamos de destino.
A
trama é criativa, diferente. Carolina consegue transformar a fórmula de casais
impossíveis em algo delicioso de se ler, inusitado. Sophia é a anti-heroina.
Uma mulher que traz em seu passado a morte de muitos artistas que a assombram
em sua consciência, ao mesmo tempo em que ela é a amante que começa a descobrir
o verdadeiro prazer de ser amada. O desenvolvimento de O Inverno das Fadas é
surpreendente e o desfecho primoroso.
Carolina
Munhóz cita algumas figuras conhecidas da mídia, nenhuma delas explicitamente.
Seus nomes foram trocados, mas para quem ama ler e adora música, conseguirá identificá-los.
No
entanto a autora ainda é uma escritora em inicio de carreira, seu texto ainda
precisa da maturidade que só os anos de vida e de trabalho árduo conseguirão
dar. Se você acompanha as biografias de autores verá que mesmo Carlos Ruiz
Zafón, um gênio, só conseguiu escrever e lançar sua obra prima aos 37 anos (A
Sombra do Vento), depois do amadurecimento pessoal e profissional e Carolina tinha
apenas 24 anos quando lançou este livro. Veja bem, não estou dizendo que ambos
são iguais, por que não são. Apenas comparo o que é inevitável no processo de
amadurecimento da escrita:
-
Tempo de trabalho, vivencia e amadurecimento pessoal que só virão com os anos
de vida.
Existem
erros como citar uma preferência por bolo de fubá em plena Cumbria, mas é algo
muito pequeno se comparado com o todo da obra.
Outro
ponto a ser ressaltado, e neste tópico ela se iguala em competência a J.K.Rowling,
Eduardo Sphor e chega a lembrar R.R. Towlkien na capacidade de criar e
descrever outros mundos, lugares que não existem a não ser em nossas
imaginações. O binômio Reino das Fadas versus Reino dos Humanos é tão bem
delineado que você que você fica com a sensação de estar vendo um filme.
Eu
recomendo a leitura, principalmente aos leitores que amam fantasia. A trama é
envolvente e a partir do sexto capítulo é impossível parar de ler. Carolina é
tão boa quanto os autores internacionais neste gênero literário e isso eu não
posso negar.
E,
compreendo agora por que o autor Paulo Coelho citou a autora como um dos
motivos de sua desistência de participar da Feira de Frankfurt, e polêmicas a
parte sobre o “mago”, seu reconhecimento internacional e inegável e ser citado
por ele é um privilégio que pode alavancar a carreira.
Livros
da Autora:
A
Fada
Feérica
Oi Soraya! Obrigada pelo carinho e por citar Híbrida <3 Sucesso! Beijo, Mari Scotti
ResponderExcluirSoraya, muito obrigada por ter citado meu livro!
ResponderExcluirTenho fé de que um dia seremos todos devidamente reconhecidos! =)
Abraços.
Soraya, muito obrigada por ter citado meu livro!
ResponderExcluirTenho fé de que um dia todos seremos devidamente reconhecidos! =)
Abraços
Oi, Soraya.
ResponderExcluirApesar dos seus elogios, continuo sem vontade de ler os livros da Carolina Munhoz, pelo simples fato de não gostar da atitude que ela tem em relação às críticas. Atualmente ela é autora da Rocco e já tem o seu trabalho devidamente reconhecido. Se é merecido ou não, isso eu não sei! hehehehe
Beijos
Camis - Leitora Compulsiva
Oi Camila, eu fico muito chateada quando descubro que um autor deixa o ego falar mais alto. Confesso que fiquei surpresa quando você me falou da primeira vez, mas fiz um tour e descobri que tem muito gente irritada com ela. Ainda bem que eu li o livro antes.
ResponderExcluirBjs
Wandria e Mari,
ResponderExcluirAdoro os livros de vocês e estou torcendo para que obtenham o sucesso merecido.
bjs